Pernoitei em um hotel típico para representantes de firmas, e o meu
quarto ficava no 4º andar, sem elevador! Jantei no próprio hotel (comida
honesta por R$ 10,00), troquei o curativo do joelho para não manchar a cama de
sangue e tentei dormir. Foi um sono atormentado, acordei diversas vezes e
tentava me lembrar de que forma caí para não me machucar, mas até agora ainda
não cheguei a um conclusão. Resta a felicidade de saber que saí ileso quando
poderia nem ter saído, dadas as condições em que o travamento e o tombo
aconteceram. Imaginava se isto ocorresse durante uma ultrapassagem com
caminhões vindo no sentido oposto em
pista dupla: seria morte certa, e me arrepio só de pensar.
No café da manhã, somente homens, nem uma mulher sequer, e todos com
macacões, uniformes ou camisas com logomarcas. Um hotel para vendedores e
representantes, conforme eu supunha!
Hotel em Barbacena - fiquei no 4º andar, sem elevador
Ao sair da garagem do hotel, outra zebra: o pneu dianteiro estava vazio,
supostamente furado. Fui até um posto e o enchi, mas não quis arriscar pegar a
estrada, pois se estivesse furado, se esvaziaria e eu levaria outro tombo!
Dirigi-me então à Turinhos Motos (concessionária Yamaha) e solicitei que
desmontassem a roda dianteira, a fim de que eu a levasse a um borracheiro.
Constatado e consertado o furo, a roda foi remontada e acabei saindo de
Barbacena às 10:10 h, com bastante calor. Não confiava mais na moto, e não
sabia o que mais ela poderia me aprontar, assim, mantive velocidade em torno de
90 km/h. Não que isso evitasse algum problema mecânico, mas, se ocorresse, o
dano seria menor. A cada curva e a cada ultrapassagem que fazia, imaginava se a
roda travasse naquela situação. O joelho incomodou a viagem toda, mas o que
mais incomoda é o meu ombro esquerdo, que já estava muito dolorido antes do
tombo. Acho que fiz algum movimento brusco durante a queda ou para levantar a
moto, que não dá para levantar o braço. Para esticar o braço e pagar os
pedágios foi difícil. Isto é por conta da idade!
Almocei em Juiz de Fora, exatamente a 100 km de Barbacena, e cheguei ao
Rio com um calor terrível às 14:10 h, ou seja, mesmo andando devagar, a viagem
rendeu. A estrada estava vazia e as condições do asfalto eram boas, o que
ajudou. Somente na baixada fluminense, após descer a serra de Petrópolis, é que
o trânsito fica selvagem e o calor desumano.
Cheguei bem, agora é só curar o joelho, que dói e arde, pois está sem
pele. Considero a viagem um sucesso, boa em todos os sentidos: visitei meu
filho Thiago, andei por regiões que não costumo andar, conheci Rolim de Moura e
ainda de quebra percorri a serra da Canastra, uma experiência legal e que
apreciei muito.
Auto retrato: joelho esfolado
Precisarei fazer uma boa manutenção na moto: trocar óleo e filtros,
instalar novo protetor de corrente (que se quebrou), lubrificar a corrente,
inspecionar quanto a peças frouxas ou quebradas e, principalmente, dar uma boa
lavada, para retirar toda a lama e terra que se acumularam nesses dias de
viagem. Será que voltarei a confiar nela novamente a ponto de andar a mais de
100 km/h? Essa história de correntes que se desgastam e quebram me deixou
traumatizado!
Até a próxima viagem!
aí Guilherme; vou te fazer uma crítica construtiva; vc viaja com uma bela jaqueta, tanto que nos membros superiores vc não sofreu nada, mas tá faltando a calça igual a jaqueta; se vc tivesse com a parte de baixo igual a jaqueta vc não teria se machucado... é chato andar com esses equipamentos no calor, mas é necessário. Esse ano eu tbm caí na região de Bogotá, foram uns 10 mts lixando no asfalto e não sofrí nada, só o susto mesmo; veja no meu blog os relatos e fotos. Abraço.http://andarilhoexpedicoes.blogspot.com.br/
ResponderExcluirOlá Antônio!
ResponderExcluirPor incrível que pareça, eu estava SEM a jaqueta na hora do tombo e nada sofri. Poderia ter sido muito pior, mas meus anjos da guarda e os alforjes me protegeram.
Quanto à calça, eu a tenho, mas como esquenta demais, não uso em locais muito quentes. É um risco, mas estou disposto a corrê-lo em nome do conforto!
Um grande abraço para você e toda a turma dos "Expedicionários"!
Grande Guilherme
ResponderExcluirPoxa que aventura heim, lindos lugares e belas fotos além de visitar o Thiago.
Po pelo relato, o joelho saiu barato, cair em curva quase sempre tem um resultado ruim, os alforges audaram e muito, porém como tu é um cara do Bem Deus te protege.
A males que vem para o bem e um tombo desse faz rever os limites e aumentar a cautela para as próximas viagens.
Te cuide sempre meu amigo
Muito saúde e paz e vamos viajando.
Um grande abraço
Oi, Anderson!
ExcluirQue bom ver que você continua viajando comigo!
Tive muita sorte no tombo, tudo me favoreceu, mas eu não costumo confiar na sorte, procuro sempre andar com segurança e dentro dos limites das rodovias. Entretanto, como você sabe, não podemos controlar todos os fatores. Como eu poderia imaginar que uma corrente nova, trocada há apenas 2 dias, iria quebrar? Houve alguma negligência na montagem ou falha na qualidade.
Mas, graças a Deus, estou aqui, e já pensando na próxima viagem.
Um grande abraço
GE