sexta-feira, 27 de julho de 2012

Nova aventura - Descobrindo o Brasil


Uma nova viagem está se delineando, e deverá ocorrer no próximo mês de agosto (dentro de alguns dias), com partida prevista para o dia 4 ou dia 5. Desta vez, nada de neve, cordilheiras e países andinos. Pretendo dar um giro pelo Brasil, passando por diversas regiões, climas e paisagens: serra, cerrado, planalto, sertão, agreste e litoral. Irei com a XT 660 R, para avaliá-la melhor e verificar os itens de conforto e segurança que deverei providenciar para a viagem ao Noroeste da Argentina em fevereiro 2013.



A viagem será dividida em 3 etapas:

1 - Rio de Janeiro até Palmas (TO). Neste trecho,  predomina o cerrado. A partir de Brasília, ao invés de seguir pelas BRs 080 e 153, irei pelas GO 118 e TO 050, passando pela Chapada dos Veadeiros e algumas cidades históricas. Distância aproximada: 2.058 km.
2 - Palmas a João Pessoa (PB). Atravessarei uma região de sertão, seca e com poucos recursos, passando pelos estados de Tocantins, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Ceará e Paraíba, alcançando o litoral em João Pessoa. Distância: 2.226 km.
3 - João Pessoa ao Rio de Janeiro. Retorno ao Rio através do litoral do nordeste, passando por Recife, Maceió, Aracaju e (talvez) Salvador. Há muitas praias a conhecer e cidades históricas a revisitar, como Penedo (AL) e Marechal Deodoro (AL). Ainda não decidi se voltarei de Salvador ao Rio pela BR 101 ou BR 116, talvez escolha a BR 101, que me possibilitará passar por Vitória. Distância: 2.772 km.

A quilometragem total aproximada, incluido alguns passeios e tours pelas cidades será de 7.500 km.
O tempo total estimado é de 22 dias.

Aguardem mais notícias. Tomem assento na garupa e vamos em frente!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ruínas de São João Marcos III


Existem diversos passeios curtos a partir de Rio Claro. Hoje, ao levantar, os termômetros marcavam 8 ºC. É bem frio, mas eu queria dar uma voltinha na velha Honda Cb 500 Four.
Esperei o sol esquentar e parti para as ruínas de São João Marcos, cidade que já foi a sede do município, antes de ser totalmente destruída e inundada nos anos 1940, com a finalidade de aumentar o reservatório de Ribeirão das Lajes e garantir o fornecimento de água e energia elétrica para a cidade do Rio de Janeiro. A cidade havia sido tombada como patrimônio histórico, mas foi "destombada" por ato do então presidente-ditador Getúlio Vargas para que pudesse transformar-se em uma represa. Os moradores foram todos retirados e as construções demolidas, para que não retornassem. Todos perderam suas raízes e referências.
A cidade, ou o que restou dela, fica a 23 km de Rio Claro, sendo 20 km em uma estrada recém asfaltada, um verdadeiro tapete, e 3 km de terra, uma estrada bem ruinzinha, onde carros mais baixos não passam sem raspar o fundo.
                                          Trecho do acesso às ruínas de S.J. Marcos

                                          Ponte na entrada da cidade
                   
 
                                          Rua da cidade                                  
   
                                          Ruínas da igreja matriz  

                                          Pórtico de entrada da igreja

                                          Rua da cidade
                                                       Rua da cidade, com parte submersa

                                          Teatro municipal (o que restou)

Uma visita às ruínas da cidade foi narrada no blog anterior "Viagens e aventuras de moto", que tirei do ar. Não vou repetir o que foi a cidade de São João Marcos e o que fizeram com ela, apenas me limitarei a mostrar algumas fotos.
Quem quiser mais informações sobre a cidade inundada, como chegar e algo sobre a sua história, deixe um comentário ao final da postagem.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Serra de Rio Claro II



Na postagem anterior, relatei que subi a serra em Rio Claro até o local conhecido como Pedra do Rastro com a CG 125, aproveitando que deram uma melhorada no caminho.

Na Pedra do Rastro a trilha bifurca: tomando-se o lado esquerdo, vai sair no sertão dos Hortelãs, e de lá chega-se ao sertão do Prata. ambos sobre as montanhas, isolados da civilização.
Novamente, peguei a valente CG ano 1982 disposto a chegar ao sertão dos Hortelãs através da serra cujo caminho se inicia na minha propriedade. O primeiro trecho até a Pedra do Rastro é bastante íngreme, mas a moto deu conta sem reclamar. Devemos lembrar que é uma moto antiga e totalmente street, totalmente fora de propósito para percorrer trilhas.

Após a Pedra do Rastro o caminho vai piorando: travessia de rios, pedras e algum sobe-e-desce da trilha, mas ainda em condições razoáveis para ser percorrida em tempo seco. Atravessei 3 cursos d'água, sendo que em um deles a água chegou ao meio da moto. As subidas foram ficando cada vez mais íngremes, e algumas eu só conseguia vencer queimando a embreagem e a roda dianteira levantando. Um perigo, pois se eu caísse para trás rolaria a pirabeira embolado com a moto.

Mais adiante, acabou o caminho melhorado com o auxílio de máquinas: a trilha ficou estreita, pedregosa e cheia de perigos, como barrancos, valas e degraus. Continuei seguindo, abrido porteiras e atravessando rios.

Em determinado ponto, após atravessar o 4º curso d'água, decidi desistir e voltar, pois o caminho foi estreitando e as travessias de rios foram ficando críticas para uma moto street antiga de 125 cilindradas Tive muita vontade de me aventurar e seguir em frente, mas caso algo me acontecesse (tombo, enguiço) não haveria qualquer pessoa para me ajudar. Eu já houvera subido muito,estava acima dos cumes de diversas montanhas ao redor, e ainda havia um enorme morro a vencer.


Tive muito trabalho para virar a moto sozinho no local onde estava, pois a trilha era muito estreita, bem menor que o comprimento da moto. Consegui, com alguma dificuldade,  virá-la na direção do retorno, e empreendi a enorme descida de volta. Só para ter uma idéia da inclinação,  a moto em 1ª marcha necessitava ser freiada com os 2 freios para não ganhar velocidade. Até os freios  a tambor  da pequena CG surpreenderam, pois não houve fadiga, e olhe que desci freiando todo o tempo.

O caminho percorrido e o visual em torno são muito bonitos, a impressão que se tem é que estamos  em um local totalmente isolado, sem qualquer civilização por perto em um raio de 500 km! O ambiente é totalmente rural: cavalos, bois, morros, matas e nenhuma pessoa ao longo de todo o percurso. Passei por algumas casas fechadas e currais abandonados. Nada de gente! Curioso é que estamos praticamente dentro de Rio Claro e a apenas 138 km do Rio. Como existem locais a serem descobertos,  sendo alguns no quintal de nossa casa!
Tenho idéia de voltar, porém com uma moto mais adequada, para fazer o caminho completo até o sertão dos Hortelãs.