Por que Bolívia?

Algumas pessoas têm me perguntado por que escolhi a Bolívia como destino, quando poderia ir a Londres, Paris, Nova Iorque ou Roma. Por que escolhi um país latino-americano pobre e inexpressivo onde nada há para ver ou fazer? Bem, é até difícil conversar com  pessoas com este tipo de cabeça, mas gostaria de falar algo sobre este país nosso vizinho a respeito do qual sabemos muito pouco.

Já estive algumas vezes na Bolívia, mas ainda não vi nem 10% de tudo o que gostaria. Minha vontade é poder percorrer o país de moto em todas as suas diferentes regiões:  central, altiplanos, yungas e a parte amazônica. São diferentes países em um só,  completamente diferentes.

A Bolívia é um país rico em belezas naturais ainda em seu estado bruto, onde a interferência do turismo e da própria população local ainda são mínimas; a beleza está praticamente intacta, em seu estado puro. É o país com maior extensão de fronteira com o Brasil;  não bastasse possuir em seu território o mais alto lago navegável do mundo, o maior salar, a cidade mais alta, vulcões, lagos, rios, florestas, vales e duas cidades tombadas pela UNESCO como patrimônio da humanidade, há também vestígios de diversas civilizações antigas - algumas pré-colombianas – e estradas perigosas e desafiadoras. Há paisagens incríveis e inesperadas. Encontramos também neve, gelo, chuva, frio  e calor na mesma estação do ano em diferentes regiões. Quer mais? Há desertos, selvas, salares, lagos, vales de altitude, parques e montanhas altíssimas. A população é composta por 70% de povos indígenas, com seus costumes, crenças e tradições  típicos.

Certo, há o lado negativo, que é a corrupção, a falta de infraestrutura  e a insegurança dos estrangeiros, mas tentarei compensar isto com o lado positivo.

Nesta viagem estarei concentrado nos altiplanos, que são a região compreendida entre as cordilheiras ocidental e oriental, ramificações da cordilheira dos Andes dentro da Bolívia. Já conheço algumas cidades como La Paz, Cochabamba, Copacabana e algumas outras;  assim, não perderei tempo com elas, estarei focado em conhecer Sucre, Potosi, Uyuni e suas principais atrações. Se eu fosse de moto, é certo que exploraria mais os altiplanos e o próprio  salar de Uyuni,  retornando pelo Chile e Argentina, mas terei que voltar pelo mesmo local onde iniciarei a viagem, a cidade de Santa Cruz de la Sierra, na região baixa da Bolívia, a cerca de 770 km da fronteira com o Brasil, em Corumbá.

Partirei no dia 22 de abril próximo para mais esta aventura solitária. Tentarei enviar notícias através deste blog, mas já sabendo que o acesso à internet não é tão simples e generalizado. Vamos pagar para ver!

          Dê um zoom no mapa abaixo para localizar as principais cidades do altiplano: Sucre, Potosi, Uyuni, Oruro, La Paz e Cochabamba.