sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fim do mundo x passeio de moto



Hoje , 21 de dezembro de 2012, é o dia previsto no calendário Maia para o fim do mundo. Não vou ficar esperando sentado: enquanto o mundo não acaba, vou dar um passeio de moto e justamente apreciar as coisas que o mundo tem de melhor: as matas, os pássaros, os animais, as montanhas e o mar, enfim, todas as paisagens possíveis, obviamente sobre uma moto, o que é muito mais prazeroso.
Saí de Rio Claro com a CB 500 Four com destino a Mangaratiba pela estrada que desce para o litoral pela bela Serra do Piloto, hoje totalmente asfaltada. Asfalto impecável, muitas curvas, montanhas por todos os lados e a presença constante de rios tornam esse pequeno trecho de 39 km um colírio. Muito verde, e, ao parar a moto, cantos e revoadas de pássaros, um paraíso a apenas 140 km do Rio. Será uma pena se o mundo realmente acabar, pois perderemos a chance de apreciar tanta beleza em um ambiente de paz total.
A descida da serra do Piloto possui em sua margem um muro de pedras que foi construído ainda no tempo do império, quando D. Pedro I costumava passar por essas paragens. Há também bebedouros para animais e cachoeiras na beira da estrada. Já a meio caminho entre o topo da serra e a cidade de Mangaratiba, tem-se uma belíssima vista da cidade, com o mar e montanhas servindo de moldura. Muito bonito, é um passeio de menos de 1 hora que vale muito a pena, ainda mais agora que a descida da serra foi também asfaltada. Vou incluir este trecho nos passeios que faço com os amigos que me visitam de moto em Rio Claro. Como hoje o dia amanheceu ensolarado e com céu azul,  as cores ficaram mais vivas e tudo ganhou um tom melhor, mais vibrante.
                                            Ponte sobre o rio Piraí. Ao fundo, a ponte antiga.



                                           Bebedouro para animais, na estrada

Mangaratiba vista da serra do Piloto
                                           
                                            Muro de pedras que margeia a descida da serra

                                          A estrada, entre  morros e montanhas. Muito verde!

O único senão é que eu não estava com minha máquina fotográfica, mas isso não me impediu de conseguir algumas imagens, embora de baixa qualidade. Prometo imagens melhores em um futuro breve!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

2012


No início deste ano encerrei minhas atividades laborais, após 40 anos de trabalho. Achei que estava na hora de dedicar-me às coisas que gosto de fazer, afinal, o tempo está correndo contra mim, e sempre me pergunto por quanto tempo ainda poderei exercer as atividades que me dão prazer, mas que exigem algum esforço físico.
Neste ano de 2012 procurei realizar mais viagens do que normalmente fazia, tocar mais do que de costume, compor, visitar amigos e estabelecer uma rotina de exercícios que me mantenha em forma sem sacrifícios demais.


                                           Alto da serra da Bocaina (sertão da Bocaina)

                                          Sertão dos hortelãs

                                          São João Marcos - ruínas

                                           Caminho para as ruínas de São João Marcos

Tive alguns problemas de saúde que estão contornados, e, olhando para trás, somente do ponto de vista de viagens, não há do que me queixar. Além de pequenas viagens e passeios como Norte Fluminense, Quatis e Passa Vinte (Sul Fluminense), Sertão dos Hortelãs, Serra da Bocaina, São Paulo, Serra de Rio Claro e Ruínas de S.J. Marcos (algumas fotos acima), houve grandes viagens muito interessantes e que me deram imenso prazer. Foram elas:
- Argentina e Chile (março), de Falcon;

- Alto Paraíso e Chapada dos Veadeiros (maio), de Bandit;

- Gramado e serra gaúcha (setembro), de avião;

- Mucugê e Chapada Diamantina (outubro), de XT 660R;

- Rondônia e Centro-Oeste (dezembro), de XT 660R.

Também realizei uma série de melhorias no sítio, como pintura, cercas, corte e poda de árvores, instalações hidráulicas e pequenos serviços de manutenção.
Enfim, apesar de não estar mais trabalhando em troca de remuneração, foi um ano com muitas atividades. Tenho muitos planos de viagens para 2013, e peço a Deus que me dê saúde e disposição para realizá-los.
Boas festas e um promissor 2013 para todos os amigos e seguidores deste blog!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O último dia


Pernoitei em um hotel típico para representantes de firmas, e o meu quarto ficava no 4º andar, sem elevador! Jantei no próprio hotel (comida honesta por R$ 10,00), troquei o curativo do joelho para não manchar a cama de sangue e tentei dormir. Foi um sono atormentado, acordei diversas vezes e tentava me lembrar de que forma caí para não me machucar, mas até agora ainda não cheguei a um conclusão. Resta a felicidade de saber que saí ileso quando poderia nem ter saído, dadas as condições em que o travamento e o tombo aconteceram. Imaginava se isto ocorresse durante uma ultrapassagem com caminhões  vindo no sentido oposto em pista dupla: seria morte certa, e me arrepio só de pensar.
No café da manhã, somente homens, nem uma mulher sequer, e todos com macacões, uniformes ou camisas com logomarcas. Um hotel para vendedores e representantes, conforme eu supunha!
Hotel em Barbacena - fiquei no 4º andar, sem elevador

Ao sair da garagem do hotel, outra zebra: o pneu dianteiro estava vazio, supostamente furado. Fui até um posto e o enchi, mas não quis arriscar pegar a estrada, pois se estivesse furado, se esvaziaria e eu levaria outro tombo! Dirigi-me então à Turinhos Motos (concessionária Yamaha) e solicitei que desmontassem a roda dianteira, a fim de que eu a levasse a um borracheiro.
Constatado e consertado o furo, a roda foi remontada e acabei saindo de Barbacena às 10:10 h, com bastante calor. Não confiava mais na moto, e não sabia o que mais ela poderia me aprontar, assim, mantive velocidade em torno de 90 km/h. Não que isso evitasse algum problema mecânico, mas, se ocorresse, o dano seria menor. A cada curva e a cada ultrapassagem que fazia, imaginava se a roda travasse naquela situação. O joelho incomodou a viagem toda, mas o que mais incomoda é o meu ombro esquerdo, que já estava muito dolorido antes do tombo. Acho que fiz algum movimento brusco durante a queda ou para levantar a moto, que não dá para levantar o braço. Para esticar o braço e pagar os pedágios foi difícil. Isto é por conta da idade!
Almocei em Juiz de Fora, exatamente a 100 km de Barbacena, e cheguei ao Rio com um calor terrível às 14:10 h, ou seja, mesmo andando devagar, a viagem rendeu. A estrada estava vazia e as condições do asfalto eram boas, o que ajudou. Somente na baixada fluminense, após descer a serra de Petrópolis, é que o trânsito fica selvagem e o calor desumano.
Cheguei bem, agora é só curar o joelho, que dói e arde, pois está sem pele. Considero a viagem um sucesso, boa em todos os sentidos: visitei meu filho Thiago, andei por regiões que não costumo andar, conheci Rolim de Moura e ainda de quebra percorri a serra da Canastra, uma experiência legal e que apreciei muito.
                                            Auto retrato: joelho esfolado

Precisarei fazer uma boa manutenção na moto: trocar óleo e filtros, instalar novo protetor de corrente (que se quebrou), lubrificar a corrente, inspecionar quanto a peças frouxas ou quebradas e, principalmente, dar uma boa lavada, para retirar toda a lama e terra que se acumularam nesses dias de viagem. Será que voltarei a confiar nela novamente a ponto de andar a mais de 100 km/h? Essa história de correntes que se desgastam e quebram me deixou traumatizado!
Até a próxima viagem!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Um contratempo... que poderia ser pior


O hotel Stalo em Piumhi era excelente, e o café da manhã, então, era digno de um 4 ou 5 estrelas.
Lubrifiquei a corrente antes de sair, e notei que estava bem frouxa, isso é normal em correntes sem retentor, necessitam sempre de ajuste. Como eu já estava com toda a bagagem amarrada e as ferramentas ficam no fundo dos alforjes, decidi seguir assim mesmo, e talvez encontrar algum mecânico pelo caminho para fazer o ajuste.
                                            Hotel Stalo, em Piumhi

Passei por Formiga e Perdões e cheguei à Fernão Dias. Parei em um Graal e fiz eu mesmo  o ajuste da corrente, 150 km após sair de Piumhi, lubrificando-a novamente. Entrei na estrada que liga a BR 381 à BR 040, que passa por São João del Rei e Tiradentes, alcançando a BR 040 em Barbacena. Algo me dizia que não deveria confiar em correntes com emenda, e não abusei da velocidade nem das acelerações.
                                            Almoço na estrada, próximo a S.J. del Rei

Estava na BR 040 a 130 km/h, a cerca de 20 km após Barbacena, já pensando que iria chegar cedo em casa quando, em uma curva, a corrente arrebentou e embolou-se na coroa, travando a moto imediatamente. Tentei controlar a derrapagem com a roda traseira travada e até que consegui um grande feito, a moto foi perdendo velocidade, mas o tombo acabou sendo inevitável, e a moto caiu comigo junto e arrastamos no asfalto por uns 15 metros. Estava em uma curva, levantei-me e rapidamente saí de perto da moto e sinalizei para os veículos que vinham atrás. Aparentemente, não havia quebrado nada, apenas um joelho bem ralado.
Não consegui levantar a moto sozinho, um rapaz parou sua Kombi e veio ajudar-me. Foi difícil tirar a moto do meio da estrada, pois estava com a roda traseira travada e pesava muito. Fomos dando trancos para levantar a roda traseira e conseguimos colocá-la no acostamento do lado esquerdo.
O rapaz, que se chama Aldair, levou-me em sua Kombi a alguns mecânicos, mas nenhum se dispôs a ir na estrada desmontar a roda, e também de nada adiantaria. Passamos a procurar alguém que levasse a moto em uma caminhonete até um mecânico.  Fomos a 5 pessoas, mas todas tinham problemas e não podiam fazer o frete. Incrível sempre haver gente solidária nessas horas,o Aldair foi incansável e me conduziu até eu resolver o problema. A moto ficou na beira da estrada, com toda a bagagem.
Estávamos tentando obter o frete com o filho de um morador das proximidades, quando passou uma caminhonete Hilux por nós. Fizemos sinal para ela parar e pedimos para levar a moto. A princípio, o condutor não queria levar, mas conseguimos convencê-lo. Fizemos muita força para colocar a moto sobre a caminhonete, e o rapaz me levou para a concessionária Yamaha em Barbacena (Turinhos Motos), onde fizemos mais força para retirar a moto e colocá-la dentro da oficina. Ponto para os caras da caminhonete também (eram 2 rapazes), que me tiraram da estrada e me conduziram a um porto seguro onde eu poderia consertar a moto.

Corrente arrebentada, na BR 040




A corrente estava destroçada, e coroa  empenou devido ao tranco recebido. Fui a uma farmácia próxima e comprei merthiolate, gaze e esparadrapo e fiz um curativo no joelho, pois a calça roçando estava fazendo arder mais.
Devo agradecer a Deus por não ter sofrido sequer um arranhão (a menos do joelho) e não haver algum caminhão atrás de mim na hora do acidente. Até agora estou chocado com este milagre, desta vez meus anjos da guarda tiveram muito trabalho para me livrar, o que só tenho a agradecer! Até a moto, que caiu a 130 km/h, não teve um arranhão sequer, os alforjes a protegeram (e me protegeram também). Já pensou se fosse naquela solidão da Serra da Canastra ou em um trecho de mão dupla? Ou em alguma ultrapassagem ousada  (fiz tantas!) Eu não estaria relatando essa história!
A moto só ficou pronta às 19:20 h, achei melhor não viajar à noite, sendo assim, pernoitarei em Barbacena. Hospedei-me em um hotel frequentado por representantes comerciais, próximo à saída da cidade, assim, amanhã estarei próximo à rodovia BR 040, meu caminho. Estou a 280 km do Rio!

                                           O mecânico Ronnie trocando a relação

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Um desvio - Serra da Canastra

Choveu a noite toda em Monte Alegre de Minas. Pela manhã, a chuva cessou, mas as ruas ainda estavam molhadas. Continuei na BR 365 até Uberlândia, um ótimo trecho duplicado. Chegando a Uberlândia há que se ficar atento para não entrar na cidade ou pegar alguma estrada errada, pois há 6 rodovias que convergem para aquela cidade, o que a torna um ponto logístico estratégico.

Tomei a estrada para Araxá. Contornei a cidade de Araxá e tive alguma dificuldade para encontrar a estrada que leva a Tapira, aliás esta estrada é estreita, tem bom asfalto e é margeada em boa parte por bougainvilles de diversas cores, o que a torna muito agradável de ser percorrida.


A partir de Tapira, meu rumo foi o da a serra da Canastra, que queria conhecer. O caminho é uma estrada de terra muito estreita, de 42 km que leva a São João Batista. Era minha intenção pernoitar em alguma pousada em S.J. Batista e no dia seguinte fazer incursões pela serra da Canastra. Levei duas horas para percorrer os 42 km, se bem que parei algumas vezes para apreciar o local e tirar fotos. A estrada corre pelo espigão dos morros, é um grande sobe e desce pelo topo das montanhas.
Serra da Canastra 

São João Batista

Ao chegar a S.J. Batista, deparei-me com uma cidade fantasma: o povoado é mínimo, e tem uma pousada, mas não havia ninguém nas ruas. A pousada estava fechada, assim como os bares e todas as casas, nem havia a quem perguntar algo. Já eram 15:10 h e estava ameaçando um temporal, e eu cercado de estradas de terra. Havia 2 opções: retornar a Tapira ou seguir, por dentro do parque da serra da Canastra, até a próxima cidade, São Roque de Minas. Eram mais 48 km de estrada de terra, em estado muito pior do que os 42 km que eu já houvera percorrido até ali. Resolvi ir em frente. Se a chuva me pegasse, é certo que eu levaria alguns tombos, se é que conseguiria passar em alguns trechos.
No caminho, conheci a nascente do rio São Francisco, um sonho antigo. Impressionante como aquele pequeno olho d'água se transforma em um dos maiores rios do Brasil e leva progresso desenvolvimento a centenas de municípios às suas margens.
Primeira ponte sobre o rio S. Francisco, 30 m após a nascente

Este segundo trecho da estrada é cheio de subidas e descidas com barro, pedras soltas (rípio), muitos seixos rolados e até trechos em subida sobre pedras. Fui seguindo, fugindo da chuva, e levei 1:45 h para percorrer os 48 km. A descida para São Roque de Minas é um absurdo: longa e muito íngreme, perigosíssima, qualquer vacilo resultaria em um tombo com graves consequências, e até poderia ser fatal. Uma freada seria um tombo, o piso estava forrado de seixos rolados e brita.




A cidade de São Roque é bonitinha e interessante. fica em uma ladeira. O hotel que fica na praça, estava com as portas fechadas, bati e ninguém atendeu. Já passava das 17:00 h, e ao longe via-se a chuva se formando. Como também não havia hotel, segui mais uma vez em frente até a próxima cidade, Piumhi.
                                            São Roque de Minas

Peguei chuva no caminho, estava todo molhado e enlameado devido aos 90 km em estradas dadas de terra  e à chuva do último trecho.
Entrei em Piumhi e hospedei-me no mais caro e melhor hotel de toda a viagem, mas eu estava merecendo
Peguei uma sauna para relaxar da pilotagem  na travessia da serra da Canastra ( o hotel tem até sauna!). Jantei no restaurante do hotel.
Apesar de haver rodado em estradas asfaltadas de Monte Alegre até Tapira e de São Roque de Minas até Piumhi, o que marcou o dia de hoje foram os 90 km em estradas de terra precárias (quase trilhas) na Serra da Canastra. Apesar do cansaço de pilotar tanto tempo com muita atenção e cuidado, pois estava sozinho com a moto carregada e nada de errado poderia me acontecer  (não encontrei nenhum carro em todo o percurso), valeu a pena pelas paisagens e por todo o visual do local.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Retornando - 3º dia - Alguns problemas


Ao lubrificar a corrente pela manhã, notei que havia uma deformação anormal na mesma, mas saí do hotel e peguei a estrada. O trecho entre Mineiros e Jataí, de 105 km, passou rápido, o ar estava fresco e andei bem.
Iria fazer um caminho diferente da ida, passando pela cidade de São Simão (GO), onde há uma represa e praias. A sugestão foi do Thiago e eu já a havia incorporado. Porém, logo após Jataí, em um posto no trevo da estrada que dá acesso a São Simão, achei a corrente barulhenta demais e trepidando quando a moto andava. Examinando melhor, verifiquei que todos os retentores se haviam desintegrado, e a corrente apresentava um alto grau de deformação. Além do mais, estava muito esticada, com folga ZERO. Não daria para continuar. Retornei a Jataí, entrei na cidade e procurei a concessionária Yamaha. Fui muito bem atendido, mas não tinham a relação para vender-me. Ligaram para a concessionária de Rio Verde, que também não a tinha em estoque. Muito atencioso, o vendedor ligou para a Lee Moto Peças, em Rio Verde; eles possuíam uma relação alternativa, com corrente sem retentores.
O mecânico da concessionária em Jataí afrouxou a corrente o quanto foi possível, para que não arrebentasse, e parti para Rio Verde (GO), 100 km adiante, evitando acelerações bruscas, pois bem sei o que é ficar sem corrente no meio da estrada!
A estrada entre Jataí e Rio Verde está em obras de duplicação, havia 9 desvios nesses 100 km, mas a moto foi bem, apenas com um ruído horrível, semelhante a um moedor de metais. Parecia que tudo iria se desmanchar!
Cheguei em Rio Verde, entrei na cidade e achei a Lee Moto Peças. Comprei a relação completa (com corrente sem retentor) e fiquei aguardando a troca. Para meu azar, o mecânico que trocaria a relação teve problemas (mecânicos!) com seu carro e atrasou bastante. Enquanto eu aguardava, a chuva caiu copiosa sobre Rio Verde, alagando ruas e enchendo os córregos que cruzam a cidade.
                                           O estado em que a corrente ficou

Lee Moto Peças, em Rio Verde - GO

A troca da relação completa

A moto ficou pronta às 15:00h, a chuva tinha cessado, mas somente sobre Rio Verde. Atravessei toda a cidade e cheguei à estrada para continuar a viagem, e logo a chuva caiu novamente, bem forte, e me acompanhou por mais de 100 km. Continuei rodando, saí de Goiás e entrei em Minas, o trecho entre Itumbiara (GO) e o "trevão" é duplicado e está em bom estado. Já estava começando a escurecer quando a chuva caiu novamente. Parei no "trevão" para abastecer, no mesmo local onde almoçara e conhecera Alcebíades na ida. Sob chuva seria muito difícil continuar à noite, então entrei na cidade de Monte Alegre de Minas, 18 km adiante do "trevão"" e cerca de 60 km antes de Uberlândia, e consegui um hotel simples, com mosquitos no quarto. Hoje o dia não rendeu muito devido ao problema com a corrente da moto, mas isto, ao menos, foi resolvido.
Caso não esteja chovendo, amanhã penso em ir para o parque nacional da Serra da Canastra, onde fica a nascente do Rio São Francisco.

Hotel em Monte Alegre de Minas

                                             Monte Alegre - MG


domingo, 9 de dezembro de 2012

Retornando - 2º dia


O dia de hoje foi especialmente cansativo.
Entre Cáceres e Cuiabá a viagem foi tranqüila, com a estrada vazia. É o melhor trecho da viagem, tirando a serra da Mantiqueira entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Possui matas às suas margens, bastante verde e até uma serra, a do Mangaval.
                                             Trecho entre Cáceres e Cuiabá  

Em Cuiabá começou o inferno. Devido à sinalização deficiente, acabei entrando em Várzea Grande e Cuiabá, rodando por dentro de Cuiabá por 32 km até conseguir encontrar a saída para a estrada! Isso na capital do calor, a 38 ºC, e eu estava de botas, luvas, casaco e capacete fechado. Retornei à estrada e aí vi que havia conhecido somente o purgatório, pois o inferno estava por vir. A estrada estava totalmente tomada por caminhões, que formavam uma fila indiana interminável. Nos primeiros 60 km, a velocidade não ultrapassava os 40 km/h, chegando o trânsito a parar totalmente por diversas vezes nos 2 sentidos, sem falar nos inúmeros quebra-molas, pardais e postos da PRF com obstáculos que pioram a situação. Após 60 km, há um pequeno trecho duplicado onde as coisas melhoram, para voltar a piorar em seguida. Somente depois de 110 km após Cuiabá consegui colocar 110 km/h na moto, mas nunca por mais do que 3 minutos, pois o volume de caminhões era absurdo, e olhe que hoje é um domingo! Imagine amanhã! Imagine na copa!
Entre Cuiabá e Rondonópolis há outra serra, bastante perigosa, mas que apresenta um belo visual das chapadas ao redor.
Ponte em Cuiabá




Serra entre Cuiabá e Rondonópolis
                                          

Logo após Jaciara houve um acidente em que uma carreta-prancha ficou atravessada na pista, interrompendo o trânsito nos dois sentidos. Entrei por uma pequena vila e por uma estrada de terra para me livrar do congestionamento de 8 km.
A partir de Rondonópolis, o volume de caminhões diminui bastante, pois a maioria segue em direção a Campo Grande e São Paulo, para atingir os portos de Santos e Paranaguá. O asfalto, em condições ruins, não ajuda muito, pois além de alguns buracos, há muitas imperfeições na pista que a tornam muito perigosa para motos (trilhos de rodas profundos, desplacamentos e exsudações). Os acostamentos são pequenos ou inexistentes, e quando existem, estão desnivelados em relação à estrada em mais de 10 cm, chegando a mais de 20 cm em alguns trechos.
Ao entrar no estado de Goiás as condições do asfalto melhoram sensivelmente, e deu para andar mais rápido, mas um novo acidente, com o tombamento de uma carreta transportando caroços de algodão fechou as duas pistas;  desta vez fui pelo acostamento até o local do acidente, e quando liberaram a estrada, andei 60 km sozinho, sem qualquer carro à frente, devido ao represamento.
                                           Acidente com tombamento de carreta     

                                           Tempestade (chuva) ao longe, na estrada

Para fechar bem o dia, o pôr do sol no planalto foi um belo espetáculo!
Cheguei ao acesso a Mineiros e resolvi entrar na cidade, já eram 20:30 h e eu estava bastante cansado de tanto andar no meio dos caminhões e com o asfalto ruim. Custei  a conseguir um hotel, e acabei hospedando-me em uma espelunca, mas ao menos tem ar condicionado!
Tomei um banho frio bem longo e saí para lanchar.

                                                Hotel em Mineiros

sábado, 8 de dezembro de 2012

Retornando...

Ontem à noite resolvi  que já estava na hora de começar o retorno. Ainda assim, eu e Thiago ficamos conversando, tomando vinho e tocando violão até quase 1:00 h. Foi muito agradável ficar em Rolim de Moura na companhia do Thiago, mas o Natal se aproxima e preciso estar no Rio e em Rio Claro para resolver algumas coisas.
Saí com tempo firme, com algumas nesgas de céu azul. Passei por Pimenta Bueno e continuei pela BR 364. Até Vilhena, 250 km após Rolim de Moura, não choveu. Enquanto eu abastecia, caiu um temporal como eu não via há muito tempo. Aguardei uma estiagem que não ocorreu, e continuei viagem com a chuva. A visibilidade era de poucos metros à frente, com muita água caindo. Peguei esta chuva fortíssima durante 100 km, entre Vilhena e Comodoro, onde almocei.

A partir de Comodoro o tempo foi alternando entre chuvas e mormaço, mas as pancadas não foram tão violentas quanto a chuva entre Vilhena e Comodoro.
E assim fui seguindo até Cáceres, onde cheguei ao cair da tarde, hospedando-me no mesmo hotel que ficara  hospedado na ida. Estava bastante cansado quando parei, talvez devido à tensão de viajar sob chuva.
Mesmo com as pistas molhadas e com a chuva que caia, consegui manter uma boa velocidade média. Apesar de capa e botas, molhei-me um pouco, deve ter sido pela intensidade da chuva.