quarta-feira, 22 de junho de 2016

Último dia: Guratinguetá (SP) a Rio Claro (RJ) - 18º dia

Não havia pressa alguma, eu estava praticamente no quintal de casa! Tomei café, arrumei a bagagem e entrei na Dutra às 8:00 h. Segui dentro da velocidade permitida, e às 9:40 h estava chegando ao meu refúgio, em Rio Claro. Viagem muito tranquila, com ameaça não cumprida de chuva e temperatura de 16 ºC.
Ao chegar, as providências de praxe: separar e lavar a roupa suja, lavar a moto e os baús, colocar botas e roupas de cordura para arejar e secar e dar um primeiro check na moto, para verificar o que precisa ser feito de imediato. Amanhã trocarei o óleo e o respectivo filtro e encomendarei novos pneus e pastilhas de freio, pois os atuais estão no final de sua vida.
                                 Já em casa, em Rio Claro

A viagem foi maravilhosa: nada deu errado, e tudo saiu conforme planejado, exceto que desisti de ir até o Equador. Foi uma decisão correta, não me arrependo, e até fiquei satisfeito por voltar antes do previsto. Peguei chuva, frio, sol, calor, neve, ar rarefeito e paisagens diversas, e tudo valeu cada quilômetro rodado, e como valeu! Faria de novo! Aliás, é a terceira vez que vou a Cusco, o “umbigo do mundo”, uma cidade incrível! A convivência com o povo peruano foi muito tranquila e uma experiência enriquecedora. Os diferentes estados brasileiros atravessados também apresentam características tão diversas que, não fosse o mesmo idioma, poder-se-ia dizer que eram países diferentes.
Para quem gosta de números e estatísticas, seguem alguns:
Dias gastos: 18 (17 noites)
Distância percorrida (considerando Rio-Cusco-Rio) : 8818 km (acrescentados 260 km referentes aos trechos Rio-Rio Claro e Rio Claro-Rio)
Distância percorrida (considerando Rio Claro como partida e chegada): 8.558 km
Gasolina consumida: 480 litros
Média geral de consumo: 17,8 km/litro
Gasto com gasolina: R$ 1.872,00 (o preço variou de 3,60 (SP) a 4,40 (RO e AC). No Peru o preço é em torno de R$2,80/litro.
Paradas para abastecimento: 65
Velocidade média geral: 90,8 km (alta, o normal é em torno de 70/80 km/h)
Horas de pilotagem: 99:59 h
Gasto com pernoites: R$ 1100,00 (exceto Cusco)
Pernoites em Cusco: US$ 150,00 (3 pernoites)
Gasto com guia e ingressos em Cusco: R$ 115,00
Alimentação: R$ 1.190,00
Troca de óleo: R$ 100,00 (em Brasiléia)
Conclusão: uma viagem de 18 dias, intensa, maravilhosa e enriquecedora por menos de R$5.000,00, com TUDO incluído! Poderia ser mais barata, pois não tive preocupação em economizar, apenas não desperdicei dinheiro.
Uma viagem convencional pelo mesmo período, com passagens, hotéis e alimentação, para qualquer parte do mundo, custaria pelo menos 4 vezes mais, e não teria o sabor de aventura nem daria a oportunidade de conhecer as cidades e povos pelo caminho. Sem contar o prazer de pilotar uma moto nas estradas!
Agradeço a todos os amigos que me acompanharam, alguns com comentários e outros no anonimato, mas sei que todos enviaram energias positivas, vibraram comigo e torceram para que tudo desse certo. Tenho que agradecer também aos meus anjos da guarda, que sempre me livram dos perigos e permitem que eu volte são e íntegro para a próxima viagem.

Até a próxima!

terça-feira, 21 de junho de 2016

Planura (MG) a Guaratinguetá (SP) - 17º dia

A temperatura em Planura quando parti era 14ºC!  Atravessei o rio Grande, que separa MG de SP, e entrei no primeiro mundo! As estradas de São Paulo têm traçado inteligente e correto, bom asfalto, são sinalizadas e muito seguras. Não têm quebra-molas nem atravessam cidades. Buracos? Nem pensar! Viajar assim é fácil, a viagem rende e não cansa. Segui pela SP-326 (rod. Brig. Faria Lima), que passa por Barretos e Bebedouro, até chegar à SP-310 (rod. Washington Luís), a qual percorri até a SP-330 (Anhanguera), sempre com temperatura de 17ºC. Parei em Campinas para almoçar e segui pela SP-065 (rod. Dom Pedro I), que encontra a Dutra na altura de Jacareí.


                                  Rio Grande: quase um mar!

A temperatura começou a cair na D. Pedro I, o frio foi ficando insuportável, fazia 11ºC e começou a chover. Parei no acostamento para colocar o forro térmico no casaco, e conheci o Pedro, que viajava de Shadow 600 e houvera parado para colocar a roupa de chuva. Viajamos juntos até São José dos Campos, onde entramos para tomar café em uma padaria, a convite dele. Conversamos, conheci seu amigo Max, também motoqueiro; trocamos contatos e segui meu caminho. Ele gentilmente pagou o meu pedágio na D. Pedro I e meu lanche na padaria. Camaradagem entre os amantes das estradas!
                                 Com Pedro Mafra em São José dos Campos

Parei para abastecer em Roseira (SP). Eu poderia facilmente esticar até Rio Claro (RJ) e chegar ainda hoje, mas iria viajar à noite, estava frio e chuviscando. Não valeria a pena. Fiz um lanche no Mc Donald´s, esperei escurecer e fui de noite até Guaratinguetá, alguns quilômetros adiante, onde hospedei-me em uma pousada às margens da Dutra, onde já dormi em viagens anteriores.
Parada para abastecimento e lanche em Roseira 

                                           Anoiteceu na Dutra!


Foram apenas 602 km rodados hoje, poderia ser muito mais, mas eu não quis. Não estava cansado quando parei, mas não faria sentido viajar à noite, com chuva e frio, não havia urgência ou necessidade de chegar ainda hoje.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Alto Araguaia (MT) a Planura (MG) - 16º dia


                                  Saindo de Alto Araguaia (MT)

A mudança do horário me atrapalhou, e acabei saindo bastante tarde, às 9:40 h, pois ainda estava sintonizado no horário do centro-oeste.
A menos de 400 m do hotel cruzei o rio Araguaia e entrei no estado de Goiás, com temperatura de 18ºC, que logo aumentaria para 31ºC e se manteria assim todo o dia. O caminho normal seria passar por Mineiros, Jataí, Rio Verde e Itumbiara, todas cidades de Goiás, mas peguei um caminho alternativo que se mostrou uma decisão acertadissima: circulei o dia todo por estradas boas, agradáveis e vazias, mais pareciam estradas vicinais, apresar de serem rodovias federais (BR-364 e BR-365). O caminho percorrido foi o seguinte: em Jataí, entrei para Aparecida do Rio Doce, passando em seguida por Cachoeira Alta e São Simão. Entrei no estado de Minas Gerais, passando em seguida por Santa Vitória e Ituiutaba.
No cruzamento da BR-365 e BR-153 (Transbrasiliana), conhecido como "Trevão", entrei na BR 153, sentido Sul, passando por Prata e Frutal, ambas em Minas Gerais. A BR-153 é operada por concessionária (Triunfo-Concebra), e sofreu diversas melhorias para poder receber o grande volume de veículos que por ela trafegam. Está bem sinalizada, possui diversos pontos de ultrapassagem (3ª faixa) e o asfalto é de boa qualidade. Melhorou bastante, embora com pista simples, sem duplicação.
Já no final da tarde, parei para pernoitar em Planura (MG), na divisa com São Paulo, uma pequena cidade com um  hotel bem razoável para descansar. Atravessando a divisa, a primeira cidade de São Paulo é Colômbia (!!).

                                  Anoitecendo

                                  Chegando em Planura, divisa MG/SP

                                           Hotel em Planura (MG)

Apesar de haver saído bem mais tarde que ontem, rodei 736 km, sem pressa e por estradas boas e vazias. Saí de MT, cruzei GO, atravessei MG no triângulo mineiro e parei quase em SP. E vamos indo!

domingo, 19 de junho de 2016

Cáceres (MT) a Alto Araguaia (MT) - 15º dia

O tempo estava aberto, com algumas nuvens, quando saí de Cáceres. 10 km adiante as nuvens cobriram o céu e ficou frio. A estrada entre Cuiabá e Cáceres é bacana, toda em região serrana (para os padrões do centro-oeste) e cheia de curvas, com matas ou fazendas às suas margens. Cheguei a sentir até um pouco de frio.
Em 2:10 h venci os 220 km e cheguei a Cuiabá, onde o céu abriu e sol veio com vontade!
O contorno de Cuiabá é um horror, já deveria ter sido duplicado há muito tempo, e é fácil errar o caminho. Muito trânsito e velocidade baixa no trecho, onde é muito difícil conseguir ultrapassar.
Apesar de ser domingo, o trecho Cuiabá-Rondonópolis estava sobrecarregado de veículos, sendo 95% caminhões. Mesmo com alguns trechos duplicados onde era possível andar mais rápido e fazer ultrapassagens seguras, levei 4 horas para percorrer os 220 km que separam as duas cidades. Ainda peguei uma obra com "pare/siga" que me deixou parado durante 25 min sob um sol de rachar.
A única coisa boa foi  que em Jaciara, onde parei para almoçar, o dono do restaurante, Heitor, era motoqueiro,  já foi ao Peru de moto, ele tem uma GS 800 e está querendo comprar uma Triumph Explorer. Conversamos, trocamos informações e telefones.
Em conversa com um motorista ontem, ele falou que já levou 12 horas para percorrer o trecho.
Passado o trecho mais crítico, após Rondonópolis o movimento apenas diminuiu, mas continuou muito intenso, com predominância de caminhões bi-trens.

                                  Plantações em MT

                                  Imensidão! Vejam o estado e a largura do acostamento!

                                  Anoitecer na estrada

                                  Chegando em Alto Araguaia, sob lua cheia

Fui andando como pude, e às 17:20 h, já escurecendo, cheguei em Alto Araguaia, na divisa com o estado de Goiás. Não quis enfrentar a noite de maneira alguma, já basta o stress de ontem. Hospedei-me em Alto Araguaia, onde pernoitarei. O pôr-do-sol hoje foi mais bonito que o de ontem, com belos tons alaranjados sobre as terras planas do Mato Grosso, e a lua estava mais redonda e maior. Belo espetáculo, mas não deu para parar e fotografar o momento correto, pois o acostamento era mínimo, quase inexistente, e estava perigoso parar junto à pista.
E assim, se foi mais um dia de estrada. A moto está perfeita, resistindo bravamente, apenas está imunda, toda cheia de mosquitos e borboletas grudados em todas as partes e barro agarrado no radiador e no motor. Nada que uma boa lavagem não resolva!
Hoje rodei 635 km. Bem menos que os 903 km de ontem, mas foi o que deu para fazer...

sábado, 18 de junho de 2016

Ouro Preto do Oeste (RO) a Cáceres (MT) - 14º dia

Não saí cedo de Ouro Preto do Oeste, mas hoje foi o dia em que mais rodei. Às 8:00 h peguei a estrada. Há trechos muito esburacados e outros melhores, o que exige cuidado redobrado. Pela manhã rodei 370 km, parando para almoçar em Vilhena, a última cidade de Rondônia.
Ao ingressar no estado de Mato Grosso (do Norte), as mudanças foram da água para o vinho: a estrada ficou boa, não peguei um buraco sequer; a paisagem é mais agradável, pois são atravessados diversos trecho de mata densa, e, por conta disto, a temperatura é mais amena. Há mais plantações e parece haver mais atividade agro-industrial que em Rondônia.
                                           Vegetação densa às margens da estrada em MT

Já eram 16:30 h e faltavam 220 km para Cáceres, eu estava em Pontes e Lacerda; não há cidades com estrutura hoteleira decente entre essas duas cidades, então o jeito foi tentar andar o máximo possível com dia claro até chegar a Cáceres.
Imprimi um ritmo forte, andei por mais de 1 hora a 150 km/h, mas  às 17:30 h escureceu! O lado bom é que foi o pôr-do-sol mais bonito da viagem, e a noite apresentava lua cheia!  Baixei a velocidade e toquei em frente por mais 1 hora, à noite, até chegar em Cáceres, onde hospedei-me. Não gosto de viajar à noite, principalmente de moto. Os caminhões jogam faróis altos em cima, a estrada é de pista simples e eu não enxergo bem à noite, devido ao astigmatismo. Além do mais, há muitos animais atravessando a pista. Vi diversas capivaras, tatus, gambás, cachorros e até bezerros mortos por atropelamento.
                                  Pôr do sol na estrada

                                 Noite na estrada, com lua cheia


Ao chegar a Cáceres, havia rodado 903 km hoje! O Brasil é mesmo grande! Ainda faltam cerca de 2.300 km até o Rio de Janeiro! E vamos em frente!

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Acrelândia (AC) a Ouro Preto do Oeste (RO) - 13º dia

Exatamente às 7:00 h peguei a estrada, especificamente a BR-364. A temperatura ainda estava amena, 25ºC, mas isto não iria durar muito! Logo entrei no estado de Rondônia, e uns 200 km após Acrelândia cheguei à travessia do rio Madeira, onde perdi 1 hora, entre espera, travessia e desembarque da moto. Esta travessia por balsa é pré-histórica, não se justifica mais. As obras da ponte estão paradas. Apenas a termo de comparação, o rio Madre de Dios, em Puerto Maldonado tem aproximadamente a mesma largura que o Madeira (500 m) e já tem ponte. E lá a estrada tem muito menos movimento que a BR-364, que é a única ligação do Acre e Rondônia com o resto do Brasil.
                                    Barba de 13 dias de estrada!


                                  Travessia do rio Madeira, de balsa

                                  Vestígios da E.F. Madeira-Mamoré

A estrada melhorou e pude andar mais rápido, parando para almoçar em Jaci-Paraná, sob temperatura de 35ºC.
Na entrada de Porto Velho, um acidente horrível interditou completamente a pista: um caminhão destruiu uma moto e seu respectivo piloto. Com as malas laterais foi difícil passar no congestionamento formado, esbarrei em alguns carros, mas consegui chegar ao local do acidente. Quando liberaram, fui o primeiro a passar. Tudo isso com casaco, capacete  e todo o aparato, sob um sol escaldante.
Rodei 745 km no dia de hoje, e parei em Ouro Preto do Oeste, no mesmo hotel onde ficamos na viagem de 2007, também a Cusco e Machu Pichu. Os últimos 40 km foram de pura buraqueira, bem perigosos.
                                          Hotel em Ouro Preto do Oeste

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Puerto Maldonado (Peru) a Acrelândia (AC)

Em Puerto Maldonado o sol nasce cedo, mas só saí para pegar a estrada às 8:30 h, já com temperatura de 26ºC. A cidade não tem nenhum atrativo, assim como os 242 km de estrada até Iñapari, na fronteira com o Brasil. A estrada corta a amazônia peruana, mas muito da floresta foi devastado, como nos estados do Acre e Rondônia. A única coisa boa é a estrada, não tem sequer 1 buraco, e o trânsito é pequeno.
Feitos os trâmites na fronteira nos lados peruano e brasileiro, ingressei no Brasil com sol e muito calor, disposto a vencer os 110 km que separam Assis Brasil de Brasiléia para almoçar. Mal entrei na estrada, fui parado por uma blitz do exército, que revistou toda minha bagagem. Depois, um agente da PF anotou meus dados (creio que para algum estatística ou controle) e fui liberado. Nisto, perdi quase meia hora debaixo de um sol de rachar, com casaco, calça de cordura, botas e luvas, devo ter perdido 1 kg no suadouro!
Almocei em Brasiléia e segui viagem. Cheguei à BR-364, que está detonada, com buracos que são um atentado à vida de quem passa por ela. Todos os motoristas desviando, e eu desviando dos caminhões que invadiam a minha pista para fugir das crateras, um perigo constante.
                                BR-364, no estado do Acre. Distância de Cuiabá:1.942 km!

Não passava em cidades ou hotéis, até que encontrei um hotel em um posto de gasolina em Acrelândia AC), de onde estou escrevendo agora. A próxima cidade fica a mais de 100 km, e já estava começando a escurecer. À noite, transitar nesta estrada esburacada seria abusar demais da sorte, então hospedei-me em Acrelândia para passar a noite. O dia de hoje rendeu, rodei 660 km. Nada mau, considerando o tempo gasto na fronteira, na blitz e a velocidade mais baixa devido aos buracos.
                                               Hotel no posto, em Acrelândia

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Vencendo (novamente) as cordilheiras (11º dia)

Fazia 4ºC em Cusco às 7:00 h, quando saí do hotel de moto para iniciar a viagem de retorno. 50 km adiante, parei para abastecer em Urcos, a temperatura era de 2 graus!

O dia estava lindo, nenhuma nuvem no céu, o que torna a viagem ainda mais interessante. Não vou descrever as paisagens, apenas digo que a beleza é estonteante! Fui subindo com calma e com cuidado; passa-se por dois pontos culminantes, que são chamados de "Abra".  O primeiro é a 4.150 m de altitude. A partir daí a estrada desce um pouco, para cerca de 3.500 m, para subir novamente até 4.725 m de altitude. O momento de passar por este ponto é solene: faz frio e falta oxigênio, mas sobram belezas intocadas ao redor, como montanhas de pedra, cumes nevados, vales e outras maravilhas da natureza. A descida é longa, e nessa descida fica Marcapata, onde paramos na viagem de ida, a mais de 3.000 msnm.



                                 No topo!

Desce, desce, desce... e chega-se a Quincemil. A partir desta cidade a temperatura é mais alta, não estamos mais no alto das cordilheiras, mas em uma região de transição entre a selva e a montanha, com muitos rios, cachoeiras e quedas d'água à beira da estrada. Estar sozinho de moto exige cuidados adicionais e muita atenção, mas não dá para deixar de apreciar o que a natureza nos oferece de graça.
Parei para almoçar em Mazuco, sob um calor úmido de 32 graus. O almoço foi em um local horrível, mas foi o que encontrei. Pedi um prato de "Locro de res", que era um pedaço de carne gordurosa e esponjosa no meio de umas batatas picadas e um molho de cor marrom, nada convidativo. Comi o suficiente para matar a fome e ainda tomei um refresco feito sabe-se lá com que água! Tudo pelo equivalente a R$ 5,00! Por esse preço queria o que?
                                            Restaurante em Mazuco: almoço por R$5,00!

Após Santa Rosa a estrada fica plana e a paisagem não tem mais graça.
Às 15:30 h, após 8 horas e meia de uma viagem excelente, entrei em Puerto Maldonado, cidade grande, quente e com trânsito caótico. Tive alguma dificuldade para encontrar um hotel com relação custo/benefício razoável, mas encontrei o que queria. Não é barato, mas eu queria um local decente para descansar das variações de altitude, pressão e temperatura do dia de hoje.
Cruzar a cordilheira dos Andes nos seus pontos mais altos não é totalmente fácil, mas é altamente compensado pela beleza e pela imponência. Recomendo!

terça-feira, 14 de junho de 2016

Alone again... em Cusco (10º dia)

Hoje pela manhã meus amigos foram a Machu Pichu. Eu não quis ir, pois além de já haver visitado 2 vezes a cidade sagrada dos Incas, o trem não parte mais de Cusco, o que tirou toda a graça, o charme e a atmosfera romântica e aventureira do percurso. A subida do trem para "escalar" as montanhas que circundam Cusco era algo pitoresco e característico, e mesmo a viagem de 4 horas margeando o rio Urubamba já faziam parte da história das viagens a Machu Pichu. Eles foram de carro até Ollantaytambo, de onde agora sai o trem. Uma pena!
Eu já havia me decidido a abortar a viagem até o Equador, por diversas razões que não cabem discorrer, mas a principal delas é a grande distância que iria percorrer sozinho dentro do Peru até chegar à fronteira com o Equador, o país de destino final. Provavelmente iniciarei o retorno amanhã, cruzando de volta, e desta vez sozinho, as grandes altitudes e baixas temperaturas da Cordilheira dos Andes. Um desafio, que exige o acompanhamento constante dos meus anjos da guarda!
A companhia de Carlos, Ivan, Marcelo, André e Fernando foi impagável, eles me aceitaram em seu grupo e foram parceiros de todas as horas. Foram companheiros excelentes, com quem tive o prazer de dividir alguns dias e muitos momentos inesquecíveis desta viagem. A eles, meus agradecimentos por terem sido amigos e companheiros!

                                 Ivan, GE, Carlos, Fernando, André e Marcelo - Muchas gracias!

Estou ainda bastante atordoado pela altitude, é primeira vez que isto me acontece, mas amanhã terei que estar pronto e ativo para começar a enfrentar o caminho de volta, principalmente o grande desafio de cruzar as cordilheira. Pretendo sair cedo, pois serão 10 horas até Puerto Maldonado.
Passei o dia andando pelas ruas de Cuzco, explorando os diversos cantos do centro histórico da cidade, coisa que gosto de fazer. A vontade é fotografar tudo que se vê, para qualquer lado que se vá ou que se olhe, há sempre um prédio histórico, uma igreja ou simplesmente o casario antigo. Como eu sempre digo, é uma cidade única, diferente, cheia de turistas de todas as partes do mundo.
Fui até a estação de San Pedro, de onde saía o trem para Machu Pichu; ainda existe o trem, que parte diariamente às 7:00 h, mas é só para os habitantes locais, é proibido o ingresso de turistas. O serviço para turistas em Cuzco foi desativado há 5 anos, e não voltará mais, segundo informações que obtive na estação.
Fui também ao mercado municipal, um local imperdível para quem gosta de conhecer a cultura do lugar e até fazer algumas compras. Há de tudo: comida, frutas, legumes, verduras, carnes, roupas, calçados, bugigangas diversas e o que mais se imaginar. Tomei uma salada frutas com sorvete, muito boa! Almoçar, já é um risco bem maior!
Seguem algumas fotos:





                                Igreja San Francisco

                                  Arco de Santa Clara

                                 Igreja de San Pedro

                                          Mercado Municipal
       
                                           Estação San Pedro, de onde partia o trem a Machu Pichu

                                           Interior do mercado municipal





                                   Igreja de San Blás

                                Plaza de Armas ao anoitecer
                             
                                      Catedral vista da janela de um café

                                  Companhia de Jesus

                                 No alto, igreja de San Cristoban