sexta-feira, 17 de março de 2017

Chile norte a sul - 21º dia - Porto União a Juquitiba (SP)

Acordei com chuva para todos os lados, nem sequer foi possível fotografar a estação ferroviária de Porto União/União da Vitória, um belo exemplar do estilo art-déco.
Saí sob bastante chuva e tomei o rumo de Curitiba. Toda cautela era pouca, a chuva estava muito forte, a visibilidade reduzida, as pistas exsudadas e com muitos defeitos e muitos caminhões. A velocidade de cruzeiro caiu bastante, se é que se pode falar em velocidade de cruzeiro nessas nossas estradas desmazeladas!
                                             Chuva na estrada!

A estrada possui quebra-molas, pardais e curvas traiçoeiras. Para deixar as coisas bem piores, meu pneu traseiro está totalmente careca, o que, sob chuva, é perigosíssimo e exige cuidado redobrado. A pilotagem foi tensa o dia todo.
Levei quase quatro horas para percorrer os 226 km que me separavam de Curitiba, e a chuva não deu trégua um minuto sequer!
                                 Parada para um café, em um posto em Lapa-PR

Quem diria, há 20 anos, que eu estaria feliz por chegar à Régis Bittencourt? Aquela que era considerada uma das estradas mais perigosas do Brasil e a que mais matava, conhecida por “estrada da morte”, foi minha tábua de salvação! Pistas duplicadas, asfalto em bom estado, sinalizada... enfim, tudo é relativo! A chuva continuava, mas estrada era mais segura.
Na parada para o almoço conheci Wilson e Luís, que voltavam de moto da Serra do Rio do Rastro (Triumph Explorer e BMW GS 1200, respectivamente). Conversamos e seguimos juntos sob a chuva implacável durante o restante do dia de hoje.
Antes de subirmos a terrível serra do cafezal, a chuva aumentou tremendamente, tivemos que dar uma parada para tomar fôlego e encarar. Estava anoitecendo, e a subida à noite foi um cenário tétrico: chuva torrencial, capacete embaçado, caminhões demais, pistas totalmente detonadas e faróis na cara. Vencemos os 30 km e a chuva não parava. 


                                Com Wilson e Luís, antes de subir a serra do cafezal

Em Juquitiba entrei no posto onde costumo pernoitar, eu estava encharcado e não aguentava mais a chuva que não aliviava! Era noite, hospedei-me no hotel anexo e constatei o estrago: quase tudo molhado! Pudera, foram 12 horas sob chuva torrencial e ininterrupta!

Após um banho quente reconfortante, fui jantar no restaurante 24 horas, também anexo ao posto. Já fiquei neste local em outras viagens, inclusive na volta de Florianópolis, há pouco mais de um mês. É um porto na tempestade!

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