terça-feira, 29 de setembro de 2015

Viagem a Maceió - 3º dia

Às 7:50 h saí da pousada em Km 100, com temperatura de 21 ºC, ideal para viajar, mas o sol logo mostraria sua cara e sua força! Passei pelo contorno de Feira de Santana e peguei a BR 101 sentido Norte. A estrada piorou sensivelmente a partir da divisa BA/SE, e continuei no meu ritmo, porém com mais cuidado.
                                           BR 116 na Bahia, próximo a Feira de Santana

Houve uma duplicação do trecho Estância-Aracaju, de 60 km, o que facilitou bastante, pois o trânsito naquele trecho é pesado. Continuei na BR 101 sem entrar em Aracaju, havia uma duplicação até a localidade de Pedra Branca, onde a estrada cruza o rio Sergipe; deu para andar bem, apesar de alguns radares (pardais) inexplicáveis de 40 km/h. A partir da travessia do rio Sergipe, a estrada ficou péssima, com pista simples, desvios, buracos, defeitos no asfalto e muito trânsito. Trecho bem difícil.
Viajando e observando nossas estradas, concluo, sem sombra de dúvida, que NUNCA teremos estradas de primeiro mundo. NUNCA! Alguma autoridade deveria fazer uma viagem do sul ao norte do país em um carro comum, utilizando estradas federais para constatar o que digo. Está lançado o desafio!


Cansado do estado deplorável da BR 101 em Sergipe, tomei a estrada para Neópolis, cidade situada às margens do rio São Francisco. Percorri Neópolis rapidamente e embarquei com a moto na balsa que atravessa o "Velho Chico" em direção a Penedo, cidade histórica situada no estado de Alagoas, também às margens do rio São Francisco.
                                           Neópolis (SE)

                                Travessia do rio São Francisco de balsa, em direção a Penedo (AL)

Consegui uma pousada simples no centro histórico de Penedo, mas já cheguei ao anoitecer, não sendo possível um giro e algumas fotos do local, o que farei amanhã pela manhã, antes de partir para Maceió. A cidade é charmosa e agradável, é como se fosse  Parati às margens do rio São Francisco, guardadas as devidas proporções.
                                           Pousada em Penedo


                                          Anoitecer em Penedo (em frente à pousada)

O dia de hoje foi marcado por estradas ruins. O calor estava forte, mas incomodou menos que nos dias anteriores, exceto nas travessias das cidades, com velocidade reduzida sob o sol, devido aos quebra-molas e pardais.
Amanhã chegarei a Maceió, se tudo correr bem. Estou precisando ajustar a caixa de direção da moto, que afrouxou devido aos buracos e quebra-molas do dia de hoje. É necessário achar um mecânico bom.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Viagem a Maceió - 1º e 2º dias

Saí do Rio no domingo, 27 de setembro às 8:00h, após uma noite de apenas 3 horas de sono, pois houvera tocado na véspera com a banda Clavius no Godofredo - Rio, por sinal, um show memorável!
Muito calor, porém as estradas estavam vazias, por ser domingo. Optei pela BR-116 por dois motivos: além de ser bem melhor do que a BR-101 em todos os sentidos, há menor possibilidade de chuva, conforme a previsão do tempo. Rodei até as 17:50 h, quando parei em Itambacuri - MG, cidade onde eu houvera pernoitado em uma viagem há alguns anos. Muito calor na estrada, mas a viagem foi boa e segura. Pernoitei em Itambacuri, em uma pousada legal, mas com o quarto infestado de mosquitos.
                                            Na estrada - próximo a Muriaé

                                           Chegada a Itambacuri, após 10 h de estrada            

                                            Itambacuri - MG

No dia seguinte (hoje), saí de Itambacuri às 8:00 h, após um bom café da manhã na pousada e rodei o dia todo sob um forte calor, o céu estava totalmente azul e o sol implacável. Se ontem as estradas estavam vazias e agradáveis de percorrer, hoje estavam apinhadas de caminhões. Como não há fiscalização, deu para aproveitar o torque descomunal da moto e fazer ultrapassagens mais ousadas, ganhando tempo, do contrário eu não chegaria até onde cheguei em 10 horas de viagem. Em compensação, veículos invadem a pista contrária e a velocidade é sempre acima da permitida. No trecho baiano da BR 116, a velocidade máxima é de ridículos 80 km/h! Ainda bem que não há fiscalização, ninguém, nem mesmo os caminhões, andam a menos de 100 km/h.
                                           BR 116

Parei às 18:20 h, entre Jequié e Feira de Santana, em um pequeno povoado chamado Km 100. Hospedei-me em uma pousada à beira da BR-116 e jantei na própria pousada. Viajei um trecho à noite, o que não gosto de fazer, pois já estava cansado e não enxergo bem. Não havia outro jeito, às 17:30 h escureceu e eu precisava achar uma cidade ou povoado onde houvesse um local para dormir. O primeiro local que encontrei, parei. Era o chamado Km 100!
Além do calor, que incomodou bastante, existe uma coisa que também incomoda muito nestas viagens: a travessia das cidades, principalmente as maiores. Como a estrada literalmente corta as cidades ao meio, há congestionamentos causados por quebra-molas, pardais em profusão; o trânsito flui em velocidade baixíssima devido ao volume de caminhões e aos obstáculos instalados (pardais, redutores, quebra-molas e lombadas eletrônicas), a velocidade é inferior a 15 km/h em média. Um verdadeiro inferno e teste de paciência! Cidades cuja travessia é especialmente
 complicada: Governador Valadares, Teófilo Otoni, Jequié e Vitória da Conquista, só para citar algumas.
A viagem está transcorrendo bem, sem qualquer problema. A moto tem feito a média de 18,5 km/l, mesmo nos trechos em que ando mais forte e acelero muito para fazer ultrapassagens. Uma boa marca, considerando o que ela oferece. O conforto e a suavidade de rodar na Triumph, além da tranquilidade nas acelerações e ultrapassagens me dão a certeza de que escolhi a moto certa! E sem contar que não preciso me preocupar em esticar e lubrificar correntes!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Novidades à vista!


Em breve teremos novidades, ou melhor novas viagens. No final deste mês de setembro devo empreender uma viagem de moto até Maceió, provavelmente com uma escala também em Aracaju. Serão 5.500 km, apenas para esquentar os motores!
Um pouco mais adiante, na segunda quinzena de outubro, estarei partindo, também de moto, para uma grande aventura: atravessarei a Argentina e chegarei ao Chile através do Paso de Jama, um caminho que conheço bem, mas nem por isso perco a oportunidade de percorrê-lo mais uma vez. A cidade inicial no Chile será San Pedro de Atacama, situada no deserto de mesmo nome.

Esta viagem se chamará  "Chile de Norte a Sul (dos desertos às geleiras)", pois percorrerei o Chile desde a região do Atacama, ao Norte, até o término (ou início) da Rodovia Panamericana, na Ilha Grande de Chilloé, no Sul. A Panamericana vai do Chile ao Alaska, cruzando as américas do Sul, Central e do Norte, passando por 14 países. Se tudo sair como planejado, a partir da Ilha de Chilloé atravessarei com a moto em um barco até Chaitén, na Carretera Austral, e percorrerei uma parte desta que é considerada uma das 10 estradas mais bonitas do mundo.
Ao todo serão 14.000 km emoldurados pelas mais diversas paisagens e geografias: altitudes, planícies, desertos, salares, lagos, vulcões, litoral, travessias de balsas, rios, cachoeiras, matas, fiordes e mais todas as belezas e diversidades que só uma viagem como esta permite apreciar. Haverá condições climáticas extremas, do calor e secura do deserto, passando pelo frio das cordilheiras até chegar ao gelo e à neve das regiões dos lagos e austral.
Não é fácil conseguir companhia para uma aventura como esta, então irei só, porém com bastante cautela, pois já sou um sexagenário, e não mais um jovem que nada teme, tenho algumas limitações. E as limitações têm aumentado com a idade!
Sei que contarei sempre com a força e energia das pessoas amigas que estarão lendo os relatos, vendo as fotos e torcendo por mim, para que tudo dê certo. Viajaremos juntos!
Aguardem!

                      O roteiro previsto (em preto) - 14.000 km!