20 de março de 2018 – terça-feira – 18º dia
O nevoeiro pela manhã denunciava a chegada do outono, que se
inicia hoje! Segui pela BR-277 até Curitiba, quando entrei na Régis
Bittencourt, que percorri até São Paulo.
Almoço na Régis Bittencourt
Última parada na Régis Bittencourt antes do Rodoanel e da chuva!
Ao ingressar no rodoanel, eram 16:30 h. Calculei que levaria 1 hora para percorrê-lo e mais 1 hora e meia para percorrer a rodovia Carvalho Pinto, de modo que eu chegaria por volta das 19 h a Taubaté, ao anoitecer, e procuraria um hotel para passar a noite.
Nem tudo acontece como queremos: O rodoanel estava cheio
como nunca vi, as três faixas lotadas de carros e caminhões, e quando ainda
faltavam 40 km para terminar o percurso, a chuva desabou com vontade! Não havia
como nem onde parar para colocar a roupa de chuva, e eu me encharquei todo. Fui
seguindo com as pistas de concreto molhadas e escorregadias , e o tempo fechou
e escureceu, virou noite. Ingressei na Rod. Carvalho Pinto sob chuva torrencial
e à noite, e fui seguindo com cuidado, as pistas estavam alagadas e escorregadias.
Parei em um posto 50 km após chegar à Carvalho Pinto (o
primeiro), mas o estrago já estava feito: jaqueta, luvas, calça, botas e meias
totalmente molhados. Fiz um lanche, esperei uma estiagem que não veio e
coloquei a capa por cima das roupas molhadas para poder seguir viagem e não
molhar ainda mais! Venci a Carvalho Pinto à noite e com chuva até a Dutra, e parei em um motel luxuoso para
passar a noite às 21 h, não sei bem se é Taubaté ou Tremembé.
Posto Graal na Carvalho Pinto
Motel em Taubaté: luxuoso e barato!
Posto Graal na Carvalho Pinto
Motel em Taubaté: luxuoso e barato!
Tirei as roupas molhadas e tomei um banho, curioso é que
este é o hotel mais luxuoso da viagem e foi o mais barato! Com direito até a
filminho pornô!
Hoje foram 800 km rodados!
21 de março de 2018 – quarta-feira – 19º e último dia
Não chovia pela manhã em Taubaté, e, apesar das previsões
contrárias, o tempo parecia que iria abrir. Vesti a calça e as botas molhadas e descartei as
meias e cuecas encharcadas da noite anterior. Segui pela Dutra, uma viagem
curta (pouco mais de 200 km) e agradável, com temperatura amena e sem chuva.
Fiz uma parada para abastecimento e uma para tomar Ovomaltine, esta é
obrigatória e considero parte integrante da Dutra, desde a minha adolescência!
Abastecimento na Dutra. Ao fundo, a Serra da Mantiqueira
Abastecimento na Dutra. Ao fundo, a Serra da Mantiqueira
Entrei na RJ-155 em Barra Mansa e às 11:00 h estava chegando
ao meu refúgio, em Rio Claro, onde esta viagem se encerra.
Foram 9.960 km rodados nas mais diferentes condições de
tempo e estradas, e posso afirmar que valeu cada quilômetro. O prazer de
descobrir novos lugares e pessoas montado em uma moto de forma livre e
aventureira é indescritível, faria de novo sem hesitar! O fato de viajar
sozinho traz vantagens e desvantagens como tudo na vida, mas uma coisa é fato:
saímos de cada jornada mais seguros e confiantes. No final das
contas,tenho a companhia de todos vocês,
que me acompanham através deste blog, alguns no anonimato, mas todos sempre
torcendo por mim e por um final feliz! Agradeço de coração a todos os seguidores
que vão de carona na garupa virtual!
Cada nova viagem é um aprendizado do que costuma dar certo e
do que pode dar errado, e assim vou acumulando experiências para que as viagens
sejam cada vez melhores e mais prazerosas!
Ah, não poderia deixar de render meus sinceros
agradecimentos à moto, este ser mecânico que tão bem me serviu, sem qualquer deslize! Ela foi impecável no frio, no calor, na chuva, no rípio e nas imensas
estepes e planícies solitárias, onde qualquer pane me deixaria em uma situação
muito difícil. A confiabilidade é absurda, do contrário eu jamais poderia me
aventurar sozinho da forma como tenho feito. Não houve sequer um parafuso
afrouxado ou uma simples lâmpada queimada ou um pneu furado. Nada! Não houve
trocas de óleo nem qualquer manutenção durante a viagem. Só colocar gasolina e
rodar, rodar, rodar... Esta é a TEX (Triumph Explorer)!
Até a próxima! Para onde será mesmo?