domingo, 14 de agosto de 2016

Chapada Diamantina, novamente!

Viagem à Chapada Diamantina, realizada entre os dias 5 e 11 de agosto de 2016 (7 dias e 3.250 km rodados). Equipe:
Guilherme Edel - Triumph Explorer 1200
Sylvio "Jeitoso" - Suzuki Boulevard 800
Marcos "Talhadeira" - Honda CB 500 X
Hélcio "Minotauro" - BMW GS 800

Juntamente com mais 3 amigos, aproveitei os feriados e a confusão  que as olimpíadas causaram ao Rio, e resolvi sair em mais uma viagem de moto. Escolhemos como destino a cidade de Mucugê, na Chapada Diamantina, BA.
Saímos do Rio Comprido no dia 5 de agosto de 2016, uma sexta-feira, eu de Tiger Explorer, Sylvio de Boulevard 800 e Marcos de CB 500X às 7:00 h. Paramos na Casa do Alemão da BR-040 para esperar o Hélcio, que não apareceu devido a modificações e interdições no trânsito. Aguardamos por meia hora e seguimos viagem, deixando uma mensagem no Whatsapp para ele, informando o local da próxima parada. Subimos a belíssima serra do órgãos  com tempo aberto, e um pouco após o contorno de Teresópolis, o Hélcio nos alcançou com sua GS 800.
                                           Serra dos Órgãos - sempre linda e imponente

                                     Equipe completa: Hélcio, Sylvio, Marcos e GE - Além Paraíba

Com a equipe completa, tocamos pela BR-116 em direção à Bahia, fazendo paradas para abastecer e almoçar. A estrada está em bom estado, o que permitiu uma pilotagem tranquila e segura.
Após rodar 720 km, chegamos em Teófilo Otoni, MG, às 19:00 h, depois de 12 horas de guidão! Pernoitamos no mesmo hotel onde dormi o ano passado na viagem ao Piauí, jantamos no próprio hotel e fomos dormir, estávamos bastante cansados depois do dia inteiro na estrada, que é bem sinuosa.
                                 1º pôr-do-sol na estrada                

No dia seguinte, um sábado, partimos às 7:45 h de Teófilo Otoni e vencemos a distancia até Vitória da Conquista pela manhã, parando para almoçar em um posto à beira da estrada. O traçado da estrada foi se tornando aos poucos mais retilíneo, o que permitia velocidades maiores. O relevo da região norte de MG é bem interessante, com muitas formações rochosas e morros de pedra. Ao entrar no estado da Bahia a estrada torna-se reta, mas, inexplicavelmente, há um grande aumento no volume de caminhões, em ambos os sentidos. Se não fosse reta, as ultrapassagens seriam difíceis, dada a quantidade de bi-trens em comboio.



Depois de Vitória da Conquista, o percurso foi por estradas estaduais bem vazias, algumas em bom estado e outras completamente detonadas. Nos trechos bons a velocidade era alta, mas tínhamos que andar com muita atenção nos trechos esburacados e com defeitos. As motos sofreram um pouco, mas resistiram bem!


                                    Chapada Diamantina


                                 2º pôr-do-sol na estrada - Chapada Diamantina

Assistimos a um belo por do sol entre as formações de arenito da chapada, e chegamos em Mucugê, nosso destino final, às 18:15 h, apos uma ótima viagem.
Até o momento, toda a viagem foi muita tranquila e segura. Todos são bons pilotos e andam com segurança, não tendo havido qualquer susto ou situação de risco, enfim, uma ótima viagem!
Após o jantar, assistimos à apresentação de uma banda de blues na praça da cidade, música da melhor qualidade muito bem interpretada por músicos bons. Perfeito fechamento do dia!

No terceiro dia de viagem, acordamos em Mucugê; tomamos o café da manhã com calma e saímos a pé para percorrer a cidade. Era um domingo, com pouco movimento nas ruas e comércio fechado.
                                            Pelas ruas de Mucugê








Após uma caminhada pelas principais ruas, pegamos as motos e fomos ao Museu do Garimpo.
Ao retornar a Mucugê, almoçamos no restaurante Dona Nena, no centro, onde havia almoçado também na viagem de 2012; a comida continua deliciosa, servida diretamente nas panelas sobre o fogão. Comemos muito, todos nós. Conversamos com a proprietária, de 76 anos, uma senhora adorável, e saímos novamente de moto, desta vez em direção ao Projeto Sempre Viva, no parque nacional da Chapada.




                                            Dona Nena: comida deliciosa!

Percorremos a trilha que leva a duas cachoeiras; eu e Marcos tomamos banho na cachoeira do Tiburtino, que estava com grande volume de água. Muito bom caminhar pela trilha cercados pelos morros da chapada.




O jantar foi regado a um bom vinho chileno, aproveitando o clima frio e serrano de Mucugê no inverno!

O quarto dia foi em grande parte dedicado a visitar e conhecer o povoado de Igatu, que possui apenas pouco mais de 500 habitantes, porém um local simples, interessante e charmoso, com diversas pousadas e restaurantes.
Para se chegar a Igatu percorre-se um trecho sem pavimento e com grandes aclives e declives, vencido pelas motos em marcha reduzida, para evitar tombos. A Boulevard do Sylvio estava falhando muito e morrendo a todo momento, ainda assim ela acompanhou bem as outras motos, que são mais adequadas às péssimas condições das subidas e descidas da estrada.
                                          A caminho de Igatu

                                     Igatu: encravada entre pedras no alto de um morro!

                                      Na estrada para Igatu

                                             Igatu






                                           As valentes motos!
                                       Praça principal de Igatu - os aventureiros!
                                           Retorno de Igatu a Mucugê, trecho de terra

Era nossa intenção ir ate Andaraí por uma estrada de terra que a liga a Igatu, mas acabamos retornando a Mucugê pelo mesmo caminho de ida.
Almoçamos em Mucugê; logo apos, eu, Sylvio e Marcos tentamos ir à Cachoeira das Andorinhas, mas desistimos em função do avançado da hora, se fôssemos acabaríamos voltando a noite, e não teríamos condições de enfrentar mais de 1 hora de trilha no escuro. Após visitar o cemitério bizantino, terminamos o dia sentados na praça, tomando cervejas e batendo papo, até que a noite chegou e nos fez voltar à pousada para tomar banho e sair para jantar.
                                             Cemitério Bizantino

                                           Anoitecer em Mucugê

O jantar, como nos dias anteriores, foi regado a vinhos chilenos, em um restaurante no centro.

No quinto dia, terca-feira, 9 de agosto de 2016, pegamos as motos apos o café da manhã e fomos para Lençóis, localizada a 150 km de Mucugê, também uma porta de entrada para a Chapada Diamantina. Foram 2 horas de uma viagem muito agradável. Demos uma volta de reconhecimento pela cidade, sentamos na praça e almoçamos no "Bode".
                                           Lençóis

                                             Lençóis


No caminho de volta para Mucugê, entramos na estrada de acesso ao Poço Azul, um lago de águas cristalinas localizado dentro de uma caverna, a 100 m de profundidade a partir da superfície. Os últimos 8 km da estrada eram sem asfalto, com pedras soltas e valetas causadas pela erosão e possuíam subidas e descidas bem íngremes. Foi um trecho tenso e difícil, que vencemos bem, mas nos deixou tensos. Incrível o Sylvio e sua Boulevard terem conseguido passar ilesos! Off road de custom, vejam só!
No Poço Azul, descemos pela caverna, fizemos a flutuação e nadamos. Saímos de lá às 17 h, tendo que vencer o terrível trecho sem pavimento. Mais uma vez, conseguimos passar sem um tombo sequer! Chegamos ao asfalto e logo escureceu, não sem antes a natureza nos oferecer um magnifico por-do-sol emoldurado pelas formações da chapada. Muito belo!
                                  Estrada para o Poço Azul: terrível! Quase 1 hora para percorrer 8 km!

                                             Descida na caverna para o Poço Azul


                                                          Nossa pousada, em Mucugê           

Diminuímos a velocidade após escurecer, e chegamos em Mucugê às 19 h, à noite, mas com segurança.
No jantar, mais algumas garrafas de vinho e muito papo.

Sexto dia, hora de começar a voltar! Saímos da pousada em Mucugê às 8 h;  aproveitamos as vazias estradas estaduais para ganhar tempo, parando para almoçar somente após Vitória da Conquista, já na BR-116.
Entre uma parada e outra, rodávamos mais de 200 km, o que é bem cansativo. O dia estava bonito, com céu azul e sem nuvens, e aproveitamos para adiantar a viagem. Erramos o caminho em uma bifurcação sem sinalização, e rodamos 60 km "de graça"! Ainda assim, o dia rendeu bem, paramos ás 20 h em Governador Valadares, após rodar por 2 horas e meia á noite, o que não gosto e é bastante perigoso. Estávamos todos exaustos, jantamos e dormimos imediatamente! Neste dia, a distância percorrida foi de 850 km!

O sétimo dia, uma quarta feira, também foi todo passado na estrada. Ao sair do hotel em Governador Valadares, despedimo-nos do Hélcio, que seguiu para Curvelo, seu destino final. Eu, Sylvio e Marcos continuamos na BR-116 em direção ao Rio. No caminho, o Sylvio recebeu um pombo no peito, a cena foi divertida, pois com o impacto voaram penas para todos os lados! Eu vinha logo atrás e fui atingido por alguns pedaços do que sobrou do pombo após a colisão!
Almoçamos próximo a Muriaé e continuamos em um bom ritmo, nossa intenção era chegar em casa ainda no dia de hoje.
A moto do Sylvio, que vinha tendo problemas na injeção durante toda a viagem, "apagou" de vez. Paramos em um posto de gasolina abandonado e verificamos que o chicote elétrico que alimenta lanterna e piscas traseiros houvera se soltado e roçado na roda traseira, o que causou o desgaste do isolamento dos fios e um curto circuito. Nada mais funcionava na moto, nem sinal elétrico havia. Retiramos toda a bagagem e, sob o banco, detectamos que o fusível principal havia queimado devido ao curto circuito nos fios desencapados. O socorro chegou na pessoa do "Cão", dos Abutres, que vinha em um caminhão, viu as motos paradas e retornou para nos ajudar. Ele possuía e nos deu um  fusível 30 A, exatamente o que precisávamos. Colocamos o novo fusível, desconectamos o chicote traseiro para evitar novos curtos e seguimos viagem. Bendito seja o Cão!
Em Além Paraíba foi a minha vez de me despedir dos companheiros: eles continuaram na BR-116 para o Rio e eu segui pela BR-393, em direção a Volta Redonda. Anoiteceu quando eu estava em Barra do Piraí; segui em velocidade menor e com muito cuidado pela sinuosa e estreita RJ-145 até Rio Claro, onde cheguei às 19:30 h, após rodar por 2 horas à noite. Estava bem frio!
Ao chegar, trocamos mensagens, todos haviam chegado bem aos seus destinos, e podemos considerar que a viagem foi um sucesso!

Como sempre, no dia seguinte, lavei toda a roupa suja, lavei também a moto e deixei-a pronta para a próxima aventura, a menos dos pneus, que serão substituídos por novos.
Foi uma viagem agradável, leve e animada. Houve muita empatia e harmonia entre os companheiros, o que contribuiu para o sucesso da expedição.
Outras virão!

Agradeço aos companheiros de viagem por todos os bons momentos que desfrutamos!
                                           Guilherme Edel

                                           Hélcio

                                           Sylvio
                                           Marcos