Após tomar
um café no hotel, saí pelas ruas para aproveitar a luz da manhã e tirar algumas
fotos. Fazia 9 ºC, um frio de rachar, acho que a baixa umidade e a falta de
oxigênio acentuam a sensação.
Chegando na
esquina do hotel onde estou, quem encontro? Aparecido e Gabriela! Chegaram ontem
à noite em Uyuni após uma verdadeira epopeia: Aparecido perdeu o passaporte e
dólares ainda em Sucre, conseguiram sair de avião para La Paz, onde perderam um
dia para conseguir novo passaporte e documentos na embaixada brasileira, e de
lá (La Paz) fizeram uma viagem de 13 horas de ônibus para Uyuni, chegando aqui
ontem à noite. Trocamos e-mails durante estes dias desde Sucre, e foi uma ótima
surpresa encontrá-los novamente. Ambos vamos para o Salar, só que eles farão o
passeio de 3 dias e seguirão para San Pedro de Atacama e eu retornarei a Uyuni.
Uma coisa bizarra, é que, com 9 ºC de temperatura, eu estava vestido com uma
camisa de manga comprida, um casaco de lã e um casacão por cima, a Gabriela
toda encapotada e com cachecol e o Aparecido vestia uma camiseta de mangas
curtas! Como ele consegue, se mesmo os habitantes locais estão encapotados e ainda com
luvas e gorros?
Comprei 2
garrafas pequenas de água, biscoitos cream cracker, um iogurte e um pacote de
MM para levar ao tour; coloquei tudo em uma sacola junto com protetor solar,
óculos escuros e uma camiseta e lá fui eu rumo ao salar de Uyuni, uma das
maravilhas (a primeira, segundo os bolivianos) do mundo moderno.
A primeira
coisa visitada foi o cemitério de trens, onde diversas locomotivas,
vagões e partes avulsas de trem descansam em paz. Hoje são apenas sucatas, mas
algum dia serviram às pessoas e acabaram sendo trazidas justamente para Uyuni e
abandonadas à própria sorte neste cemitério. Pelo que vi, todas as locomotivas eram a
vapor, as chamadas “Maria Fumaça”, e todas eram inglesas.
Em seguida,
tomamos a direção do salar e paramos no pequeno povoado de Colchani, onde parte
do sal é processada e onde os indígenas mantém uma feirinha de venda de todo
tipo de artesanato, com destaque para as peças feitas de sal.
Artesanato de sal em Colchani
Artesanato de sal em Colchani
A partir de
Colchani adentramos o salar, que é uma maravilha da natureza, aquela imensidão
de 12.000 km2, um verdadeiro oceano de sal. Paramos no Hotel de Sal, um hotel
totalmente construído com blocos de sal, que hoje está desativado e funciona
apenas como restaurante e museu. Nesta parada fizemos uma refeição trazida no
carro que nos conduzia, à base de frango assado, arroz, salada de tomate e
pepinos e tangerina de sobremesa, acompanhada por Coca Cola.
Salar de Uyuni
Hotel de Sal
Almoçando no salar, junto ao hotel de sal
Salar de Uyuni
Hotel de Sal
Almoçando no salar, junto ao hotel de sal
Tanto no
cemitério de trens, como no Hotel de Sal, encontrei novamente com Gabriela e
Aparecido, que estavam em uma excursão de 3 dias que os levaria a Laguna
Colorada e depois a San Pedro de Atacama, no Chile.
Voltamos ao
nosso 4X4 (Toyota Land Cruiser) e seguimos mais 75 km dentro do Salar em
direção à Ilha do Pescado, ou Inca Huasi (casa do Inca). O carro andava a 125
km/h naquela planície branca e rodou assim por 45 minutos, o que confirma a
enorme extensão do salar. Como eu sempre digo que o deserto é implacável e não
perdoa erros, digo o mesmo do salar. Primeiro, porque é muito fácil perder-se
uma vez que toda a paisagem é igual, depois, porque o sol, a claridade e
durante a noite o frio, são terríveis. Ainda assim, é uma coisa linda e
indescritível, merece ser visitada.
A ilha do
pescado é um oásis no salar. É uma ilha mesmo, como se o salar fosse um mar. Na
ilha florescem cactos gigantes que crescem 1 cm ao ano, e alguns possuem mais
de 10 m de altura. Dá para calcular a idade! No sal, não há vida, nada floresce
e nenhuma forma de vida sobrevive, porém na ilha há vegetação, cactos, pequenos
animais (um tipo de rato do mato) e, periodicamente, aves.
GE, Ariel e Adrián na isla del pescado (Inca Huasi)
Percorremos
toda a ilha até o seu ponto mais alto de onde se tem uma visão de 360º de toda
a imensidão do salar de Uyuni, sem, no entanto, avistarmos suas bordas.
Isla del Pescado
Retornamos a
Uyuni, onde chegamos às 17 h, satisfeitos com tudo o que vimos.
Adrián, Ariel e GE na isla del pescado, no salar
Conheci na
excursão dois argentinos que estão viajando de moto (Interceptor 650 e Falcon NX4),
Adrián e Ariel. Conversamos o tempo todo sobre as viagens de moto e trocamos
e-mails. Quem sabe algum dia não estaremos juntos na estrada? Convidei-os a
visitar o Rio e a fazer uma viagem pelo Brasil.
Ao sair para
jantar com os termômetros marcando 7ºC, encontrei novamente com Adrián e Ariel, e fomos
comer uma pizza juntos. Conversamos bastante, e às 21:00 h nos recolhemos aos
nossos hotéis. Amanhã, todos seguiremos viagem, eu para Santa Cruz e eles
para a Argentina, ingressando pela
fronteira Villazón/La Quiaca.
O dia foi fantástico, fechou a viagem com chave de outro!
O dia foi fantástico, fechou a viagem com chave de outro!
Eu imagino a beleza desse Salar, logo vou pisar nele tbm! Qto tá o hotel e o pacote ao salar; Gracias por las informaciones..
ResponderExcluirPaguei 100 Bs por um quarto individual com banheiro privativo e café da manhã no Hotel Julia, em frente à estação ferroviária, excelente localização, no coração de Uyuni.
ResponderExcluirO preço dos pacotes varia muito, de 100 Bs a 220 Bs! Escolhi um de 120 Bs na operadora Cristal, na mesma rua do hotel, a menos de 50 metros. Foi muito bom, com almoço quente completo e um 4x4 ótimo (Toyota Land Cruiser). Recomendo!
Considere R$ 1,00 = 3 Bs.
Boa sorte e boa viagem. Já atualizei o blog, estou agora em Santa Cruz.
Fantástica sua viagem, parabéns e obrigado pelas informações; abraço irmão.
ExcluirAntônio
ResponderExcluirObrigado pelo elogio, mas todos nós sempre buscamos o melhor em nossas viagens, ao menos o que mais nos satisfaça.
Há uma coisa importante você saber para o seu planejamento: os estrangeiros pagam o triplo do preço que os bolivianos pagam pela gasolina. Custa cerca de 3Bs, mas os estrangeiros pagam em torno de 9,2 Bs. E há postos que simplesmente se recusam a abastecer veículos com placa que não seja da Bolívia. Nos museus e atrações também acontece o mesmo, o preço para estrangeiros é, no mínimo, 50 % mais caro. E ainda pregam a união dos países sulamericanos!