sábado, 23 de abril de 2016

Sertão da Bocaina - novamente!


Um sábado de sol, dia quente, ideal para um passeio. Juntamente com parte da minha imensa família, parti de Rio Claro a bordo do valente fuscão azul-diamante com destino ao sertão da Bocaina.
Fiz exatamente o mesmo trajeto do dia do acidente que resultou na fratura múltipla dos ossos da perna, em 30 de dezembro de 2013. Agora a estrada (SP-247) está asfaltada até bem além do topo da serra, mas é uma estrada estreita e sem acostamento, o que exige moderação e cuidado, principalmente devido às inúmeras curvas acentuadas na subida da serra da Bocaina.

                                  SP-247 com seu traçado sinuoso, vencendo as montanhas      
                         


Fomos até restaurante Chez Bruna, um local extremamente agradável, onde almoçamos e passamos algum tempo curtindo o local, a vegetação, o ambiente e a temperatura amena das altitudes acima dos 1.000 metros.


                                   Restaurante Chez Bruna, no sertão da Bocaina

Retornamos parando para apreciar a paisagem em todos os mirantes em que era possível parar ao longo da descida da serra. Foi um dia muito agradável, embora cansativo devido às inúmeras curvas da estrada e à falta de conforto do fusca!

Mas é um local que sempre vale a pena visitar, principalmente com a estrada em excelentes condições. Há cerca de 20 anos só se chegava até o ponto onde almoçamos em veículos 4x4 e com tempo seco. Com chuva, nem pensar!

domingo, 17 de abril de 2016

Itatiaia - parque nacional


Mal cheguei da viagem ao Uruguai, realizei uma caminhada pelo parque nacional de Itatiaia, localizado no estado do Rio e Janeiro.
O passeio se inicia percorrendo a BR-485, acessada a partir da rodovia Presidente Dutra, inicialmente projetada para atravessar toda a extensão do parque, mas nunca foi concluída; apenas um trecho foi construído e funciona, apesar do péssimo estado do asfalto. Inexplicável, por diversas razões: o parque cobra ingresso por visitante (R$ 15,00 para brasileiros), a estrada sem conservação dá uma impressão de desleixo e abandono e um asfalto  ou outro pavimento em bom estado passam a impressão de um lugar bem cuidado e até ganha mais respeito dos visitantes.

                                          Centro de visitantes

Vista a partir de um dos mirantes

                                 Densa vegetação, rios, poços e cachoeiras - muita natureza!

Há um centro de visitantes com informações interessantes sobre o parque, animais e montanhismo no local. Os banheiros são limpos e apresentáveis. Diversas trilhas levam a rios, poços para banho e cachoeiras. Há também trilhas para observação de pássaros e outros animais. Mirantes, escaladas, caminhadas, enfim há diversão para todos os gostos e condições físicas. Também existem algumas pousadas, hotéis e restaurantes dentro da área do parque.

                                           Um dos poços próprios para banho

                                  Em uma das trilhas


                                                   Cachoeira Véu de Noiva

Percorri apenas trechos da chamada parte baixa do parque.
Voltarei em breve, com certeza!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Uruguai 2016 - o dia seguinte

O dia seguinte à chegada de qualquer viagem mais longa costuma ser cheio de atividades relacionadas à moto e à bagagem pessoal. Desta vez não foi diferente. Além de ter colocado toda a roupa suja para lavar e secar, limpei e engraxei as botas, coloquei casacos, capas de chuva, polainas e luvas ao sol e lavei a moto. Ao lavá-la notei o disco de freio traseiro levemente riscado e ruído metálico ao girar a roda. Levei a moto em um mecânico de confiança e mandei trocar as pastilhas de freio traseiras, que já haviam se desgastado totalmente, chegando ao metal.
Bem na hora!  Se não fosse eu a lavar a moto, não teria notado o desgaste, e a despesa seria grande para trocar pastilhas e discos! O problema foi resolvido em menos de 10 minutos, pois eu possuía um jogo de pastilhas de reserva. As pastilhas dianteiras ainda estão em bom estado, ainda rodam bastante.
                                 moto lavada e com as pastilhas traseiras trocadas...

                                         ... e roupas lavadas no varal!

A moto está pronta para a próxima aventura, mas vou precisar comprar uma nova mala expansiva para a bagagem, pois a minha, que já tem 3 anos e participou de muitas viagens, já está no final de sua vida!
A propósito, qual é o próximo destino?

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Uruguai 2016 - 12º dia - De volta ao ponto de partida!

Muita neblina pela manhã no Vale do Ribeira. Às 8:00 h estava saindo do hotel, mas tive pequena dificuldade para conseguir acessar a estrada (Régis Bittencourt) em direção a São Paulo.
A subida da serra do cafezal  foi um horror, a estrada está muito pior do que a encontrei há um ano, quando também voltava de Montevidéu. Asfalto completamente detonado, imperfeições durante toda a extensão, um volume de caminhões absurdo e ainda uma pista de subida fechada em um trecho, o que provocou um congestionamento horroroso na subida. Estava difícil até passar de moto! As terríveis fendas longitudinais, que no passado engoliram muitas motos, estão voltando a aparecer, é uma ameaça muito perigosa, pois se a roda entrar em uma fenda, é tombo certo em meio aos caminhões. Enquanto isso, as obras de duplicação continuam, mas nunca acabam!
Vencida a subida da serra, continuei em direção a São Paulo. Dei uma parada no acostamento e liguei para o Fernando Leal, companheiro da viagem de moto a Machu Pichu,  aos EUA (rota 66) e alguns passeios menores. Fiz um pequeno desvio entrando em Taboão da Serra para visitá-lo.
                                 Fernando e eu, em Taboão da Serra

Conversamos um pouco e retornei à estrada. Ele tinha compromisso e eu queria chegar ao destino ainda hoje. Foi uma boa parada, é sempre bom rever amigos.
Fui pelo rodoanel até a Bandeirantes, para evitar a marginal do Pinheiros e parte da marginal do Tietê. Havia um congestionamento nos últimos 3 km da Bandeirantes antes de acessar a marginal do Tietê. Como estava sem as malas laterais, pude seguir pelo corredor. Na marginal, outra encrenca: trânsito lento e intenso, e as motos não podem circular na pista expressa. Com calor, rodei os 20 km pela pista lateral, disputando espaço com caminhões, carros e motoboys. Pelo fato de não poder circular na faixa central, caí na pista lateral da Dutra, que tinha 25 km de congestionamento, obrigando-me, mais uma vez, a circular nos corredores formados entre os carros, coisa perigosa.
Quando pude acessar a pista central deu para andar melhor, mas a estrada estava sobrecarregada de veículos. E assim foi até Barra Mansa, onde entrei na RJ-155, que me levou até Rio Claro, onde cheguei às 17:30 h.  Eu precisava de um banho urgente, o calor na estrada foi grande, o termômetro da moto acusava 34,5 graus na Dutra.
                                                          Via Dutra, altura de Jacareí

Retirei toda a bagagem da moto e coloquei a roupa suja para lavar. Amanhã a moto será lavada e deixada pronta para a próxima aventura.
Foi uma viagem muito boa e muito tranquila, sem qualquer incidente, e a moto foi sensacional, quer na chuva, no calor ou nos congestionamentos. Não houve sequer um parafuso afrouxado ou uma lâmpada queimada. Tudo foi perfeito, tudo deu certo, nos mínimos detalhes!
Foi uma decisão acertada não levar as malas laterais, em diversas ocasiões pude passar em espaços apertados, o que muito me ajudou e evitou a perda de muitas horas em congestionamentos, nas estradas e nas cidades grandes, como Montevidéu, Porto Alegre e São Paulo. Eu teria levado mais de 3 horas para subir a serra do cafezal se não tivesse conseguido passar em diversos locais onde só passavam pedestres, e teria levado mais de 2 horas para percorrer os 20 km na marginal Tietê entre a Bandeirantes e a Dutra. De moto levei 55 minutos!
Fiz novos amigos, visitei meus tios e conheci coisas novas, como o parque Carlos Botelho.
Que eu possa fazer muitas viagens como esta no futuro!
Até a próxima!

Obs.:New York me aguarda em maio!

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Uruguai 2016 - 11º dia

O dia amanheceu em Torres com o céu encoberto por nuvens de chuva. Após tomar café e conversar com um hóspede do hotel, consegui partir às 7:50 h. Nos primeiros 200 km apenas o céu encoberto, mas sem chuva. Após uma pancada de chuva durante  cerca de 40 km, o mormaço foi deixando o sol pouco a pouco mostrar sua cara, e quando dei por mim já estava no estado do Paraná rodando sob sol, com temperatura de 31 graus.
                                          Parada para um café ainda pela manhã

Subi a serra de Joinvile, contornei Curitiba e, segui pela Régis Bittencourt em direção a São Paulo.

                                Nova ponte sobre a represa Capivari. A anterior caiu, lembram-se?

                                           A Régis Bittencourt, cercada por montanhas

                                          Parada à tarde para um lanche

Já no estado de São Paulo, entrei em Registro, onde hospedei-me no hotel Régis para passar a noite. A pessoa que me atendeu, o Felipe, tem uma GS 800 e gosta de viajar de moto. Conversamos sobre essa nossa paixão, como não poderia deixar de ser!
Após um merecido e esperado banho, saí a pé e sentei em uma pizzaria, onde saboreei uma pizza acompanhada por uma cerveja gelada. Boa maneira de encerrar um dia de viagem produtivo e tranquilo como o de hoje, quando saí do Rio Grande do Sul, atravessei Santa Catarina e Paraná e parei para pernoitar em São Paulo. 4 estados em um dia, nada mau!

                                Monumento à imigração japonesa, em Registro, obra de T. Ohtake

Uruguai 2016 - 10º dia - Só chuva!

Acabei saindo do hotel em Pelotas às 8:15 h, após rearrumar a bagagem e fixá-la a moto. A chuva se iniciou no exato momento em que sentei na moto para pegar a estrada. Choveu muito, em nenhum instante houve um trégua; em determinados trechos da estrada o volume diminuía, para em seguida chover forte novamente, entretanto em momento algum parou. Os caminhões levantavam muita névoa, e como a pista é simples, as ultrapassagens exigiam bastante cuidado.
                                            Pronto para partir do hotel em Pelotas

Venci os 260 km que me separavam de Porto Alegre e entrei na capital, para novamente almoçar com meus tios. Muita conversa e pouco mais de 2 horas depois eu sentava na moto e rumava para a estrada, com a chuva mais fraca. Era minha intenção voltar pela BR-116 para não repetir o caminho da ida, mas a chuva aumentou e lembrei que a BR 116 é de pista simples e sinuosa, então peguei a free way para chegar à BR-101 em Osório. A BR-101 tem traçado mais reto e está totalmente duplicada, o que aumenta a segurança. Na free way a chuva veio com vontade, acompanhada de forte cerração, reduzindo a visibilidade a pouco mais de 30 metros à frente. Como são 3 pistas em cada sentido, deu para andar bem.
                                               Muita chuva, visibilidade reduzida

Ao chegar em Osório a chuva aumentou ainda mais, acompanhada de vento forte e formando poças na estrada, deixando a visibilidade reduzidíssima. Para piorar, o capacete embaçava quando eu diminuía a velocidade, tive que parar 2 vezes para limpar. Nas ultrapassagens, eu abria a viseira para poder enxergar!
Passei por Torres às 17:30 h, ainda estava cedo, mas eu não aguentava mais chuva e nem cogitava  esperar escurecer naquelas condições de visibilidade.
Consegui um hotel às margens da estrada e me hospedei, tudo o que queria era tirar a roupa molhada e tomar um banho quente.
O "estrago" foi grande: tudo estava molhado, botas, luvas, casaco, calça, o forro do capacete e até a camisa sob o casaco e a capa de chuva. Também, pudera, foram 9 horas ininterruptas de muita chuva!
A bagagem não molhou, então pude colocar roupas secas e limpas. Difícil vai ser encarar mais 2 dias de estrada com roupa molhada! As luvas pingam água e as meias ficaram encharcadas. A chuva não foi mole! Paciência, isso faz parte da vida do motociclista aventureiro!
                                            As luvas encharcadas, pingando água!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Uruguai 2016 - 9º dia - retornando

Ontem à noite, no hotel em Montevidéu, conheci  Ricardo e Vilson, que vieram de Santos em duas BMW 800 GS e estavam hospedados no mesmo hotel. Conversamos bastante sobre motos e viagens e fomos  jantar juntos.
Hoje pela manhã nos despedimos: eles iriam para Colônia do Sacramento e eu começaria a longa viagem de retorno. Trocamos telefones e cada qual seguiu seu caminho.
Decidi voltar por Chuí, para tanto, peguei a ruta Interbalneária até Punta del Este e depois a ruta 9, que leva até Chuy, do lado uruguaio da fronteira. Vim em boa velocidade, a estrada estava vazia e fazia um pouco de frio, porém sem chuva.
Parei para abastecer em Rocha e conheci um senhor (com idade próxima à minha!) suiço que estava percorrendo a América do Sul em uma Suzuki DR 400, que ele enviou da Suiça para o Uruguai. Ele já percorreu todos os países há alguns anos e está voltando agora, aproveitando para, sempre que possível, seguir por caminhos não asfaltados. Ele também tem uma Tiger 800 na Suíça, mas para caminhos off road prefere, obviamente, a Suzuki, devido ao baixo peso. Conversamos por um bom tempo e voltamos à estrada; a partir de Chuí ele iria pela areia da praia, onde não há estrada. Depois irá para o Paraguai, para atravessar a região do Gran Chaco. Bom conhecer gente assim!
Um pouco depois de Rocha a chuva começou; não coloquei a capa pois achei que iria parar logo. Engano: choveu todo o resto do dia!
Após a atravessar a fronteira e entrar no Brasil, parei para abastecer e almoçar, e conheci Robson e Juninho, que estavam fazendo sua primeira viagem internacional de moto, justamente para o Uruguai. Eles estavam em 2 Yamaha custom, respectivamente  uma Midnight Star e uma Drag Star.

                                           Juninho, Robson e GE em Chuí

                                            Nós de novo!

Almoçamos juntos, conversamos por quase 2 horas, trocamos contatos e seguimos nossos caminhos. A chuva me castigou todo o tempo, mas andei em boa velocidade, a média horária foi alta. O tempo estava totalmente fechado, não havia a menor possibilidade de a chuva parar!

                                           BR-471, entre Chuí e Pelotas

                                           Travessia da reserva do Taim - RS

Havia rodado 265 km e não aparecia um posto de combustível decente para abastecer. Começou a escurecer e decidi parar pelo dia de hoje. Encontrei um hotel ao lado de um posto de gasolina, mas estava quase todo lotado. Consegui, quase implorando, um quarto. Ainda bem, pois a próxima cidade ficava a 130 km e eu não estava disposto a prosseguir à noite com chuva e já bem cansado.
Assim, encerrei o dia de hoje em um hotel (Hotel Turístico) na periferia de Pelotas com novos amigos no portfólio! A vida na estrada traz surpresas agradáveis!

domingo, 10 de abril de 2016

Uruguai 2016 - 8º dia - Punta del Este e Piriápolis

Mais um dia que amanheceu com o tempo completamente fechado e  nuvens negras! Faz mais frio que nos dias anteriores (16 graus), mas  como já havia esgotado minha programação em Montevidéu, saí com a moto em direção a Punta del Este. Fiz um caminho diferente dentro da cidade até chegar na estrada, já estou entendendo melhor as ruas e avenidas, não errei sequer uma vez. Segui pela ruta Interbalneária, uma ótima estrada que liga Montevidéu a Punta del Este, passando por diversas cidades/balneários ao longo de seu trajeto de cerca de 150 km.
                                      Ao longo da estrada muitos carros antigos parados ou em ferros-velhos

Em determinado ponto da Interbalneária entrei em uma estrada que atravessava diversos balneários, cada um mais bonito e sofisticado que o outro, com casas arrojadas e jardins sem muros, totalmente fora da realidade da América do Sul.


Entrei na cidade de Piriápolis, um balneário em estilo europeu, bonito e agradável. Subi o cerro Santo Antônio, de onde se tem uma vista maravilhosa, tanto de Piriápolis, como de toda a região. O dia estava nublado e com muita névoa, o que prejudicou bastante. De Piriápolis fui a Maldonado, onde almocei um chivito e segui adiante, até Punta del Este.

                                  Rambla de Piriápolis



                                     Punta Colorada, vista da subida ao cerro Santo Antônio    

                                     Piriápolis, vista do cerro Santo Antônio

                                           Capela a Santo Antônio, no alto do cerro

                                           Casa estranha, no cerro

Se eu já estava impressionado com as casas e cidades pelo caminho, Punta é de cair o queixo: poderia ser qualquer praia badalada da Riviera francesa ou na costa da Itália: tudo bonito, bem cuidado, casas e prédios bem projetados, jardins floridos, ruas limpas, me senti na Europa, aquele lugar não pode estar no continente sul-americano! Só vendo para entender!
                                            Maldonado

Estava chuviscando e não fiquei muito tempo em Punta. Retornando,  passei por Punta Ballena, onde fica a famosa Casa Pueblo, construída pelo artista uruguaio Carlos Páez Vilaró, transformada em museu. Valeu a visita, conheci mais sobre Vilaró, sua vida e sua obra, e pude apreciar a engenhosidade da construção, situada sobre um penhasco à beira-mar, com diversas varandas e cheia de obras do artista. Só essa visita já valeria o passeio!

                                   A famosa "mão na areia", em Punta del Este

                                           Chegando a Punta Ballena

                                               As fotos a seguir são do Museu-Oficina Casapueblo, de C.P. Vilaró







Voltei a Montevidéu também pela Interbalneária, mas fiz um novo caminho dentro da cidade até o hotel. Passei em frente ao maravilhoso Cassino Carrasco, parece que foi transformado em um shopping. O tempo chuvoso impediu que eu parasse para tirar algumas fotos da imponente construção, ainda bem que tenho fotos de viagens anteriores!

Foi um dia muito proveitoso e agradável