sábado, 27 de abril de 2013

Potosi


Encontramo-nos no hotel Cruz de Popayan: eu, o japonês e o casal de franceses às 8:30 h, dispostos a chegar a Potosi apesar do bloqueio total das estradas. Tomamos um taxi na porta do hotel até o ponto de bloqueio próximo a Sucre. Havia caminhões de todos os tipos e tamanhos atravessados na pista, impedindo a passagem de qualquer veículo. As motos pequenas conseguiam passar.

A partir do início do bloqueio andamos  a pé, com as bagagens nas costas e nas mãos por cerca de 2,5 km, entre caminhões e pessoas a pé. Depois da caminhada, negociamos com um motorista  de taxi levar-nos até Potosi, e assim fomos os 4 e mais nossas bagagens pela estrada sinuosa, cruzando a cordilheira dos Andes, até Potosi. A estrada atinge altitudes extremas, pena não sabermos exatamente quanto, mas é certo que andamos a mais de 4.500 msnm. Fui mascando folhas de coca todo o tempo, e não senti qualquer efeito de tamanha altitude.
                                           GE, Masashi e Sebastien nas alturas
Ao chegar a Potosi, cada qual seguiu seu destino: o japa e os franceses ficaram na nova estação rodoviária, pois iriam para La Paz e Tupiza, respectivamente. Eu segui para a antiga estação rodoviária, que é de onde partem os ônibus para Uyuni, e lá comprei passagem para amanhã ao meio-dia. Cabe aqui um pequeno comentário: o japonês, que se chama Masashi Taniguchi, tem 63 anos, está aposentado há 3 anos e está fazendo uma viagem sozinho pela América do Sul que vai durar 3 meses. Já passou por Argentina, Chile, Uruguai e agora está percorrendo a Bolívia. Não sou o único velho louco!
Tomei um ônibus local superlotado para o centro de Potosi, com toda a minha bagagem estorvando. A primeira impressão da cidade foi péssima: uma periferia horrorosa, ruas estreitas cheias de gente e de veículos, ônibus soltando fumaça, um caos! Saltei próximo à praça central e fui a pé até o hotel onde me hospedei. Fica em um casarão de 1792, possui pátio interno amplo com clarabóia e o quarto é antigo e enorme, com móveis de madeira pesada. É um hotel para mochileiros, como o que fiquei em Sucre, onde se encontra e conhece pessoas de todo o mundo.
                                          Hotel em Potosi

Saí para percorrer as ruas. Almocei e andei bastante. A cidade fica em uma  encosta de morro, então todas as ruas são ladeiras, e bem inclinadas! Lembrem-se que estamos a 4090 m de altitude, e o oxigênio não é muito abundante! Qualquer subida a passo mais rápido deixa as pessoas sem fôlego.





                                          Casa de la Moneda

Gostei da cidade, apesar das ruas bastante estreitas e do conjunto arquitetônico não estar tão bem conservado quanto em Sucre. Mesmo assim, é um lugar agradável e de um astral legal. Não será possível conhecer uma mina de prata/estanho amanhã, pois a visita se inicia às 8:30 h e dura 4 horas e meia, assim, não dará tempo para eu tomar o ônibus que vai a Uyuni. Hoje à tarde as visitas já se haviam iniciado. Em compensação, assiti a um filme sobre as minas e as condições de trabalho no local, sob o ponto de vista de um menino de 14 anos que trabalha lá.
Fui à Casa de la Moneda, um museu que dizem ser muito interessante, mas achei o preço abusivo e acabei não visitando, mas tirei algumas fotos de sua arquitetura, também bastante interessante. 
Caminhei mais um pouco pelas ruas observando e absorvendo o que a cidade oferece.





Para quem não sabe, Potosi foi fundada em 1546, tem 200.000 habitantes e fica a 4090 m de altitude. Durante o inverno, atinge temperaturas da ordem de 25 ºC negativos! Já foi a cidade mais rica do mundo e a 2ª mais populosa, perdendo apenas para Paris. As minas de prata se esgotaram por volta de 1825, atualmente o que se minera é o estanho.

2 comentários:

  1. Tô no seu encalço, kkkkkkkkkkkkkkkk; muito bons seus relatos. E o bloqueio, será que acabou; dia 1* saio daqui, já tô ansioso; abraço GE.

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    1. Oi, Antônio!
      Quando passei a pé pelo bloqueio, nao vi sinais de que vai acabar tao cedo. O bloqueio é para isolar a cidade de Sucre, as demais estradas estao livres.
      Com a sua moto, SEM malas laterais, dá para passar, mas vai depender tambem da boa vontade dos caminhoneiros. Acredito que uma moto estrangeira nao terá problemas, eles querem sensibilizar a populacao do país para o problema dos impostos.

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