quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

2014

Todos os anos, no final de dezembro, faço um balanço do ano que se  encerra e imagino o que espero do próximo.

Do ponto de vista de viagens, passeios e motos não há muito o que falar sobre 2014. As pessoas que me conhecem de perto sabem que 2014 foi um ano difícil, pois o iniciei em um quarto de hospital aguardando a cirurgia que colocaria meus ossos da perna no lugar e me devolveria a capacidade de andar. A recuperação foi lenta e surgiram diversos outros problemas de saúde até mais graves que a fratura múltipla que tive. Foram meses sem poder colocar o pé no chão, depois vieram as muletas, muita fisioterapia e muita vontade de ficar bom. Ainda não sou como antes do acidente, talvez nunca mais seja, mas estou andando e levando uma vida normal dentro do possível; dirijo carros sem problema algum e tenho andado de moto, claro, com alguns cuidados adicionais, e já penso em empreender minha primeira grande viagem de moto no início de 2015.
2014 bem que poderia não ter existido para mim, seria bom se eu pudesse pular de 2013 diretamente para 2015; infelizmente as coisas não acontecem assim, e, no final das contas, se não andei de moto nem fiz viagens estonteantes, foi um ano de ajustes, reflexões e de oportunidades para enxergar melhor a realidade que me cerca, dar mais valor às amizades e às pessoas que realmente importam e valorizar pequenas coisas que passam despercebidas quando estamos sãos e ativos. Aprendi também que a paciência é uma grande virtude!
Tão logo pude me locomover sozinho (com muletas),  retomei as atividades musicais, tenho ensaiado semanalmente e tocado em apresentações ao vivo. Viajo também semanalmente a Rio Claro, e já comecei a me aventurar e  fazer esta pequena viagem de moto. A vida parece que vai retomando seu curso, e me sinto animado a viver intensamente, fazendo as coisas que gosto e convivendo com pessoas  leves.
Sem muito mais o que falar, despeço-me de 2014. Foi um ano mais introspectivo do que de ação, mas nos planos do Maior para mim eu precisava passar pelas coisas que passei para melhorar em alguns aspectos e enxergar melhor algumas coisas que não via. Espero ter aprendido a lição, pois não gostaria de repetir a dose! De tudo, houve um bom saldo, que foi o resgate de antigas amizades e de valores adormecidos.

Que 2015 seja um ano de viagens, felicidade aos montes , alegrias e muita saúde!  

Abaixo, alguns momentos de 2014:

                                           Ganhei mais um neto em 2014!

                                      Com os amigos da banda Clavius: tocando rock da melhor qualidade

                                                   Museu ferroviário, Vassouras - RJ - nov 2014

                                          Minhas "meninas", que ficaram me esperando durante o ano! 

                                          Filosofia pura!      

                                          De fusca, pelas trilhas de Rio Claro

                                          Lídice, um passeio de XT 660R

                                          RJ-149, próximo à serra do piloto, ganhando confiança

                              Voltando ao ponto onde tudo mudou - a 1ª viagem com a Triumph - dez 2014

                                          No hospital, à espera da cirurgia: dias difíceis... - jan 2014

                                         São Luís do Paraitinga - SP  Uma agradável viagem - jul 2014

                                          Paraibuna - SP  Viagem agradável - jul 2014

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A primeira (pequena) viagem


O que sempre foi para mim um passeio transformou-se na primeira viagem após o acidente. São 130 km em cada sentido, mas o fato ter conseguido chegar a Rio Claro de Triumph Explorer constituiu-se em uma grande vitória, quase uma aventura. Decorridos 11 meses da cirurgia na perna, me sinto voltando ao ponto onde parei e a partir do qual os meus planos, sonhos e idéias foram bruscamente interrompidos. Houve uma violenta mudança de rumo, reavaliações, correções de rota e aqui estou eu novamente, como há um ano atrás, com uma moto nova (continua nova, não rodou neste período) e planos para viagens futuras. É como se 2014 não houvesse existido!
A saída do Rio é sempre caótica, e os primeiros 35 km da Dutra possuem trânsito denso e pesado, com muitos maus motoristas que residem nas cidades às margens da rodovia utilizando-a como avenida. Estava muito calor, o casaco, as botas e as luvas incomodaram, mas foram necessários neste primeiro momento. Após Queimados o trânsito melhora e a viagem começa a se transformar em prazer. E assim fui andando até chegar ao meu refúgio, em Rio Claro, com muito cuidado e atenção.

Há exatamente um ano eu me preparava para encarar a Carretera Austral, no sul do Chile. Ainda acho prematura uma extravagância deste porte, mas uma viagem de aquecimento ao Uruguai, sem pressa, aproveitando também o sul do Brasil, está nos meus planos mais imediatos. Depois, testadas minhas novas  limitações, irei traçando roteiros mais ousados, inclusive um sonho antigo, de cruzar o Canadá até o Alaska. Tudo vai depender destas primeiras viagens-testes e do seu resultado.

E vamos em frente!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O primeiro (mini) passeio com a Triumph

Hoje, decorridos quase 11 meses a partir do acidente que me tirou de circulação por algum tempo, fiz o primeiro passeio com a Triumph Explorer: subi a estrada do Sumaré e fui até a antiga residência do cardeal do Rio de Janeiro, casa que já hospedou o papa João Paulo II em sua visita à cidade maravilhosa. Estava inseguro, são muitas curvas e uma subida íngreme, mas deu para sentir que é possível pilotar a TEX, que até o momento rodou apenas pouco mais de 700 km, tendo ficado praticamente parada nos últimos 11 meses.
Estou feliz por mais este obstáculo vencido, o que mostra que minha recuperação continua avançando.
Em comemoração, fiz um "selfie" no local com o celular.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Lídice




Distrito de Rio Claro, Lídice deve seu nome devido a uma homenagem à homônima cidade da Tchecoslováquia, arrasada pelos nazistas na 2ª guerra mundial. Até os anos 40 chamava-se Vila Capivari.
De localização privilegiada, entre montanhas e no alto da Serra do Mar, Lídice já foi um agradável povoado, mas vem se favelizando e se descaracterizando acentuadamente nos últimos anos. Casarões dos séculos XVIII e XIX têm dado lugar a construções sem estilo e de gosto duvidoso, e sua periferia tem ares de favela, sem planejamento, urbanização e plano diretor. Uma pena, pois o local é agradável, tem clima frio no inverno e ameno no verão, e conta com diversas cachoeiras boas para banhos na época do calor, mas seus rios vêm sendo poluídos por esgotos despejados sem qualquer tratamento.
O trem que fazia a rota Barra Mansa – Angra dos Reis fazia uma parada na cidade antes de descer a serra em direção ao litoral. A descida conta com 16 túneis, é uma belíssima viagem, que tive a oportunidade de fazer diversas vezes durante minha infância e adolescência, nos anos 60; este era o meio de transporte para a praia, em Angra.
Uma curiosidade da cidade é que sua igreja está voltada de costas para o lado principal da praça, ou seja, o lado pelo qual se entra na praça. Todas as pessoas que visitam a cidade acham isso estranho. Recentes obras abriram um jardim em frente à porta da igreja, talvez um meio de disfarçar sua estranha posição.


Há mais uma curiosidade: a estação ferroviária, que já foi um ponto importante na cidade, fica muito afastada do seu centro,  alcançá-la a pé consome mais de uma hora de caminhada subindo e descendo morros. Quem visita a cidade dificilmente conhece a estação, devido à distância.


Lídice já valia uma visita, mas hoje eu não diria isto, não é um local propriamente bonito, a menos de sua  localização, belíssima, pena o seu crescimento desordenado. Como eu tenho dito, a cidade cresce como rabo de cavalo: para baixo! A estrada que a liga a Rio Claro é muito bonita também, com montanhas, rios e a ferrovia, hoje desativada, serpenteando entre morros e margeando rios.



Nestes pequenos passeios vou ganhando confiança e intimidade com a moto para poder partir para roteiros mais longos. Devagar chegarei lá!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O vento no rosto

Uma estrada vazia e sinuosa, uma moto e o vento batendo com vontade no rosto e no corpo... esta é para mim uma das situações em que me sinto mais livre e mais feliz! Fiz um pequeno passeio de moto pela RJ-149, ligação Rio Claro-Mangaratiba, e relembrei a alegria dos dias felizes que passei em viagens em cima de uma motocicleta. Pouco a pouco vou ganhando confiança para poder partir para projetos mais ousados sobre duas rodas, o que sinto estar cada vez mais perto.

Decorridos mais de 10 meses do acidente do qual ainda não me recuperei totalmente, já me sinto satisfeito em estar andando de moto novamente, sentindo o ar fresco das manhãs bater no meu rosto e me devolvendo a vida que me foi roubada por um irresponsável, que sequer  é capaz de imaginar tudo o que me causou. As motos altas e pesadas ainda são um desafio para mim. Não sinto qualquer dificuldade em andar e manobrar motos mais baixas, mas a altura do banco constitui-se na minha maior limitação e dificuldade, no caso de qualquer imprevisto ou emergência não tenho uma perna 100% pronta para apoiar, torcer ou levar trancos, mas vou vencendo as barreiras, uma de cada vez.




O vento no rosto em meu passeio matinal de hoje me deu alento e mais força para não desistir das viagens de moto. Que bons ventos sempre venham!



Vejam a enorme diferença de altura entre os bancos das motos!

domingo, 2 de novembro de 2014

Vassouras


Localizada a cerca de 90 km a partir de Rio Claro através de estrada estadual (RJ-145) e um trecho da BR 393, encontra-se a cidade de Vassouras, que é alcançada a partir do Rio de Janeiro através da via Dutra e das cidades de Paracambi e Mendes. Outrora residência de barões do café, a cidade  teve seu apogeu no auge do ciclo do café e já viveu dias melhores, mas ainda conserva a imponência de suntuosos prédios públicos, casarões históricos e uma enorme praça central, onde o destaque é a igreja matriz, localizada em seu topo.
A antiga estação ferroviária foi convertida em um pequeno museu do trem e está aberta à visitação; a principal rua onde se concentra a maioria dos restaurantes e bares é conhecida como Broadway.
Partindo de Rio Claro, fiz um pequeno passeio em uma manhã ensolarada e quente de domingo à cidade, que não visitava há algum tempo. A viagem leva cerca de 1:40 h, e o resultado foi uma agradável manhã entre prédios, museu, palmeiras, ruas de paralelepípedo e até uma pequena exposição de 3 veículos antigos, onde encontrei um raro Volvo 444 ano 1951, veículo que não via há uns 20 anos. Não poderia de deixar de visitar e bisbilhotar o museu do trem, onde encontrei publicações, fotos e textos sobre a época em que a cidade era servida por ferrovias. A desativação definitiva deu-se em 1970.

Vamos às fotos!






segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Estradas vicinais...

Minha preferência em viagens são as pequenas estradas, geralmente de mão dupla e com pouco movimento, mas que cruzam regiões bonitas e desconhecidas pelos usuários de autoestradas. Sempre que possível, procuro percorrer as estradas secundárias, seja na Europa, EUA ou América do Sul. No Brasil não é diferente, restando o problema da falta de conservação, sinalização e fiscalização, que, inclusive, já me custaram uma fratura na perna cujas sequelas ainda são latentes.
Tive que deslocar-me de Rio Claro a Volta Redonda, e aproveitei para utilizar-me de uma estreita e sinuosa estrada vicinal, que até bem pouco tempo atrás não era pavimentada  e quase intransponível na época das chuvas. Hoje encontra-se asfaltada, porém ainda conserva suas características originais: pequena largura, traçado sinuoso, curvas de raio curto, muitos aclives e declives acentuados e a travessia de belas montanhas, fazendas, ferrovia (hoje desativada) e alguns povoados. A viagem torna-se um passeio agradável e bucólico. A estrada deve ter pouco mais de 10 km de extensão, ligando a RJ 155 na altura de Getulândia (distrito de Rio Claro) ao viaduto de acesso a Volta Redonda, na Via Dutra.
Vamos viajar através das fotos:


                                            Cruzamento com ferrovia

Curva e aclive acentuados

                                              Curvas e declives


                                           Casa de fazenda



                                            Fazenda de gado