Tivemos que ir até Tilcara para abastecer as motos, uma vez que não há mais postos de combustível entre Jujuy e Purmamarca. O posto que havia em El Volcán não mais funciona há alguns anos.
Abastecidas as motos, retornamos pela ruta 9 até Purmamarca, onde entramos na ruta 52 e iniciamos a longa e belíssima subida da Cuesta de Lipán. Curva após curva, a paisagem foi se abrindo à nossa frente, com montanhas, vales, uma vista emocionante e bastante frio.
Paramos no topo (Abra de Potrerillos), a mais de 4.000 m de altitude. Logo depois chegou o grupo de motociclistas gaúchos e mais alguns motoqueiros argentinos. Houve uma grande confraternização, com muitas motos e pouco oxigênio!
Seguimos viagem em meio a vistas e paisagens que nos deixavam ainda mais sem ar! Paramos em Salinas Grandes, um salar atravessado pela estrada a 3.200 n de altitude, e, novamente um grande número de motociclistas se reuniu no local.
Mais adiante, paramos em Susques, no restaurante Pastos Chicos para abastecimento das motos e um almoço para nós, continuando em seguida até o Paso de Jama, onde são feitos os trâmites de fronteira.
Havia muita gente por conta de um ônibus com turistas, mais os motoqueiros gaúchos e nós; acabamos perdendo cerca de duas horas até sermos liberados para entrar no Chile. Nas viagens anteriores, no Paso de Jama havia somente a aduana argentina, que era rápida. Agora a parte chilena não é mais feita em San Pedro, e sim junto com a argentina em Paso de Jama, o que deixou as coisas mais confusas e mais burocráticas, com preenchimento de formulários, passagem em 4 guichês e revista de bagagens.
Já em terras chilenas, continuamos em grandes altitudes e curtindo cada detalhe das incríveis paisagens da puna chilena: morros, lagunas, cores, enfim, as coisas que fazem esta travessia ser única e inesquecível. Difícil descrever toda a natureza que nos envolve, só estando lá para ver e sentir.
O frio era intenso e soprava um vento muito forte; a temperatura era de 4 ºC, mas a sensação térmica deveria ser de uns -10 ºC, considerando o vento e a velocidade das motos. Paramos de sentir as mãos, estava difícil continuar pilotando, mas não havia outro jeito!
Pela primeira vez cruzei o Paso de Jama com uma moto adequada, o que tornou as coisas mais fáceis: o motor não falhava, a moto rendia tão bem que por momentos que eu chegava a esquecer que estava próximo dos 5.000 msnm.
O frio só foi diminuir quando iniciamos a grande descida de 50 km que acaba em San Pedro de Atacama. Passamos ao lado do imponente vulcão Licancabur e descemos até chegar à cidade.
Já instalados, saímos à noite para comer uma pizza e comemorar o sucesso da viagem. Chegamos ao nosso destino! Ricardo, Vilson e eu brindamos com cervejas importadas.
O dia de hoje foi mais uma experiência inesquecível!
Vc escreve passando mta emoção e toda beleza q o envolve...como sempre , lindamente 😍, aproveite muito
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