quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O último dia


Pernoitei em um hotel típico para representantes de firmas, e o meu quarto ficava no 4º andar, sem elevador! Jantei no próprio hotel (comida honesta por R$ 10,00), troquei o curativo do joelho para não manchar a cama de sangue e tentei dormir. Foi um sono atormentado, acordei diversas vezes e tentava me lembrar de que forma caí para não me machucar, mas até agora ainda não cheguei a um conclusão. Resta a felicidade de saber que saí ileso quando poderia nem ter saído, dadas as condições em que o travamento e o tombo aconteceram. Imaginava se isto ocorresse durante uma ultrapassagem com caminhões  vindo no sentido oposto em pista dupla: seria morte certa, e me arrepio só de pensar.
No café da manhã, somente homens, nem uma mulher sequer, e todos com macacões, uniformes ou camisas com logomarcas. Um hotel para vendedores e representantes, conforme eu supunha!
Hotel em Barbacena - fiquei no 4º andar, sem elevador

Ao sair da garagem do hotel, outra zebra: o pneu dianteiro estava vazio, supostamente furado. Fui até um posto e o enchi, mas não quis arriscar pegar a estrada, pois se estivesse furado, se esvaziaria e eu levaria outro tombo! Dirigi-me então à Turinhos Motos (concessionária Yamaha) e solicitei que desmontassem a roda dianteira, a fim de que eu a levasse a um borracheiro.
Constatado e consertado o furo, a roda foi remontada e acabei saindo de Barbacena às 10:10 h, com bastante calor. Não confiava mais na moto, e não sabia o que mais ela poderia me aprontar, assim, mantive velocidade em torno de 90 km/h. Não que isso evitasse algum problema mecânico, mas, se ocorresse, o dano seria menor. A cada curva e a cada ultrapassagem que fazia, imaginava se a roda travasse naquela situação. O joelho incomodou a viagem toda, mas o que mais incomoda é o meu ombro esquerdo, que já estava muito dolorido antes do tombo. Acho que fiz algum movimento brusco durante a queda ou para levantar a moto, que não dá para levantar o braço. Para esticar o braço e pagar os pedágios foi difícil. Isto é por conta da idade!
Almocei em Juiz de Fora, exatamente a 100 km de Barbacena, e cheguei ao Rio com um calor terrível às 14:10 h, ou seja, mesmo andando devagar, a viagem rendeu. A estrada estava vazia e as condições do asfalto eram boas, o que ajudou. Somente na baixada fluminense, após descer a serra de Petrópolis, é que o trânsito fica selvagem e o calor desumano.
Cheguei bem, agora é só curar o joelho, que dói e arde, pois está sem pele. Considero a viagem um sucesso, boa em todos os sentidos: visitei meu filho Thiago, andei por regiões que não costumo andar, conheci Rolim de Moura e ainda de quebra percorri a serra da Canastra, uma experiência legal e que apreciei muito.
                                            Auto retrato: joelho esfolado

Precisarei fazer uma boa manutenção na moto: trocar óleo e filtros, instalar novo protetor de corrente (que se quebrou), lubrificar a corrente, inspecionar quanto a peças frouxas ou quebradas e, principalmente, dar uma boa lavada, para retirar toda a lama e terra que se acumularam nesses dias de viagem. Será que voltarei a confiar nela novamente a ponto de andar a mais de 100 km/h? Essa história de correntes que se desgastam e quebram me deixou traumatizado!
Até a próxima viagem!

4 comentários:

  1. aí Guilherme; vou te fazer uma crítica construtiva; vc viaja com uma bela jaqueta, tanto que nos membros superiores vc não sofreu nada, mas tá faltando a calça igual a jaqueta; se vc tivesse com a parte de baixo igual a jaqueta vc não teria se machucado... é chato andar com esses equipamentos no calor, mas é necessário. Esse ano eu tbm caí na região de Bogotá, foram uns 10 mts lixando no asfalto e não sofrí nada, só o susto mesmo; veja no meu blog os relatos e fotos. Abraço.http://andarilhoexpedicoes.blogspot.com.br/

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  2. Olá Antônio!
    Por incrível que pareça, eu estava SEM a jaqueta na hora do tombo e nada sofri. Poderia ter sido muito pior, mas meus anjos da guarda e os alforjes me protegeram.
    Quanto à calça, eu a tenho, mas como esquenta demais, não uso em locais muito quentes. É um risco, mas estou disposto a corrê-lo em nome do conforto!
    Um grande abraço para você e toda a turma dos "Expedicionários"!

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  3. Grande Guilherme

    Poxa que aventura heim, lindos lugares e belas fotos além de visitar o Thiago.
    Po pelo relato, o joelho saiu barato, cair em curva quase sempre tem um resultado ruim, os alforges audaram e muito, porém como tu é um cara do Bem Deus te protege.
    A males que vem para o bem e um tombo desse faz rever os limites e aumentar a cautela para as próximas viagens.

    Te cuide sempre meu amigo

    Muito saúde e paz e vamos viajando.

    Um grande abraço

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    1. Oi, Anderson!
      Que bom ver que você continua viajando comigo!
      Tive muita sorte no tombo, tudo me favoreceu, mas eu não costumo confiar na sorte, procuro sempre andar com segurança e dentro dos limites das rodovias. Entretanto, como você sabe, não podemos controlar todos os fatores. Como eu poderia imaginar que uma corrente nova, trocada há apenas 2 dias, iria quebrar? Houve alguma negligência na montagem ou falha na qualidade.
      Mas, graças a Deus, estou aqui, e já pensando na próxima viagem.
      Um grande abraço
      GE

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