sábado, 8 de agosto de 2015

Corrigindo o rumo


A partir de janeiro de 2015, com a viagem a Montevidéu, mudei um pouco o foco e a maneira de fazer as viagens de moto. Tenho procurado, desde então, não só curtir a estrada em si, mas também aproveitar e desbravar mais o destino final e alguns pontos de passagem intermediários. É claro que o importante é estar na estrada, mas ultimamente, ao atingir o destino, tenho deixado a moto parada e me utilizado de outros meios para explorar o local.
Uma coisa que também já venho praticando há algum tempo é procurar andar próximo à velocidade permitida, dentro do bom senso. Como a moto não perde tempo em ultrapassagens e retomadas de velocidade, podemos nos dar ao luxo de não correr demais e ainda assim chegar antes de todos os carros.
E assim, vamos viajando e conhecendo lugares e gente, coisas que dão prazer e enriquecem a experiência de viver.

sábado, 1 de agosto de 2015

Um passeio corrido... literalmente!

Combinamos, eu e Allan ontem à noite, de última hora, sair hoje para um passeio de moto. Iriam também, além de nós, mais 2 motociclistas, um amigo do Allan e um amigo do amigo. Marcamos encontro no posto Belvedere, na Dutra, que fica a 70 km da minha casa.
No Belvedere, encontrei com Allan, Piloto e Carlos Alberto, respectivamente com uma Tiger Explorer XC, uma BMW 1200 GS e uma Ducati Multistrada 1200. Estava formado o quarteto. Decidimos que iríamos pela Dutra até Lorena, e então subiríamos a serra da Mantiqueira em direção a Delfim Moreira.
Andamos forte na Dutra, em um ritmo muito acima daquele que gosto de andar e que me permite apreciar a estrada, as paisagens e relaxar, tanto que acabei ficando para trás.
Saímos da Dutra e pegamos uma estrada estreita, que passa por Piquete.
                                                       Abastecimento em Piquete

Após Piquete inicia-se a longa subida da serra, em uma estrada estreita e sinuosa, com curvas fechadas e sem acostamento. A temperatura caiu de 30ºC para 18ºC! A paisagem era muito bonita, mas não paramos para apreciá-la, continuamos subindo em alto giro e fiquei novamente para trás. Eu não queria correr, meu desejo era apreciar a beleza da serra. Os três me aguardavam na entrada de Delfim Moreira, de onde retornamos, ou seja, fomos em um pé e voltamos no outro! Na descida, apenas uma parada para apreciar as montanhas e vales. Novamente na Dutra, andamos em ritmo ainda mais forte, e, mais uma vez, fiquei para trás. Eles me aguardavam no pedágio de Itatiaia, devem ter andado na faixa de 180/200 km/h.
                                            Na estrada: GE, Allan, Carlos Alberto e Piloto

                                        Serra da Mantiqueira - Ducati, 2 Triumphs e BMW na paisagem!

Entramos em Penedo, mas não almoçamos, apenas "beliscamos" um filet com palmito assado, um gentil oferecimento do Piloto, por sinal, uma delícia.
                                           Parada em Penedo para um filet com palmito assado

Ao sairmos de Penedo, Piloto e Carlos Alberto desapareceram na estrada, eu e Allan voltamos em um ritmo mais suave até o Rio, onde nos despedimos na Linha Vermelha. Ele seguiu pela Linha Amarela para a Barra e eu continuei até em casa.
Cheguei muito cansado, rodamos 580 km, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Apesar dos integrantes do passeio serem gente muito boa, não posso dizer que foi uma viagem prazerosa. Eu gosto de andar mais devagar, curtindo cada quilômetro por onde passo, principalmente se forem estradas e locais que não conheço. O fato de nossas motos serem potentes e velozes, não significa que precisamos andar no limite ou próximo a ele. O que se aproveita de um passeio andando muito rápido?
Refleti e concluí que viajar sozinho, como tenho feito muitas vezes, dá muito prazer e representa a verdadeira liberdade: ando no ritmo que quero, paro onde dá vontade, almoço e janto onde quero e o que quero e estendo a jornada apenas dentro dos meus limites. O inconveniente é a solidão, mas a moto é um transporte solitário. Nada contra aqueles que gostam de ir para a estrada com o objetivo de acelerar a moto e curtir a adrenalina, mas essa não é a minha. Fico com minhas viagens tranquilas, relaxantes e ricas em experiências. Para mim, a moto é um meio de obter essas viagens, e não um fim. Gosto de estar na estrada, mas para curti-la e saboreá-la sobre uma moto. Deixo para os amantes da velocidade e das técnicas de pilotagem as ultrapassagens ousadas, as curvas roçando o joelho no chão, as altas rotações, o escapamento aberto e o rodar por rodar. No final das contas, todos podemos conviver em harmonia, cada um na sua.