quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Rio Claro - 15º dia


Não sei se considero este dia como sendo de viagem, mas como ainda estou fora de casa, acredito que ainda esteja viajando!
Tirei o dia de hoje para deixar a moto pronta para o dia-a-dia ou para uma próxima viagem. Não foi fácil lavá-la, e ainda que tenha tentado, não consegui remover todas as marcas da viagem deixadas pela mistura de terra e óleo grudadas por toda a parte. Os vestígios da lama roxa não sairão facilmente, e como eu não tinha qualquer produto especial para remoção, permaneceram na moto como uma lembrança da viagem. O principal foi feito na oficina em Tatuí: recolocação de parafusos que caíram e fixação de peças frouxas, como o pedal do câmbio. Como o óleo, a relação e até uma lâmpada queimada foram trocados em Tatuí, restou pouco a ser feito além de lavá-la.
O calor estava forte, mas como esvaziei a piscina de água corrente para limpá-la, então só me restou ir tomar um banho de rio com a CB 500 Four em uma cachoeira próxima. Lavei todas as roupas sujas, limpei as botas, coloquei  casaco e calça de cordura ao sol para que ficassem bem secos e dei por encerrada esta viagem. Fim de viagem é assim mesmo: uma série de pequenas ações ou providências que precisam ser tomadas antes de entrar novamente na rotina.


Que venham outras!
Agradeço a todos os amigos que me acompanharam virtualmente, a maioria no silêncio do anonimato, mas sempre com pensamentos positivos e torcendo para que tudo desse certo, aguardando pelo próximo dia na estrada. A todos desejo que um dia possam desfrutar do prazer indescritível de viver e encerrar uma aventura como essa com sucesso. Obrigado a todos vocês!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cerqueira César -Tatuí - Rio Claro - 14º dia

Choveu a noite toda, mas pela manhã o tempo estava firme, com algumas nuvens no céu.
                                          Hotel em Cerqueira César

Levantei bem cedo, mas de nada adiantaria partir cedo demais, pois necessitava ir a Tatuí, cidade mais próxima, para comprar e trocar a relação de transmissão da moto, mas as lojas precisavam estar abertas. Cheguei a Tatuí às 8:00 h, quando as lojas estavam abrindo. Descobri um local que vendia e trocava a transmissão, embora não fosse de marca conhecida. Aproveitei para também trocar o óleo da moto, cuja quilometragem acabou de vencer. Tive que aguardar duas horas até o término dos serviços.
                                              Loja e oficina de motos em Tatuí

Às 10:30 h saí de Tatuí. Evitei velocidades altas na Castelo Branco, ainda estava traumatizado com correntes! Como estava com muita fome, às 11:30 h parei para almoçar na Quinta da Aldeia, uma comida da melhor qualidade às margens da “Castelo”. Comi pouco, apesar da enorme variedade de pratos, e às 12:00 h entrei de volta na Castelo na direção de São Paulo.

                                           Almoço na Castelo Branco - Quinta da Aldeia

Os últimos quilômetros da Castelo Branco, a travessia de São Paulo pela marginal do rio Tietê e os primeiros quilômetros da Dutra são o que chamo de “briga de foice no escuro”: motoristas apressados, buzinas, caminhões em excesso e todo tipo de selvageria no trânsito, tudo culpa do excesso de veículos, principalmente de caminhões, que não respeitam velocidade, regras de trânsito e os demais automóveis. Do local onde almocei (km 57 da Castelo) até o início da Dutra foram 1:10 h, e olhe que o trânsito até que estava bom, não houve congestionamentos.
A Dutra, por sua vez, estava muito cheia. Exceto por alguns locais com trânsito um pouco mais rarefeito, como Cachoeira Paulista e Queluz, era até difícil passar dos 110 km/h, as duas faixas estavam sempre cheias. Creio que a estrada já atingiu a saturação. Que diferença das estradas argentinas, sempre vazias, com poucos caminhões e motoristas que respeitam os limites de velocidade! E, além do mais, a maioria é reta. Só há curvas nas regiões montanhosas, como as cordilheiras ou as serras ao redor de Córdoba.
Parei para abastecer 2 vezes e às 17:30 h cheguei em Rio Claro. Ainda faltam 138 km até o Rio, mas isso eu nem considero viagem, é um passeio. Hoje pernoitarei em Rio Claro. Contando a quilometragem que falta para chegar ao Rio, terão sido 7.871 km. Nada mau, foi um tour interessante pela região oeste e norte da Argentina, e ainda passei por alguns locais que não conhecia, como, por exemplo, Los Tuneles, a estrada sinuosa entre Córdoba e Villa Carlos Paz, Cuesta de Miranda, Chilecito, Londres e Quebrada de Belém, por exemplo. E foi muito bom voltar à Quebrada de Cafayate e à própria cidade de Cafayate, muito simpática.
Como sempre, a viagem valeu a pena, apesar de alguns percalços que cuidarei para que não ocorram na próxima. Tudo é um aprendizado, e o que aprendemos e a experiência a mais que adquirimos usaremos em prol de viagens cada vez melhores.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Novamente?!!! - 13º dia


Já estava na estrada às 7:20 h. O céu estava azul e eu segui na faixa dos 100 km/h, mesmo porque as estradas do Paraná não admitem velocidades muito maiores, devido ao volume de veículos e à quantidade de curvas. Passei por Maringá, depois Londrina, e fui andando. Parei para almoçar em Bandeirantes, e uma chuva muito forte chegou, com raios e vento. Continuei sob a chuva por mais de 120 km, até a chegada à rodovia Castelo Branco.
No posto Bizungão, na Castelo Branco, abasteci, estiquei a corrente e apertei o pedal de câmbio, que houvera se afrouxado, tornando muito difícil passar as marchas.
Depois do posto Bizungão havia andado uns 50 km quando a corrente arrebentou em plena Castelo Branco! Graças a Deus, não travou a roda traseira, travou o motor, pois agarrou no pinhão. Eu estava no km 174. Já não confiava na corrente da XT, apesar de tê-la trocado antes da viagem. Durante todo o tempo achei que havia algo errado, a corrente chicoteava para cima e para baixo sem parar, mesmo esticada e com a roda alinhada. É um problema de projeto da XT 660. Durante toda a viagem poupei a moto, achando que a corrente poderia se partir a qualquer momento, e eu não queria levar outro tombo como aquele da BR 040, voltando de Rondônia.
Acionei o reboque da SP Vias (CCR), que me deixou em um posto de segunda categoria sem recursos (Posto Quadra). No local havia um mecânico de carros meia-boca. Como era o que eu tinha, seria ele que me tiraria daquela situação.
Utilizando uma emenda de corrente que eu houvera levado, conseguimos emendar a corrente. Ao testar, verificamos que o pinhão estava muito ovalizado, o que fazia a corrente chicotear para cima e para baixo o tempo todo. Saí com cuidado sem exceder 80 km/h até a cidade de Cesário Lange, já eram 18:00 h e estava escurecendo e a moto vibrava muito, parecia que iria desmontar. Em Cesário Lange hospedei-me em um hotel no posto de gasolina e descobri que não há a relação da XT 660R, amanhã pela manhã terei que ir até Tatuí para comprá-la e mandar instalar.




Estava com muita fome, mas começou a chover e a comida do hotel acabou! O jeito é tomar água para encher o estômago e enganar a fome para poder dormir!

San Ignácio a Juranda (PR-Brasil) - 12º dia


Às 7:30 h da manhã fui visitar as ruínas jesuíticas que ficam dentro de um bem cuidado parque no centro de San Ignácio. Fiquei maravilhado com o que vi, as ruínas e todas as construções jesuíticas eram grandiosas, e o que restou em San Ignácio dá bem uma idéia do que foram as missões. Andei pelo parque entre paredes, colunas, casas, capelas e  diversos outros detalhes remanescentes por 2 horas, e teria ficado mais, se não precisasse liberar o quarto do hotel até as 10:00 h. Há no local um museu que conta o que foram as missões jesuíticas, desde a criação da ordem dos jesuítas até a sua expulsão da América do Sul, em 1768. As fotos não conseguem mostrar a dimensão do que vemos, mas ainda assim fotografei bastante, é uma coisa para recordar sempre.





Após a visita às ruinas, hora de encarar a estrada novamente. Saí de San Ignácio às 10:00 h pela ruta 12, que leva à fronteira da Argentina com o Brasil, em Puerto Iguazu/Foz do Iguaçu. Segui com calma, sem correr, afinal, estava a apenas 265 km do Brasil.
A 100 km da fronteira, a 110 km/h, olho pelo espelho e vejo 2 faróis de uma moto encostada à minha. O cara buzinou e me ultrapassou, levantando a viseira do capacete. Era o Almir! Paramos às margens da ruta 12 e confraternizamos. Ele deixou o grupo em Salta e voltou sozinho para o Brasil. Que surpresa legal, gostei de tê-lo encontrado. Não fui o único a deixar o grupo...
Ele foi embora na frente, pois pretendia almoçar em Foz e chegar em Maringá ainda hoje.
    Almir e GE - reencontro na ruta 12!

Cruzei a fronteira e parei para almoçar um rodízio de peixes em Foz do Iguaçu, não agüentava mais ouvir falar de lomo, chorizo, ensalada e parrilla! Minha idéia era dormir em Foz do Iguaçu, mas eram 13:00 h de um domingo, não havia nada para fazer, nem as lojas do Paraguai estavam abertas. Desta forma, caí na estrada, pegando a BR 277 de volta para casa.

                                           Entardecer na estrada, no Paraná

                                           Hotel Madeira, às margens da estrada, em Juranda 


Rodei até as 18:00 h, ainda estava claro e eu poderia andar mais, mas estava cansado e não havia pressa para chegar. Parei no posto Madeira, na beira da estrada, em Juranda, e hospedei-me em um chalé muito legal por um ótimo preço: R$ 50,00. Por coincidência, foi o mesmo posto onde parei na ida para me abrigar da forte chuva e acabei almoçando.
O inconveniente é que não há nada por perto, apenas a estrada. Tentei jantar no restaurante do posto, mas como hoje é domingo, só funciona para o almoço. O que consegui foi uma esfiha requentada e um pacote e amendoim, que foram o meu jantar!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Monte Quemado a San Ignacio - 11º dia


Saí do hotel em Monte Quemado às 7:00 h, sem café da manhã. Entrei na ruta 16 e logo fui parado por uma operação da Gendarmeria Nacional. Pediram-me documentos, algumas perguntas e segui em frente. Fui tomar café 120 km adiante, em um hotel à beira da estrada em Pampa de los Guanacos. Às 8:00 h o calor já estava insuportável, e durante todo o dia seria assim.
Em Presidência Roque Saenz Peña, a maior cidade da ruta 16, as motos têm que andar pela pista lateral, e obedeci. A Polícia Caminera estava fazendo uma blitz e fui novamente parado. Mostrei documentos, conversei e fui liberado.
Às 12:30 h, após o término da ruta 16 e depois da travessia do rio Paraná pela ponte General Belgrano, cheguei a Corrientes, onde almocei. Como o local possuía WiFi, aproveitei para atualizar o blog e responder a alguns e-mails. Fiquei  1:15 h no restaurante.
A partir de Corrientes o caminho é a ruta 12, e lá fui eu, com um calor infernal. Passei por fora de Posadas, foi feita uma nova estrada de circunvalação muito boa, que economiza cerca de 1 hora na viagem, pois não é mais necessário enfrentar o trânsito lento e sobrecarregado da região de Posadas. Ponto para os Argentinos!
Entrei em San Ignácio para procurar onde dormir às 19:00 h, e hospedei-me em um hotel muito bacana bem no centro da cidade, próximo às ruínas, que devo visitar amanhã.
Hoje foi um dia monótono e cansativo, mas a viagem rendeu bem, eu já sabia que cruzar o Chaco pela ruta 16 e o trecho da ruta 12 entre Corrientes e Posadas nunca foi muito agradável, mas estava previsto. Foram exatas 12 horas em cima da moto.

                                         Café da manhã na estrada

                                          Almoço em Corrientes

                                          O entardecer na ruta 12


                                            Hotel em San Ignácio


Cafayate a Monte Quemado - 10º dia


Tomei o café da manhã simples do hotel em Cafayate e dei uma pequena volta a pé pelas redondezas do hotel e da praça, aproveitando para sacar alguns pesos em um caixa automático. Saí efetivamente da cidade às 10:00 h, tomando a ruta 68 na direção de Salta.


Não havia gasolina em nenhum posto de Cafayate, e o odômetro parcial da moto marcava 103 km rodados. Ao sair da cidade inicia-se a Quebrada de Cafayate ou Quebrada das Conchas, como queiram. A estrada vai serpenteando pelas montanhas de um vale acompanhando o rio de las Conchas, bastante volumoso e com forte correnteza. Apesar de e já haver percorrido toda a Quebrada de Cafayate de Bandit 1200 na viagem de 2010, a beleza e a imponência do local ainda me impressionam e até emocionam. Vir a Cafayate e não percorrer sua quebrada, é como ir a Roma e não ver o papa, não dá para perder.






Pena que a estrada está sendo destruída, tanto pelo rio das Conchas, como pelo volume de água que desce das montanhas e passa sobre o seu leito. Há intervenções e a presença do DNV (Departamento Nacional de Vialidad) em diversos pontos da estrada para tentar solucionar o problema, mas há muitas frentes a serem atacadas, e se isto não for feito logo, a estrada desaparecerá em pouco tempo. Há muitos desvios em trechos onde houve desmoronamentos ou onde o rio levou a estrada. Há 3 anos atrás a rodovia estava impecável, acho que choveou muito ultimamente, o que deve ter contribuído para sua rápida deterioração.
Fui percorrendo a Quebrada calmamente, mesmo porque não é possível correr por lá, apreciando e absorvendo cada quilômetro e cada formação rochosa. Gostaria que a travessia durasse todo o dia, pena que são "apenas" 100 km!
Já no final da Quebrada, o que vejo? A Posta de las Cabras, local onde parei para fazer um lanche na viagem de 2010 e onde comi um dos melhores sanduíches da minha vida. Além do mais, o local é ultra charmoso,  fica na estrada longe de qualquer cidade, no meio do nada. Parei e comi uma torta folheada recheada com maçã, figo e uvas passas, uma delícia. Pedi também um sanduíche de queijo de cabra com azeitonas e tomates em um pão caseiro tostado, não dá para descrever, só provando! Este foi meu almoço.



A Quebrada terminou e eu segui pela rodovia (ruta 68) em direção a Salta. Pensei em fazer um atalho para a ruta 9 que economizaria cerca de 120 km de estrada,  passando pelo dique Cabra Corral, mas fui desaconselhado por todas as pessoas a quem pedi informações, pois a estrada é de terra e havia chovido muito, estava intransitável.
Tive que ir até Salta, atravessar toda a cidade (literalmente) para pegar a ruta 9, estrada que vai até Buenos Aires passando por algumas capitais de províncias. Perdi algum tempo, mas não errei o caminho, afinal, já conhecia Salta.
                                          Início da ruta 16

                                          Distância a percorrer na ruta 16 até Resistência - 707 km!
                                         



Após 160 km pela ruta 9, incia-se (ou termina) a ruta 16, estrada que corta 3 províncias: Salta, Santiago del Estero e o Chaco, sendo que a maior parte nesta última.
A ruta 16 é monótona e sem graça, uma reta de 707 km, deste a ruta 9 na altura de Metán até Resistência, a capital do Chaco. Fui percorrendo-a até que às 19:30 h achei que era hora de parar. Entrei em Monte Quemado, 250 km após haver entrado na ruta 16, e hospedei-me em um hotel horroroso, mais parece um puteiro, e, além do mais é sujo e mal-cheiroso. O outro hotel da cidade, de melhor aspecto, estava fechado, não havia alternativa. A próxima cidade decente na ruta 16 fica a mais de 300 km, então, era pegar ou largar. Pensei comigo: é só por uma noite, ao menos tenho um teto!
Não tive coragem de jantar no restaurante do hotel, a cozinha era pior do que banheiro de botequim! Comi um pedasço de pizza como jantar em um outro muquifo na cidade, mas pelo menos a pizza assa no forno e mata muitas bactérias!

Um detalhe: o hotel não tem café da manhã e internet, nem pensar! Na ruta 16, como em todas as viagens anteriores que fiz, parei para abastecer em um posto Refinor em El Galpón, que possui tanques de combustível aéreos verticais, o que sempre me chamou a atenção, pois no Brasil isto é proibido por questões de segurança. Todas as vezes em que lá parei, conversei com os empregados e tirei fotos, mas na viagem seguinte eram outros empregados, e eu tirava fotos novamente. Desta vez, como sempre, eram outros empregados, tirei foto e disse a eles que iria publicá-la no blog. Eles ficaram felizes e eu cumpro minha promessa, rendendo uma singela homenagem àqueles que permitem que nossas motos rodem, enchendo os tanques com combustível.



Hotel em Monte Quemado

















Posto Refinor, em El Galpón, ruta 16

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Chilecito a Cafayate - 9º dia


Saí de Chilecito às 8:00 h com temperatura bem amena, quase frio. Segui a 100 km/h até o primeiro abastecimento, 125 km adiante, em San Blás, uma pequena cidade da província de La Rioja. Tive que esperar meia hora para abastecer, pois o caminhão estava descarregando gasolina no posto, e o próximo posto ficava 100 km adiante. A estrada é muito bonita, corre sempre cercada por morros e montanhas.


A próxima parada foi em Londres (nada a ver com a capital inglesa!), onde fui conhecer as ruínas de Shincal, povo inca que viveu naquele local. Lembra Machu Pichu, principalmente por estar localizado cercado de montanhas. Há diversas construções e o arranjo é tipicamente incaico. Boa visita!






De Londres fui a Belén, onde almocei e abasteci a moto. A partir de Belén segui pela ruta 40. No início, cruza-se a Quebrada de Belén, belo trecho de estrada no fundo de um vale formado por altas montanhas onde corre um rio. Depois da Quebrada de Belén a estrada continua correndo cercada por montanhas, mas o asfalto acaba e transforma-se em rípio. Há a travessia de diversos rios, creio que uns 9, sendo 2 deles fundos. No primeiro, a água chegou aos meu joelhos! A água entrava por cima da bota.



                                          Travessia de rio


                                          Quebrada de Belén

                                            Quebrada de Belén

                                            Travessia de rio


Após 42 km de rípio, voltou o asfalto, mas intercalava asfalto e rípio. Passei em Amaichá del Valle, uma cidade cheia de "ripongas" e gente alternativa, lembou-me Visconde de Mauá, inclusive situava-se a 2.000 m de altitude. Não senti subir tanto. Deu vontade de ficar por lá para dormir, mas ainda era cedo, dava para andar mais um pouco.
A estrada é cercada de montanhas todo o tempo, muito bonita. Saí hoje da província de La Rioja (Chilecito), atravessei a provícia de Catamarca  inteira, uma parte de Tucuman e entrei em Salta. Meu destino era Cafayate, que já conhecia, é uma cidade muito legal, vale voltar. O trecho final da estrada antes de chegar a Cafayate também é muito bonito, com enormes montanhas dos 2 lados. A ruta 40 corre de norte a sul sempre junto à cordilheira dos Andes, o que garante  paisagens belas e imponentes.


                                          Ruta 40, próximo a Cafayate


                                          Cafayate - hotel Briones, na praça central


Viajei todo o dia a menos de 110 km/h, fiz diversas paradas e cheguei cedo ao meu destino. E nem cansado cheguei. Hospedei-me no mesmo hotel que fiquei na última viagem  que fiz a Cafayate, na praça central da cidade, muito bem localizado.
                                           Igreja de Cafayate

Já no hotel, apertei o pedal de marchas da moto que se afrouxou no percurso. As estradas de rípio não perdoam, as "costelas" afrouxam tudo.
Jantei em um restaurante na própria praça, com mesas e cadeiras na calçada, com direito a vinho da região e música regional ao vivo, o cara tocava violão e cantava muito bem.
E assim se foi mais um dia de estrada!