segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Estradas vicinais...

Minha preferência em viagens são as pequenas estradas, geralmente de mão dupla e com pouco movimento, mas que cruzam regiões bonitas e desconhecidas pelos usuários de autoestradas. Sempre que possível, procuro percorrer as estradas secundárias, seja na Europa, EUA ou América do Sul. No Brasil não é diferente, restando o problema da falta de conservação, sinalização e fiscalização, que, inclusive, já me custaram uma fratura na perna cujas sequelas ainda são latentes.
Tive que deslocar-me de Rio Claro a Volta Redonda, e aproveitei para utilizar-me de uma estreita e sinuosa estrada vicinal, que até bem pouco tempo atrás não era pavimentada  e quase intransponível na época das chuvas. Hoje encontra-se asfaltada, porém ainda conserva suas características originais: pequena largura, traçado sinuoso, curvas de raio curto, muitos aclives e declives acentuados e a travessia de belas montanhas, fazendas, ferrovia (hoje desativada) e alguns povoados. A viagem torna-se um passeio agradável e bucólico. A estrada deve ter pouco mais de 10 km de extensão, ligando a RJ 155 na altura de Getulândia (distrito de Rio Claro) ao viaduto de acesso a Volta Redonda, na Via Dutra.
Vamos viajar através das fotos:


                                            Cruzamento com ferrovia

Curva e aclive acentuados

                                              Curvas e declives


                                           Casa de fazenda



                                            Fazenda de gado








quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Macundu


O povoado de Macundu pertence a Rio Claro, mas sequer é considerado um distrito, de tão pequeno. Creio que o nome deve ser uma corruptela de Macondo, cidade fictícia do romance “100 anos de solidão”, de G. Garcia Marquez. Acho até que ambos têm coisas em comum, mas isto não interessa no momento.
Macundu fica situado a cerca de 30 km de Rio Claro, a cerca de 570 m de altitude, afundado no meio das montanhas da serra do mar, um cenário muito bonito, com direito a um rio de águas (ainda) límpidas que contorna o povoado e segue seu caminho por uma várzea ladeada por altas montanhas, onde existem fazendas de gado. É uma pena o padrão das construções não ter um estilo definido, e continuam surgindo casas tipo “caixote”, sem qualquer estilo, o que confere uma aparência de favelização a um local privilegiado pela beleza natural.

Para chegar, é necessário percorrer um trecho em estrada de terra, porém em bom estado. Para o fusca, é mole!
                                             Macundu

Após andar pelas duas ruas do povoado, retornei a Rio Claro, mas fiz um desvio no caminho para visitar a Ponte Bela, um belo exemplar de ponte em arco que sobreviveu à inundação da cidade de S. João Marcos nos anos 40. O caminho é muito estreito, cabe apenas um carro, não dá para cruzar com outro veículo ou retornar. A estradinha é própria para veículos altos ou jipes, mas fui de fusca. O caminho foi piorando, antes ficou pedregoso e depois extremamente lamacento, e começou a ficar difícil até para o fusca, pois o assoalho raspava no chão e as rodas perdiam aderência na lama. Eu estava sozinho e com uma perna “meia boca”, e vi que se atolasse, não teria condições de tirar o carro, e por ali não passa ninguém que pudesse me ajudar em caso de necessidade ou emergência. Resolvi voltar, mas como retornar? Voltei um bom trecho em marcha-à-ré, até que consegui manobrar em um local muito apertado. Voltei, mas o desafio me instigou: não cheguei à ponte Bela, e vou voltar lá, quando houver alguém comigo que possa ajudar a desatolar um carro ou ajudar-me caso eu precise, pois ainda não posso fazer alguns tipos de esforço ou movimentos com a perna que foi fraturada.


                                           Caminho para a Ponte Bela


I’ll be back, me aguardem!