Encontramo-nos
no hotel Cruz de Popayan: eu, o japonês e o casal de franceses às 8:30 h,
dispostos a chegar a Potosi apesar do bloqueio total das estradas. Tomamos um
taxi na porta do hotel até o ponto de bloqueio próximo a Sucre. Havia caminhões
de todos os tipos e tamanhos atravessados na pista, impedindo a passagem de
qualquer veículo. As motos pequenas conseguiam passar.
A partir do
início do bloqueio andamos a pé, com as
bagagens nas costas e nas mãos por cerca de 2,5 km, entre caminhões e pessoas a
pé. Depois da caminhada, negociamos com um motorista de taxi levar-nos até
Potosi, e assim fomos os 4 e mais nossas bagagens pela estrada sinuosa, cruzando a cordilheira dos Andes, até Potosi. A estrada atinge altitudes extremas, pena
não sabermos exatamente quanto, mas é certo que andamos a mais de 4.500 msnm.
Fui mascando folhas de coca todo o tempo, e não senti qualquer efeito de
tamanha altitude.
GE, Masashi e Sebastien nas alturas
GE, Masashi e Sebastien nas alturas
Ao chegar a
Potosi, cada qual seguiu seu destino: o japa e os franceses ficaram na nova
estação rodoviária, pois iriam para La Paz e Tupiza, respectivamente. Eu segui
para a antiga estação rodoviária, que é de onde partem os ônibus para Uyuni, e
lá comprei passagem para amanhã ao meio-dia. Cabe aqui um pequeno comentário: o
japonês, que se chama Masashi Taniguchi, tem 63 anos, está aposentado há 3 anos
e está fazendo uma viagem sozinho pela América do Sul que vai durar 3 meses. Já
passou por Argentina, Chile, Uruguai e agora está percorrendo a Bolívia. Não
sou o único velho louco!
Tomei um
ônibus local superlotado para o centro de Potosi, com toda a minha bagagem
estorvando. A primeira impressão da cidade foi péssima: uma periferia
horrorosa, ruas estreitas cheias de gente e de veículos, ônibus soltando
fumaça, um caos! Saltei próximo à praça central e fui a pé até o hotel onde me
hospedei. Fica em um casarão de 1792, possui pátio interno amplo com clarabóia
e o quarto é antigo e enorme, com móveis de madeira pesada. É um hotel para
mochileiros, como o que fiquei em Sucre, onde se encontra e conhece pessoas de
todo o mundo.
Hotel em Potosi
Hotel em Potosi
Saí para
percorrer as ruas. Almocei e andei bastante. A cidade fica em uma encosta de morro, então todas as ruas são
ladeiras, e bem inclinadas! Lembrem-se que estamos a 4090 m de altitude, e o
oxigênio não é muito abundante! Qualquer subida a passo mais rápido deixa as
pessoas sem fôlego.
Casa de la Moneda
Casa de la Moneda
Gostei da
cidade, apesar das ruas bastante estreitas e do conjunto arquitetônico não
estar tão bem conservado quanto em Sucre. Mesmo assim, é um lugar agradável e
de um astral legal. Não será possível conhecer uma mina de prata/estanho
amanhã, pois a visita se inicia às 8:30 h e dura 4 horas e meia, assim, não dará tempo
para eu tomar o ônibus que vai a Uyuni. Hoje à tarde as visitas já se haviam
iniciado. Em compensação, assiti a um filme sobre as minas e as condições de
trabalho no local, sob o ponto de vista de um menino de 14 anos que trabalha lá.
Fui à Casa
de la Moneda, um museu que dizem ser muito interessante, mas achei o preço
abusivo e acabei não visitando, mas tirei algumas fotos de sua arquitetura,
também bastante interessante.
Caminhei mais um pouco pelas ruas observando e absorvendo o que a cidade oferece.
Para quem não sabe, Potosi foi fundada em 1546, tem 200.000 habitantes e fica a 4090 m de altitude. Durante o inverno, atinge temperaturas da ordem de 25 ºC negativos! Já foi a cidade mais rica do mundo e a 2ª mais populosa, perdendo apenas para Paris. As minas de prata se esgotaram por volta de 1825, atualmente o que se minera é o estanho.
Caminhei mais um pouco pelas ruas observando e absorvendo o que a cidade oferece.
Para quem não sabe, Potosi foi fundada em 1546, tem 200.000 habitantes e fica a 4090 m de altitude. Durante o inverno, atinge temperaturas da ordem de 25 ºC negativos! Já foi a cidade mais rica do mundo e a 2ª mais populosa, perdendo apenas para Paris. As minas de prata se esgotaram por volta de 1825, atualmente o que se minera é o estanho.
Tô no seu encalço, kkkkkkkkkkkkkkkk; muito bons seus relatos. E o bloqueio, será que acabou; dia 1* saio daqui, já tô ansioso; abraço GE.
ResponderExcluirOi, Antônio!
ExcluirQuando passei a pé pelo bloqueio, nao vi sinais de que vai acabar tao cedo. O bloqueio é para isolar a cidade de Sucre, as demais estradas estao livres.
Com a sua moto, SEM malas laterais, dá para passar, mas vai depender tambem da boa vontade dos caminhoneiros. Acredito que uma moto estrangeira nao terá problemas, eles querem sensibilizar a populacao do país para o problema dos impostos.