sábado, 10 de março de 2018

Argentina 2018 - Chos Malal a Junin de los Andes - mais um dia de Ruta 40!



Ao sair pela porta do hotel para colocar a bagagem na moto, tomei um susto: a temperatura era de 10 graus! Como o céu estava azul e sem nuvens, imaginei que iria esquentar bastante, a exemplo dos demais dias até agora. Engano meu, viajei sob temperatura de 13 ºC na maior parte do dia, com a máxima de 16 ºC por volta das 13 h.
Ainda em Chos Malal, antes de partir para a estrada, fui abastecer no único posto de combustível da cidade e em um raio de mais de 200 km. Como sempre, enfrentei meia hora na fila para conseguir encher o tanque da moto.
Segui pela Ruta 40 com suas paisagens radicais e incríveis, controlando a velocidade e o consumo para não ficar sem gasolina em uma região desértica, pouco movimentada e sem qualquer possibilidade de auxílio. Como apostei que esquentaria, não estava usando o forro térmico do casaco, mas não agüentei o frio e parei 20 km após Chos Malal para colocá-lo. O duro foi tirar o casaco na beira da estrada, com 13 ºC de temperatura e o vento patagônico soprando! Pensei na moto, que é confiável a ponto de me permitir fazer sozinho uma viagem como esta. Um simples pneu furado seria uma tragédia! Ela tem sido impecável, nada de errado aconteceu, só tenho feito colocar gasolina!




Las Lajas, a 150 km de Chos Malal, foi a primeira cidade que encontrei na estrada, e havia um posto de gasolina. Enfrentei 40 min na fila para abastecer a moto, mas saí com o tanque cheio.
Paisagens, montanhas e diversas formações continuaram aparecendo. A temperatura baixa (13 graus) somada à velocidade da moto (110 km/h) e ao fortíssimo vento gelado que me açoitou durante todo o percurso, deixavam a sensação térmica em torno de zero graus. O vento é tão impertinente, que quando eu passava em algum corte de morro onde ele cessava, o alívio era imenso e o frio passava na hora! A estrada corre em grande parte do percurso junto ao topo das montanhas, justamente onde o vento é mais pronunciado; nas partes mais baixas, protegidas por morros, era mais fraco, porém  incessante! De qualquer forma, o visual e o asfalto perfeito tornam a viagem deliciosa!
                                 Frio na ruta 40!

                                 Fila no posto em Las Lajas - problema recorrente



Bem adiante, a descida da Cuesta Rinconada foi um verdadeiro desbunde, não só pela beleza rústica do local, como pela obra de engenharia que foi cortar aqueles morros de pedra para passar a estrada. Após a descida da referida Cuesta, tomei o rumo de Junin de los Andes, onde cheguei ainda com conbustível no tanque, após haver rodado 280 km depois de Las Lajas. Estava com fome, já eram quase 15 h e eu estava apenas com um parco café da manhã no estômago, pois nos 430 km rodados não encontrei um comedor sequer!
                                 Início da descida da Cuesta Rinconada


                                    Cuesta Rinconada

Comi um sanduíche com café no posto onde abasteci , já em Junin de los Andes, e fui procurar um hotel. Achei um maravilhoso, um verdadeiro chalé alpino, super transado e com um quarto enorme dotado de calefação. Este foi o melhor hotel da viagem até o momento, gostaria que todos fossem assim, mas a minha situação financeira não permitiria! Apesar da qualidade do hotel, custou a bagatela de US$50,00 o pernoite. E ainda aceitaram dólares como pagamento!
                                    Hotel em Junin de los Andes

Deixei as coisas no quarto e fui dar uma caminhada para reconhecimento da cidade, que é minúscula, mas muito linda e agradável; andei por quase 3 horas, e ainda faltou conhecer a Via Crucis, uma representação da paixão de Cristo reproduzida em uma trilha na montanha, que devo fazer amanhã. A conferir!
                                  Junin de losAndes


                                  Junin de los Andes - praça

                                  Junin de los Andes - costaneira (só para pedestres) - um grande parque

                                 Costaneira

                                   Cerro Media Luna - Junin de los Andes

A Ruta 40 não dá para explicar, tem que percorrer para ver! Tem sido uma experiência gratificante e inesquecível!
Não encontrei NENHUM motociclista brasileiro em todo o meu percurso desde que saí da ruta 12, que é o convencional. Isto reforça minha tese, de que eles só andam em bandos, só percorrem os caminhos convencionais, não ousam e só vão aos destinos finais convencionais, óbvios e fáceis, como Ushuaia (pela Ruta 3), San Pedro de Atacama (pelo Paso de Jama), Santiago (via Mendoza e túnel Cristo Redentor) e Cuzco/Machu Pichu! Devem estar todos por lá!
Ao sair para jantar, a temperatura era de 7 graus!

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