sábado, 16 de fevereiro de 2013

Cafayate a Monte Quemado - 10º dia


Tomei o café da manhã simples do hotel em Cafayate e dei uma pequena volta a pé pelas redondezas do hotel e da praça, aproveitando para sacar alguns pesos em um caixa automático. Saí efetivamente da cidade às 10:00 h, tomando a ruta 68 na direção de Salta.


Não havia gasolina em nenhum posto de Cafayate, e o odômetro parcial da moto marcava 103 km rodados. Ao sair da cidade inicia-se a Quebrada de Cafayate ou Quebrada das Conchas, como queiram. A estrada vai serpenteando pelas montanhas de um vale acompanhando o rio de las Conchas, bastante volumoso e com forte correnteza. Apesar de e já haver percorrido toda a Quebrada de Cafayate de Bandit 1200 na viagem de 2010, a beleza e a imponência do local ainda me impressionam e até emocionam. Vir a Cafayate e não percorrer sua quebrada, é como ir a Roma e não ver o papa, não dá para perder.






Pena que a estrada está sendo destruída, tanto pelo rio das Conchas, como pelo volume de água que desce das montanhas e passa sobre o seu leito. Há intervenções e a presença do DNV (Departamento Nacional de Vialidad) em diversos pontos da estrada para tentar solucionar o problema, mas há muitas frentes a serem atacadas, e se isto não for feito logo, a estrada desaparecerá em pouco tempo. Há muitos desvios em trechos onde houve desmoronamentos ou onde o rio levou a estrada. Há 3 anos atrás a rodovia estava impecável, acho que choveou muito ultimamente, o que deve ter contribuído para sua rápida deterioração.
Fui percorrendo a Quebrada calmamente, mesmo porque não é possível correr por lá, apreciando e absorvendo cada quilômetro e cada formação rochosa. Gostaria que a travessia durasse todo o dia, pena que são "apenas" 100 km!
Já no final da Quebrada, o que vejo? A Posta de las Cabras, local onde parei para fazer um lanche na viagem de 2010 e onde comi um dos melhores sanduíches da minha vida. Além do mais, o local é ultra charmoso,  fica na estrada longe de qualquer cidade, no meio do nada. Parei e comi uma torta folheada recheada com maçã, figo e uvas passas, uma delícia. Pedi também um sanduíche de queijo de cabra com azeitonas e tomates em um pão caseiro tostado, não dá para descrever, só provando! Este foi meu almoço.



A Quebrada terminou e eu segui pela rodovia (ruta 68) em direção a Salta. Pensei em fazer um atalho para a ruta 9 que economizaria cerca de 120 km de estrada,  passando pelo dique Cabra Corral, mas fui desaconselhado por todas as pessoas a quem pedi informações, pois a estrada é de terra e havia chovido muito, estava intransitável.
Tive que ir até Salta, atravessar toda a cidade (literalmente) para pegar a ruta 9, estrada que vai até Buenos Aires passando por algumas capitais de províncias. Perdi algum tempo, mas não errei o caminho, afinal, já conhecia Salta.
                                          Início da ruta 16

                                          Distância a percorrer na ruta 16 até Resistência - 707 km!
                                         



Após 160 km pela ruta 9, incia-se (ou termina) a ruta 16, estrada que corta 3 províncias: Salta, Santiago del Estero e o Chaco, sendo que a maior parte nesta última.
A ruta 16 é monótona e sem graça, uma reta de 707 km, deste a ruta 9 na altura de Metán até Resistência, a capital do Chaco. Fui percorrendo-a até que às 19:30 h achei que era hora de parar. Entrei em Monte Quemado, 250 km após haver entrado na ruta 16, e hospedei-me em um hotel horroroso, mais parece um puteiro, e, além do mais é sujo e mal-cheiroso. O outro hotel da cidade, de melhor aspecto, estava fechado, não havia alternativa. A próxima cidade decente na ruta 16 fica a mais de 300 km, então, era pegar ou largar. Pensei comigo: é só por uma noite, ao menos tenho um teto!
Não tive coragem de jantar no restaurante do hotel, a cozinha era pior do que banheiro de botequim! Comi um pedasço de pizza como jantar em um outro muquifo na cidade, mas pelo menos a pizza assa no forno e mata muitas bactérias!

Um detalhe: o hotel não tem café da manhã e internet, nem pensar! Na ruta 16, como em todas as viagens anteriores que fiz, parei para abastecer em um posto Refinor em El Galpón, que possui tanques de combustível aéreos verticais, o que sempre me chamou a atenção, pois no Brasil isto é proibido por questões de segurança. Todas as vezes em que lá parei, conversei com os empregados e tirei fotos, mas na viagem seguinte eram outros empregados, e eu tirava fotos novamente. Desta vez, como sempre, eram outros empregados, tirei foto e disse a eles que iria publicá-la no blog. Eles ficaram felizes e eu cumpro minha promessa, rendendo uma singela homenagem àqueles que permitem que nossas motos rodem, enchendo os tanques com combustível.



Hotel em Monte Quemado

















Posto Refinor, em El Galpón, ruta 16

7 comentários:

  1. e os policiais corruptos, não viu nenhum, ou talvez não te viram né... boa viagem irmão, estamos aqui de olho.

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  2. Neste trecho não há problema. Eles costumam estar no Chaco (ruta 16) e na ruta 14, na região fronteiriça, entre Paso de los Libres e Buenos Aires. E também entre Buenos Aires e Mar del Plata. Eu tenho conseguido passar sem dar dinheiro, só conversando, afinal, estou totalmente dentro da lei.
    Obrigado por me acompanhar!

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  3. nossa, lindas paisagens !!!!
    bjs, Paula.

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  4. Respostas
    1. É bonito demais! Pena que as fotos não consigam mostrar todo o conjunto! Tem que visitar para ver de perto!

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