Tomei o café da manhã simples do hotel em Cafayate e dei uma pequena
volta a pé pelas redondezas do hotel e da praça, aproveitando para sacar alguns
pesos em um caixa automático. Saí efetivamente da cidade às 10:00 h, tomando a
ruta 68 na direção de Salta.
Não havia gasolina em nenhum posto de Cafayate, e o odômetro parcial da
moto marcava 103 km rodados. Ao sair da cidade inicia-se a Quebrada de Cafayate
ou Quebrada das Conchas, como queiram. A estrada vai serpenteando pelas
montanhas de um vale acompanhando o rio de las Conchas, bastante volumoso e com
forte correnteza. Apesar de e já haver percorrido toda a Quebrada de Cafayate
de Bandit 1200 na viagem de 2010, a beleza e a imponência do local ainda me impressionam
e até emocionam. Vir a Cafayate e não percorrer sua quebrada, é como ir a Roma
e não ver o papa, não dá para perder.
Pena que a estrada está sendo destruída, tanto pelo rio das Conchas,
como pelo volume de água que desce das montanhas e passa sobre o seu leito. Há
intervenções e a presença do DNV (Departamento Nacional de Vialidad) em
diversos pontos da estrada para tentar solucionar o problema, mas há muitas
frentes a serem atacadas, e se isto não for feito logo, a estrada desaparecerá
em pouco tempo. Há muitos desvios em trechos onde houve desmoronamentos ou onde
o rio levou a estrada. Há 3 anos atrás a rodovia estava impecável, acho que
choveou muito ultimamente, o que deve ter contribuído para sua rápida
deterioração.
Fui percorrendo a Quebrada calmamente, mesmo porque não é possível
correr por lá, apreciando e absorvendo cada quilômetro e cada formação rochosa.
Gostaria que a travessia durasse todo o dia, pena que são "apenas"
100 km!
Já no final da Quebrada, o que vejo? A Posta de las Cabras, local onde
parei para fazer um lanche na viagem de 2010 e onde comi um dos melhores
sanduíches da minha vida. Além do mais, o local é ultra charmoso, fica na estrada longe de qualquer cidade, no
meio do nada. Parei e comi uma torta folheada recheada com maçã, figo e uvas
passas, uma delícia. Pedi também um sanduíche de queijo de cabra com azeitonas
e tomates em um pão caseiro tostado, não dá para descrever, só provando! Este
foi meu almoço.
A Quebrada terminou e eu segui pela rodovia (ruta 68) em direção a Salta.
Pensei em fazer um atalho para a ruta 9 que economizaria cerca de 120 km de
estrada, passando pelo dique Cabra
Corral, mas fui desaconselhado por todas as pessoas a quem pedi informações,
pois a estrada é de terra e havia chovido muito, estava intransitável.
Tive que ir até Salta, atravessar toda a cidade (literalmente) para
pegar a ruta 9, estrada que vai até Buenos Aires passando por algumas capitais
de províncias. Perdi algum tempo, mas não errei o caminho, afinal, já conhecia
Salta.
Início da ruta 16Distância a percorrer na ruta 16 até Resistência - 707 km!
Após 160 km pela ruta 9, incia-se (ou termina) a ruta 16, estrada que
corta 3 províncias: Salta, Santiago del Estero e o Chaco, sendo que a maior
parte nesta última.
A ruta 16 é monótona e sem graça, uma reta de 707 km, deste a ruta 9 na altura de Metán até Resistência, a capital do Chaco. Fui percorrendo-a até que às 19:30 h achei que era hora de parar. Entrei em Monte Quemado, 250 km após haver entrado na ruta 16, e hospedei-me em um hotel horroroso, mais parece um puteiro, e, além do mais é sujo e mal-cheiroso. O outro hotel da cidade, de melhor aspecto, estava fechado, não havia alternativa. A próxima cidade decente na ruta 16 fica a mais de 300 km, então, era pegar ou largar. Pensei comigo: é só por uma noite, ao menos tenho um teto!
Posto Refinor, em El Galpón, ruta 16
A ruta 16 é monótona e sem graça, uma reta de 707 km, deste a ruta 9 na altura de Metán até Resistência, a capital do Chaco. Fui percorrendo-a até que às 19:30 h achei que era hora de parar. Entrei em Monte Quemado, 250 km após haver entrado na ruta 16, e hospedei-me em um hotel horroroso, mais parece um puteiro, e, além do mais é sujo e mal-cheiroso. O outro hotel da cidade, de melhor aspecto, estava fechado, não havia alternativa. A próxima cidade decente na ruta 16 fica a mais de 300 km, então, era pegar ou largar. Pensei comigo: é só por uma noite, ao menos tenho um teto!
Não tive coragem de jantar no restaurante do hotel, a cozinha era pior
do que banheiro de botequim! Comi um pedasço de pizza como jantar em um outro
muquifo na cidade, mas pelo menos a pizza assa no forno e mata muitas
bactérias!
Um detalhe: o hotel não tem café da manhã e internet, nem pensar! Na
ruta 16, como em todas as viagens anteriores que fiz, parei para abastecer em
um posto Refinor em El Galpón, que possui tanques de combustível aéreos
verticais, o que sempre me chamou a atenção, pois no Brasil isto é proibido por
questões de segurança. Todas as vezes em que lá parei, conversei com os
empregados e tirei fotos, mas na viagem seguinte eram outros empregados, e eu
tirava fotos novamente. Desta vez, como sempre, eram outros empregados, tirei
foto e disse a eles que iria publicá-la no blog. Eles ficaram felizes e eu
cumpro minha promessa, rendendo uma singela homenagem àqueles que permitem que
nossas motos rodem, enchendo os tanques com combustível.
Hotel em Monte Quemado
Posto Refinor, em El Galpón, ruta 16
e os policiais corruptos, não viu nenhum, ou talvez não te viram né... boa viagem irmão, estamos aqui de olho.
ResponderExcluirtudo muito lindo!!! bjs
ResponderExcluirÉ mesmo!
ExcluirNeste trecho não há problema. Eles costumam estar no Chaco (ruta 16) e na ruta 14, na região fronteiriça, entre Paso de los Libres e Buenos Aires. E também entre Buenos Aires e Mar del Plata. Eu tenho conseguido passar sem dar dinheiro, só conversando, afinal, estou totalmente dentro da lei.
ResponderExcluirObrigado por me acompanhar!
nossa, lindas paisagens !!!!
ResponderExcluirbjs, Paula.
Que lugar bonito!
ResponderExcluirÉ bonito demais! Pena que as fotos não consigam mostrar todo o conjunto! Tem que visitar para ver de perto!
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