quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

7º e 8º dias - Chepes - Villa Union - Chilecito


Toda a turma levantou às 5:30 h, e é óbvio que também acordei, mas pemaneci na pousada. Depois que partiram, tratei de atualizar o relato da viagem off line, pois o hotel não possuía internet. Baixei as fotos no computador e ajustei algumas utilizando o Picasa. Isto me consumiu quase 2 horas. Saí do hotel (que não tinha café da manhã) e tomei café em um posto de gasolina em Chepes, e parti às 8:00 h, com um céu totalmente azul e a promessa de um dia bonito.

Andei 192 km até encontrar o primeiro posto de gasolina, na cidade de San Augustin de Valle Fértil, na província de San Juan. Aliás, nem cidades havia no percurso.  Não passei dos 110 km/h, mas fiz uma excelente média, pois a estrada é reta e plana. A viagem estava agradável, eu andava novamente no meu ritmo. Tomei um suco no posto e segui em frente. O próximo posto seria a mais de 200 km adiante, e a autonomia da moto é pequena. Levei 1 litro de gasolina a mais, que coloquei após rodar 40 km.
A estrada atravessa os parques de Ishigualasto e Talampaya, este último um parque nacional e patrimônio da humanidade. Entrei no parque de Ishigualasto e encontrei meus amigos motoqueiros lá!
Seguimos juntos para o parque de Talampaya, que eu, Júlio e Tarlom conhecemos em uma excursão guiada. É um grande canion, com formações rochosas impressionantes, petroglifos e muita beleza. Valeu a pena a visita.
                                           Cactus gigantes floridos, na estrada





A estrada corta morros de ambos os parques todo o tempo, e também é muito agradável de ser percorrida. O que inicialmente é uma paisagem quase lunar vai-se transformando em uma sucessão de morros e montanhas pedregosos com uma vegetação exótica.
Ao cair da tarde chegamos em Villa Union, província de La Rioja, pequena cidade situada bem próxima às cordilheiras. Fizemos algumas compras de mercado para o dia de amanhã, pois em Laguna Brava não há água, comida, gasolina ou qualquer recurso. Consegui uma bombona vazia e enchi com gasolina, o mesmo 
fizeram os demais com seus tanques reservas.
Jantamos em um restaurante no posto e gasolina da praça da cidade.

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13 de fevereiro de 2013 – quarta feira – 8º dia
Laguna Brava e Cuesta de Miranda
Villa Union a Chilecito
Acordamos às 6:00 h e saímos às 7:00 h com destino a Laguna Brava, parque nacional situado a mais de 4.000 m de altitude. Passamos pela última cidade, San Jose de Vinchina e completamos os tanques das motos.
                                           O amanhecer na estrada

                                          Abastecimento em Vinchina

Logo depois de Vinchina acaba o asfalto, e a estrada torna-se quase uma trilha estreita cortada nas rochas sedimentares das montanhas, e segue acompanhando o curso de um rio. Trecho muito bonito e perigoso, mas de uma impressionante beleza rústica. Após 22 km neste caminho, o asfalto aparece novamente, e continuamos a lenta subida. Em um determinado ponto fomos parados e impedidos de prosseguir, pois motos estão proibidas no parque Laguna Brava. Se quiserem cruzar o Paso Pircas Negras, aberto somente de quinta a domingo, é necessário uma autorização especial, mas não podem ingressar no parque.
Ficamos 1 hora parados na barreira policial. Haveria um meio de entrarmos, mas decidimos abortar Laguna Brava, e assim retornamos ao hotel em Villa Union, conseguimos negociar nossa saída ainda hoje, e tivemos que desocupar os quartos e carregar as motos na pressa. Partimos sem almoçar, todos com fome, já eram 13:00 h e só havíamos tomado um parco café às 7:00 h.

                                         Estrada para Laguna Brava



Seguimos para Chilecito pela Cuesta de Miranda, que é a travessia de uma enorme montanha em uma estrada de rípio e que ainda por cima está em obras. Há que se tomar cuidado, mas o visual das montanhas e vales com a estrada serpenteando entre elas compensa. Paramos para fazer um lanche à  beira da estrada com as coisas que compramos para utilizar em Laguna Brava.
                                          Cuesta de Miranda

                                          Lanche na estrada (Cuesta de Miranda)


Após a descida da Cuesta de Miranda o asfalto reaparece, mais 20 km e chegamos a Chilecito às 15:30 h, com sol forte e calor. Foi decido que iríamos andar mais 200 km, até Belém ou Londres (acredite, ficam na Argentina)

Decisão
Resolvi que não mais iria acompanhá-los na viagem, pois o ritmo muito intenso e exaustivo não estava me agradando. Deixei de tirar boas fotos e mal tinha tempo para atualizar este blog e fazer pequenas coisas que curto, como andar a pé pelas ruas das cidades por onde passamos ou onde pernoitamos. Acho que minha idade recomenda uma aventura mais equilibrada!
Desta forma, eles partiram e eu fiquei só, a 4.000 km e 7 dias de distância de casa! Devemos fazer o mesmo roteiro, mas o farei do meu jeito. É claro que é muito bom contar com a companhia de amigos, pois não estamos desamparados, mas foi a melhor  solução. Que eles façam a viagem dos seus sonhos, Eu prosseguirei neste pequeno tour pelo noroeste argentino sozinho, e que Deus e os meus anjos me protejam para que eu viaje e chegue em casa inteiro e em segurança.
Em Chilecito, analisando com calma a moto (agora tenho mais tempo) descobri que perdi todo o conjunto que estica a corrente, ou seja, se afrouxar, não há como esticar ou mesmo centralizar.
Andei por toda a cidade, comprei diversas peças, troquei o óleo (da moto!) e levei-a a uma oficina, onde fabricamos uma peça e instalamos uma solução razoável para poder regular a corrente. A vibração natural da moto e principalmente as estradas de terra e rípio causaram alguns estragos:
- Perda dos parafusos da placa;
- Perda da fixação do defletor esquerdo do tanque ;
- Perda do sistema de regulagem da corrente.
Por enquanto, estes problemas estão contornados. Amanhã seguirei viagem.

6 comentários:

  1. Que viagem legal, deu vontade de estar ai!

    Vai com calma, sozinho, com pensamentos positivos e muita fe! Ja viu que e dificil levantar essa moto num tombo...

    Boa viagem!!!

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    1. Ainda bem que eu não caí...
      Hoje atravessei uns 9 rios e estava sozinho. Se caísse, já era!

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  2. olá Guilherme, espero que tudo esteja bem; seu ritmo estava muito fora do normal p uma aventura assim, digo isso porque sua moto tava se desfazendo; isso não é normal, nem tampouco bom. O Seu João, o Júnior e o Gilmar estão no sul, hoje dia 14, estão descendo de Curitiba p o litoral, e depois p SC, quem sabe vcs não combinam um encontro pelo Face... grande abraço e pode ter certeza que é muito bom acompanhar a viagem através dos relatos, sei que dá trabalho, mas tenha certeza que tá valendo a pena.

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    1. Olá, Antônio, que prazer ver que você está "viajando junto"!
      É uma honra para mim usar a camiseta de vocês, nas minhas fotos ela aparece muitas vezes, e sempre explico como a ganhei.
      Não dá para forçar o ritmo de uma viagem além dos limites do corpo e da moto. Eu acho que fiz o correto, tanto que estou muito mais tranquilo e curtindo mais os lugares.
      Um grande abraço para você e toda a turma do "Expedicionários"!

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  3. onde está vc agora??????? bjs, segue com Deus

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    1. Acabo de chegar a Cafayate. Está tudo bem, o dia de hoje foi tranquilo e muito agradável.

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