sábado, 25 de maio de 2019

Atacama 2019 - Último dia - Santa Cruz do Rio Pardo a Rio Claro


17º dia – sábado, 25 de maio de 2019
A fim de ganhar tempo, acordamos às 6 h, arrumamos a bagagem, tomamos café e conseguimos sair do hotel às 7:30 h. Perdemos um pouco de tempo para sair de Santa Cruz do Rio Pardo e chegar à rodovia.
Atingimos a Castello Branco com denso nevoeiro e rodamos por quase 100 km dentro da densa névoa, até chegar ao posto Bizungão, onde demos uma parada para abastecer.

                                 Posto Bizungão, na Castello Branco - nevoeiro dissipando-se

Fomos seguindo pela Castello com boa velocidade, e os quilômetros se sucederam com rapidez. Na altura de Sorocaba entramos na SP-75 até Campinas, onde ingressamos na D. Pedro I até Jacareí, chegando à Dutra.
Almoçamos em um shopping em Taubaté e metemos o pé na estrada, parando rapidamente em Floriano para tomar Ovomaltine, como de praxe!

Shopping em Taubaté - almoço

                                  Última parada: Ovomaltine na Dutra

Como o meu destino de hoje seria Rio Claro, o Tiago pediu-me para deixá-lo na rodoviária de Barra Mansa, onde tomou um ônibus para o Rio. Sozinho na moto, percorri a RJ-155 até Rio Claro, onde cheguei às 18 h, com o final da claridade do dia.
Considero o rendimento deste último dia de viagem muito bom, conseguimos rodar 740 km e chegar com claridade. É verdade que a qualidade das estradas do estado de São Paulo ajudaram muito e fizeram a diferença. Também o tempo bom e sem chuva teve a sua parcela na qualidade do trecho percorrido. Por ser um sábado, havia menos caminhões circulando, o que deixa a viagem menos tensa e mais segura. Tudo a favor!


A viagem como um todo, a San Pedro de Atacama , foi um sucesso, nada de mal ou ruim aconteceu a nós ou à moto. Fizemos novas amizades e conhecemos/revisitamos lugares incríveis.
Tivemos um exército de anjos protetores cuidando de nós em tempo integral, pelo que só temos a agradecer! E agradecemos também a nossos amigos, familiares e pessoas queridas que deram toda a força e apoio para esta expedição e torceram por nós e para que tudo desse certo.

Atacama 2019 - retornando...

enlameada
13º dia – terça-feira, 21 de maio de 2019
Hora de iniciar o retorno. Acordamos cedo, arrumamos toda a bagagem, tomamos o café da manhã e sentamos na moto. A temperatura era de 1,5 ºC na hora em que saímos de San Pedro de Atacama. 
                                    


Vencemos a longa subida de 47 km que ladeia o vulcão Licancabur e a temperatura caiu para zero graus, assim permanecendo por horas. Fomos seguindo em meio às incríveis e indescritíveis paisagens até o Paso de Jama, onde fizemos os trâmites burocráticos e conhecemos 2 grupos de motociclistas que viajavam de BMW seguindo um guia, também de BMW, obviamente. Um dos grupos era composto de marido e mulher, cada qual em uma BMW 1200, que logo abandonariam o grupo maior. Conversamos e trocamos impressões e experiências.



Após o Paso de Jama, já na Argentina, a temperatura subiu, mas não ultrapassou os 5 graus Celsius. Seguimos em boa velocidade, passamos pelo salar Salinas Grandes e descemos a Cuesta de Lipán devagar e com cuidado, absorvendo a grandiosidade da cordilheira. Após Purmamarca andamos mais rápido, passamos por S. Salvador de Jujuy e a chuva caiu forte; colocamos as capas e decidimos ir mais adiante, parando para dormir em Gral. Guemes, uma cidade pequena sem qualquer atrativo às margens da RN 34 , mas já estava escurecendo e precisávamos parar, ainda mais que a chuva tornava a estrada mais perigosa e reduzia a visibilidade.

                                 Susques: lanche no Pastos Chicos
Achamos um hotel simples por R$75,00 (Ar$750,00) para os dois, e ficamos por lá. Sentimos frio à noite, fato atribuído às colchas finas que foram usadas como cobertor em ambas as camas, as quais não foram suficientes para aquecer.
                                 Hotel meia-boca em Gral. Guemes

14º dia – quarta-feira, 22 de maio de 2019
O desafio de hoje seria vencer o Chaco e a monótona ruta 16, uma reta de 707 km que atravessa uma região rude, rústica e quase desabitada. Foi o dia em que sentimos mais frio, ironicamente na travessia do Chaco, onde as temperaturas no verão chegam a 46 graus.
Já partimos de Gral Guemes com chuva. Achei que o frio havia ficado para trás; a temperatura manteve-se em 11 graus com chuva fina o dia todo, e acabamos sentido frio durante os 793 km que percorremos até chegar em Corrientes à noite. 
                                   Iniciando a Ruta 16

                                          Trecho de 50 km esburacados na ruta 16


                                 O Chaco
O grupo de BMW que conhecemos no Paso de Jama encontrou-nos em uma parada, e todos reclamaram do frio que estavam sentido. Foi uma viagem cansativa, o Chaco sempre cansa, ainda mais com frio, chuva e adentrando a noite.
Pernoitamos em Corrientes, depois de jantar uma deliciosa carne argentina.

15º dia – quinta-feira, 23 de maio de 2019
Saímos de Corrientes sob chuva, com capa. Com muito cuidado, devido às pistas e ruas molhadas e escorregadias, enfrentamos o trânsito, cruzamos a cidade e ingressamos na ruta 12, que leva a Puerto Iguazu, na fronteira com o Brasil
Havíamos andado apenas 35 km quando encontramos a estrada fechada por policiais, devido à interdição de uma ponte adiante. Tivemos que fazer um desvio de 210 km para avançar cerca de 90 km, o que nos atrasou bastante, além da chuva que não nos deixou em paz. Parte de uma das estradas do desvio estava  bastante estragada devido ao inesperado trânsito de caminhões, o que exigiu cuidado e velocidade moderada. Retornamos à ruta 12 antes de Ituzaingó, percorremos 50 km e paramos para abastecer e almoçar no mesmo posto onde na ida conhecemos o Eduardo. Mais uma vez o grupo de BMW chegou um pouco depois de nós.
                                 Viseira enlameada!
                                  Desvio com trecho esburacado
                                 Lama na ruta 12, província de Misiones, chegou a fechar os faróis!

Seguimos pela ruta 12 com chuva e muita lama, ficamos cobertos pela lama vermelha do local. As viseiras dos capacetes, os faróis e a bolha frontal da moto, ficaram totalmente cobertos e opacos pela odiosa lama. Tivemos que parar para lavar as viseiras e os faróis.
Chegamos à fronteira às 17:30 h e às 18 h estávamos entrando no hotel onde passaríamos a noite. Foram 665 km sob chuva praticamente o tempo todo, mas fizemos uma boa viagem e agora estamos de volta ao Brasil!

16º dia – sexta-feira, 24 de maio de 2019
Conseguimos sair de Foz do Iguaçu às 8 h, com temperatura de 13,5 graus, que se manteve por todo o dia. Rodar pelas estradas do Brasil, decididamente é o inferno na terra. Estradas cheias de caminhões, muitos carros, quebra-molas, pardais em excesso e sem propósito, semáforos nas rodovias (??!!!), traçados ruins, pedágios demais (e caros!), polícia rodoviária, rotatórias e outras cosas que vão atrasando a viagem.
Passamos por Cascavel, almoçamos em Juranda e fizemos poucas paradas para abastecer ou tomar café. Optamos por retornar pelo norte do Paraná, muda-se de estrada diversas vezes e cruza-se muitas cidades, o que vai diminuindo a velocidade média.

Anoiteceu quando passávamos por Ourinhos, mas decidimos seguir em frente até a Rodovia Castello Branco. A 10 km da Castelo, mudamos os planos: resolvemos voltar 20 km e pernoitar em Santa Cruz do Rio Pardo, uma tranqüila cidade do interior de São Paulo. Se fôssemos em direção à  Castello Branco, ainda rodaríamos no mínimo mais 100 km até encontrar local para dormir. Já havíamos rodado um bom trecho no escuro, e como não enxergo nada bem à noite, achamos melhor procurar um pouso mais próximo, e, assim, após uma pequena procura, hospedamo-nos em Santa Cruz do Rio Pardo em um hotel legal. Jantamos em um restaurante simples com comida gostosa, vizinho ao hotel.
Rodamos hoje mais de 11 horas e percorremos 730 km.

Atacama 2019 - mais um pouco de San Pedro


12º dia – segunda-feira, 20 de maio de 2019
Hoje deveríamos iniciar o retorno da viagem, mas surgiu a oportunidade de subir o vulcão Toco, de 5650 metros, e o Tiago inscreveu-se em uma excursão para chegar ao topo.
Para ocupar o dia, inscrevi-me para visitar as Termas de Puritama, complexo de águas termais próximo a San Pedro de Atacama.
Como o meu passeio seria à tarde, pela manhã andei mais uma vez pelas ruas de San Pedro, observando, curtindo e fotografando.
A ascenção ao topo do vulcão foi difícil, do grupo de 6 pessoas que partiram, apenas 3 atingiram o  topo, entre eles o Tiago. A temperatura no ponto mais alto era de -10ºC.



A visita às Termas de Puritama não pôde ser feita devido ao forte vento que chegou a San Pedro por volta das 12 h. Já que ir a Puritama não seria possível, Fui às Lagunas Escondidas, um belíssimo conjunto de 6 lagoas, onde é possível banhar-se na 1ª e na última. A salinidade é absurdamente alta, impossível afundar! A estrada tem 45 km de rípio (90 km ida e volta) em mal estado e a viagem foi sofrida, mas compensou. As lagunas no meio do deserto, emolduradas por montanhas e vulcões, são lindas e cercadas de sal! Na volta paramos em um ponto da estrada, onde acaba o rípio, e foi servido ao grupo um pequeno lanche, com pisco e alguns tira-gostos, regados a muito vento e baixa temperatura (7ºC)!

                                 Lagunas escondidas - tudo branco ao redor é sal
                                 Altíssima salinidade, não se consegue afundar!

                                 Solo "lunar" e muito sal - beleza exótica
                                  Águas totalmente limpas e transparentes, com elevadíssimo teor de sal

Terminamos o dia com um ótimo jantar, em um dos inúmeros restaurantes da cidade.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Atacama 2019 - Os cães de San Pedro

Há duas coisas que chamam imediatamente a atenção das pessoas em San Pedro de Atacama: a cor do céu, um azul profundo, e a quantidade de cães pelas ruas.
Quanto aos cães, são de diversas raças, alguns mestiços, mas a maioria é de grande porte e todos são extremamente mansos e dóceis, jamais atacam. A maioria foi abandonada pelos ex-donos, que se mudaram ou não puderam sustentá-los, e vagam pelas ruas frias e poeirentas à procura de comida e de abrigo. Muitos são "adotados" por comerciantes ou pessoas próximas, que lhes dão restos de comida, mas os deixam ao relento. É de cortar o coração. Em um dos meus passeios pelas ruas de San Pedro, captei imagens desses animais que são tão amigos do homem, mas que muitas vezes são renegados por aqueles a quem eles dedicam amizade e lealdade.



























E quanto ao céu da cidade, algumas fotos podem ilustrar a tonalidade e a limpeza. Talvez devido à baixíssima umidade do ar (abaixo de 7%), a ausência de vapor d'água seja responsável por um azul turquesa tão profundo.