quarta-feira, 15 de março de 2017

Chile norte a sul - 19º dia - Zarate a São Borja

Levantei-me e ainda estava escuro, tomei um café rápido no hotel e saí às 7 h. Foi fácil sair da cidade, não errei o caminho, mas na estrada, novamente devido a uma sinalização confusa, tomei a direção errada. Andei menos de 10 km e desconfiei que algo estava errado, pois eu deveria estar seguindo na direção norte, porém o sol estava nascendo à minha esquerda. Por sorte apareceu um posto e tomei informações, eu deveria retornar na estrada. Ainda errei o retorno! Passados estes tropeços iniciais, peguei a ruta 12 e 100 km adiante, a ruta 14.

                                           Parada para abastecimento e café

                                  Ruta 14 - duplicada e vazia

A ruta 14 está totalmente duplicada, foi muito tranquilo viajar por ela, a menos de uma imensa nuvem negra (frente fria) que viajava próximo dos 100 km/h. Ultrapassei-a com dificuldade, e enquanto estive sob ela o vento era terrível, perto dos 100 km/h, dava medo! Quando eu conseguia ultrapassar a nuvem, a temperatura subia e o vento cessava, mas eu parava para abastecer e ela me passava, e começava tudo novamente! Assim, fui apostando corrida com a nuvem durante 500 km!
                                 Nuvem negra à frente: muito vento e frio

Almocei na beira da estrada, era o que havia, e segui em frente, para passar novamente a nuvem!
Cheguei em Paso de los Libres, passei pela aduana e ingressei no Brasil por Uruguaiana.

                                  Almoço onde encontrei comida!

                                    Nuvem negra novamente à frente, após o almoço

Eram 15 h e eu já houvera rodado 600 km. Estava claro e eu não sabia o que o tempo me reservaria nos dias seguintes, assim, aproveitei o tempo bom para adiantar a viagem, e rodei 180 km através da BR 472 de Uruguaiana até São Borja, terra de presidentes.
Estre foi o pior trecho de estrada de toda a viagem: um horror, parecia mais um filme de terror! Acostumado às ótimas estradas chilenas e argentinas, enfrentei trânsito pesado, uma estrada em péssimas condições, com todos os defeitos possíveis e ainda estreita e sem acostamento. Este trecho é uma brincadeira de mal gosto, um atentado à vida. Ir de Uruguaiana a São Borja é uma aventura e um desafio muito maior que cruzar as cordilheiras! O risco é infinitamente superior! Para percorrer os primeiros 76 km levei duas horas!
Não há o que relatar dentro do Brasil. A estrada era tão ruim que nem sei o que havia às suas margens, estava com o olho fixo no chão, para evitar sofrer algum acidente. Se a paisagem era bonita, não sei. Havia algumas placas do DNIT avisando que a estrada estava ruim, que a responsabilidade e o risco eram do usuário! Só pode ser escárnio! Evitem este trecho!
Entrando em São Borja, troquei o óleo da moto, que já rodara quase 10.000 km em condições adversas e severas.
Hospedei-me em um hotel simples, por sinal o mesmo em que fiquei na viagem de 2009, de Bandit. Coincidência!

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