Acordei de madrugada com um estrondo assustador! Era um trovão fortíssimo, o raio deve ter caído perto! Em seguida, o barulho de muita chuva caindo e o uivo do vento soprando, a janela do quarto vibrava forte com a força do vento.
Não consegui mais dormir,e quando levantei chovia a cântaros e ventava muito. Não havia condições de sair do hotel com aquela chuva, esperei que diminuísse, amarrei a bagagem na moto e parti quase às 10 h, com muito cuidado.
Na estrada (BR-290) a chuva veio muito forte, com um vento mais forte que o da cordilheira, soprava a 90 graus, e, para piorar a situação, vinha em rajadas, jogando a moto de um lado a outro da pista, que estava encharcada. Os rios estavam quase transbordando nas pontes e as margens da estrada formavam lagos e cascatas, de tanta água que caía. Não havia postos para parar nem abastecer, andei 150 km até encontrar o primeiro, em Alegrete (lembrei do Ricardo!). Abasteci e vi o tamanho do estrago: estava totalmente molhado por fora e por dentro! A água escorria por dentro da calça, a bota e as meias encharcaram, a luva molhou totalmente e até a cueca ficou ensopada! Eu tinha que seguir, e assim fiz após colocar gasolina na moto!
Alegrete ou Allegretti?
Muita chuva!
E tome chuva!
Mais chuva! Totalmente molhado, mas com bom humor!
A chuva e o vento continuaram com força, era impossível parar ou mesmo diminuir a velocidade, o vento derrubaria a moto! Ela só ficava em pé devido à velocidade, que causa o efeito giroscópio, mas dançava na pista molhada ao sabor das rajadas de vento.
Mais 110 km adiante encontrei um restaurante às margens da estrada, em Rosário do Sul. Parei, tirei as botas e torci as meias, que jorraram muita água. Almocei molhado e descalço e peguei novamente a estrada, até que a chuva diminuiu quando faltavam 20 km para Santana do Livramento, cidade de fronteira com o Uruguai.
Botas e meias encharcadas! E o Tigre olhando!
Fui direto para o hotel Jandaia, onde já houvera me hospedado em uma viagem com a Bandit, há 9 anos atrás. A placa da moto ainda estava no cadastro do hotel! Não é barato, mas eu não tinha condições e nem queria procurar muito.
Hospedei-me, tirei toda a roupa molhada e tomei um banho quente para recuperar o calor do corpo!
A cidade faz fronteira seca com o Uruguai, cuja cidade limítrofe é Rivera. Uma praça divide as duas cidades, de cada lado é um país.
Livramento/Rivera - Uma praça pertencente a dois países!
Andei pelas ruas de ambos os países e comprei uma camiseta, meias e cuecas novas, que substituirão as peças que molharam e serão descartadas ao longo da viagem. Aproveitei e fiz câmbio de dinheiro, trocando reais por pesos uruguaios. Os pesos argentinos que sobraram eu não troquei. Foram comprados na razão de 1 real = 3,3 pesos e a melhor cotação que obtive para vendê-los foi 1 real = 1,5 pesos, ou seja, menos da metade que paguei! Guardarei para uma próxima viagem à Argentina!
Tive notícias dos meus amigos Vilson e Ricardo, já estavam bem próximos de Santos e chegarão hoje em casa. Que tenham feito uma ótima viagem!
Que perigo menino!!! Affff
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