quinta-feira, 16 de março de 2017

Chile norte a sul - 20º dia - São Borja a Porto União

Dei sorte ontem, pois 15 min após eu dar entrada no hotel em São Borja, desabou um temporal daqueles! Muita chuva, as ruas encheram e ficou impossível sair do hotel, tive que aguardar quase duas horas para poder ir jantar.
Hoje foi um dia típico de deslocamento. Acordei sem sono às 3 h da madrugada, mas só saí do hotel às 7:30 h, com garoa fina.
Tomei o rumo de Passo Fundo, que fica a 380 km de São Borja. A estrada era a continuação daquela de ontem, um horror, com deformações, buracos, ressaltos, remendos mal-feitos, exsudações e toda sorte de defeitos, que tornam perigosa e lenta a viagem. Para piorar um pouco, começou a chover! Fui andando como pude, às vezes a chuva aumentava, às vezes diminuía, mas só cessou completamente por volta do meio-dia. Muitos caminhões em alta velocidade desviando de deformações, um perigo!
                                  A chuva chegando, ao longe

Depois de Passo Fundo, a rodovia é concessionada até Erechim, cobra-se pedágio mas é a mesma porcaria, toda deformada, com trilhos de rodas profundos, ondulações, depressões e buracos. Quem fiscaliza a concessionária? Alguém está levando o seu para fazer vista grossa!
Resumindo, no dia de hoje foram  500 km de tormento dentro do estado do Rio Grande do Sul, uma pilotagem tensa.
Após a divisa RS/SC o asfalto melhora sensivelmente, mas, em compensação, o traçado é muito sinuoso e as ultrapassagens são difíceis. Há excesso de caminhões e muitos bi-trens em alta velocidade, acima de 100 km/h, o que é um perigo iminente.
                                   À beira da estrada

                              Rio Uruguai - divisa de estados RS/SC - ao fundo, a imensa ponte rodoviária

Andei mais 200 km no estado de Santa Catarina, até a divisa com o Paraná.
Eram 18:30 h, havia claridade para seguir até a próxima cidade, a 85 km, mas eu já estava de saco cheio de estradas ruins e saturadas, então resolvi parar para pernoitar em Porto União/União da Vitória.
O sistema rodoviário do Brasil já entrou em colapso há muito tempo, só as autoridades não vêem. Estradas e traçados obsoletos, falta de rotas alternativas, péssima conservação, falta de investimentos em melhorias, pedágios em excesso e saturamento total, com excesso de veículos. Algo precisa ser feito. Se optamos por ser um país rodoviário, desprezando os demais modais, então há que investir pesado em rodovias modernas e funcionais.
Nossos vizinhos Argentina, Chile e Uruguai estão bem na nossa frente. A coisa aqui é tão ruim, que para ir de São Borja a Uruguaiana, os moradores dessas cidades optam por viajar através da Argentina, pela excelente ruta 14!

Um comentário: