Para minha sorte, o dia amanheceu sem chuva e sem vento!
Consegui partir às 9 h após despedir-me da dona do hotel e agradecer por todas
as dicas e informações que me deu; os proprietários fizeram toda a diferença,
tornaram a cidade de Esquel e a região próxima ainda mais interessantes e
agradáveis.
Este foi o dia mais fácil e mais tranqüilo da viagem; apesar
do frio de 7 graus e do vento patagônico soprando o dia todo, tudo correu bem e
as estradas estavam boas e vazias.
Segui pela ruta 40 até Tecka, a 86 km de Esquel, quando
parei para abastecer. Despedi-me da RN40 e ingressei na RN25, que corta a
Argentina, mais precisamente a província de Chubut, de oeste a leste, desde a
cordilheira até o Oceano Atlântico.
Placa emporcalhada por motoqueiros brasileiros, todos de motoclubesEstepes patagônicas, ainda na RN40
Fila para abastecimento em Tecka
A estrada é totalmente deserta às suas margens, tem no
máximo uns 3 povoados e postos de gasolina, mas me surpreendeu: eu esperava
encontrar somente as estepes patagônicas frias, desérticas e açoitadas pelo
vento, mas encontrei paisagens que foram se alterando ao longo do percurso de
quase 600 km, terminando, obviamente, com as estepes desertas.
Infindáveis estepes na RN25Estepes frias e com vento
Almoço em Paso de Índios
Havia trechos com enormes formações de arenito, trechos com
rochas vulcânicas e trechos que venciam pequenos morros, com muitas curvas. Em
determinado trecho a estrada acompanhou um rio de águas verdes. Até a hora em
que parei para almoçar e abastecer em Paso de Índios, a temperatura não passou
dos 8 graus, mas à tarde foi subindo lentamente até os 17 graus. A sensação de
frio vinha do vento, quando ele cessava momentâneamente devido à proximidade de
algum morro, a sensação de bem estar aumentava.
RN25 - Vale dos Altares - muitos quilômetros com essas formações
Em Paso de Índios conversei com um motociclista argentino que se dirigia a Los Antiguos, para ingressar no Chile e percorrer a Carretera Austral, exatamente o projeto que fiz para esta viagem. Fiquei até tentado a seguir com ele, mas na minha cabeça já estava o meu novo roteiro.
Os quilômetros se sucediam rapidamente e fui avançando, até
que, às 17 h, passei pela cidade galesa de Gaiman e entrei para abastecer. Gostei
tanto do lugar que decidi ficar e pernoitar. Só havia uma hosteria na cidade,
que se auto-intitula um B&B. Consegui o último quarto e me instalei, saindo
imediatamente para explorar a cidade a pé, enquanto havia claridade.
Hotel (B&B) em GaimánPraça de Gaimán
Praça de Gaimán
Igreja N.Sra. de Luján
Tentei ir à casa de chá mais famosa, mas era longe demais.
Andei quase 2 km e não chegava! Desisti e fiquei pelo centro, que me encantou
com sua praça arborizada e cortada por um rio, que deve ser uma ramificação do
rio Chubut, que banha a cidade. Entrei em uma confeitaria e tomei um chá com
torta galesa, uma verdadeira delícia! Abusei e comi 2 pedaços da torta, que se
parece com um bolo inglês.
Anúncio da casa de chá - muito longe para ir a pé!
Confeitaria no Centro
MUITO BOM, MEU PATRÃO! SÓ PARA SABER. SUA PRETENSÃO CHEGAR ATÉ QUAL LOCAL MAIS AO SUL? PUNTA ARENAS? DAQUI A POUCO ESTARÁ NA ANTARTICA?
ResponderExcluirBORA RODAR...
Este trecho de Esquel a Gaimán já pode ser entendido como retorno. Fui das cordilheiras praticamente ao Atlântico, cruzando a região patagônica de oeste a leste.
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