Mais um dia de deslocamento! Muita estrada, muito sol e 646
km rodados com vento forte.
Ao pegar a estrada, andei 23 km e cheguei a Bahia Blanca. A
passagem pela cidade, apesar de a estrada passar por fora, foi lento e difícil.
Muitos caminhões, passei em locais horríveis (parecia um porto seco, com centenas
de caminhões) e em alguns desvios, mas acabei retomando a Ruta 3, que foi o meu
lar durante todo o dia de hoje.
RN3
A RN3 apresentava um trânsito intenso de caminhões pesados
em ambos os sentidos; apesar de seu traçado reto, as ultrapassagens não eram
tão fáceis. Para dificultar, havia muitos trechos em obras com sistema de
“pare-siga”, o que foi aumentando o tempo de viagem. Hoje foi o dia em que o
vento mais incomodou, estava fortíssimo e constante, e foi implacável comigo,
não houve trégua! É muito cansativo viajar o dia todo com o vento incidindo a
90 graus, e não era um ventinho qualquer! Para dar uma idéia, era impossível
parar na estrada para tirar uma foto ou fazer o que quer que fosse, o vento
derrubaria a moto. Nas paradas do “pare-siga” das obras, era difícil manter a
moto parada em pé, eu fazia muita força nas pernas para que ela não tombasse. E
a pista, apesar de não ter buracos, apresentava muitas deformações (trilhos de
rodas) e exsudações, o que também contribuiu para a velocidade mais baixa e
maior tempo de viagem.
Saí do hotel com temperatura de 10 graus, que chegou a 28
graus à tarde. Creio que o frio ficou para trás!
Posto onde almocei, na RN3
Almocei em um posto Petrobrás (um dos poucos postos na
estrada) e continuei sob vento e sol, com paisagens monótonas: pastos, gado,
algumas lagunas e muitas plantações, tudo em uma imensa planície, sem qualquer
morro ou relevo. Eu pretendia chegar até Zárate hoje, mas às 19 h ainda estava
em Cañuelas, faltavam mais de 200 km e o sol estava se pondo. Quis Deus que
aparecesse no meu caminho um hotel com restaurante, parecido com o de Bahia
Blanca, onde pernoitei ontem, porém ainda mais bacana, todo decorado com
motivos de aviões, pois o dono é piloto!. Era o único, o próximo somente em Zárate, ainda assim eu teria que entrar na cidade até o centro
.
Hotel em Cañuelas, às margens da RN3Chegando ao hotel
Consegui um quarto bem legal e hospedei-me, satisfeito por
ter conseguido parar antes da noite. No exato instante em que me registrava no
hotel, o sol se pôs, deixando um tom alaranjado surreal no céu.
No jantar, o proprietário fez questão de vir conversar
comigo e me serviu pessoalmente. Ofereceu-me vinho para tomar junto com ele e
batemos um papo sobre motos, viagens e até sobre política e o momento político
do Brasil e da Argentina. Ele é piloto de aviões e tem uma empresa de táxi
aéreo. Já viajou de moto da Argentina ao Alasca pela costa do Atlântico; meses
mais tarde fez a viagem inversa, do Alasca à Argentina pela costa do Pacífico.
Foi uma ótima conversa!
Cada vez mais me convenço que este hotel não apareceu por
acaso na minha frente!
muito bom! bora rodar...
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