12 de janeiro de 2020 – Domingo
Percorrer o trecho Aparecida – Rio Claro foi tão prazeroso e
rápido que nem senti passar. Saí do hotel às 7:50 h, e às 9:30 h estava abrindo
o portão do sítio em Rio Claro, recepcionado pelos cachorros! Coloquei o “cruise
control” em 110 km/h ao ingressar na Dutra e só o desliguei quando entrei na
RJ-155, que é uma estrada de baixa velocidade e cheia de curvas traiçoeiras.
Já em casa, retirei a bagagem da moto, coloquei as roupas
sujas para lavar, comprei carne e fiz a comida para os cachorros e comecei a
colocar as coisas em seu lugar, deixando ao sol o casaco, luvas, capacete e os
sacos que acondicionam a bagagem.
Fui almoçar com a CG 125; o tempo mudou de repente e desabou
uma chuva bem forte, que me molhou mais do que estive molhado em toda a viagem,
além de encharcar casaco, capacete e luvas, que eu houvera deixado tomando sol!
Ironia pura!
Toda viagem deixa uma lição, e esta não poderia ser diferente.
O fato de eu haver passado mal logo na chegada a Montevidéu, fez com que eu não
aproveitasse o país tanto quanto gostaria e havia me programado. Ainda assim,
reflexões me fizeram enxergar como devem ser minhas viagens daqui para a frente
e as precauções adicionais que devo tomar, considerando-se que estou bem
próximo aos 70 anos. Uma degradação física, perda da força, diminuição de
reflexos e uma série de doenças e enfermidades me espreitam de perto, e preciso
ficar cada vez mais alerta e preparado. É uma pena, pois me sinto com o
entusiasmo que tinha aos 20, mas com as limitações de quem chega aos 70!
A estrada é um imenso aprendizado. A cada viagem que faço
sozinho, vou adquirindo mais e mais experiências, e como aprecio esta escola!
Gostaria de poder continuar aprendendo indefinidamente, mas, infelizmente, o
tempo está contra mim. Espero que possa ainda aprender muito no tempo que resta,
percorrendo estradas e conhecendo gente e locais. Isto me completa
e me faz feliz. A viagem aventureira em si, o calor, o frio, a chuva, a neve, o gelo, o deserto, as pedras
e todos os perigos e dificuldades que estão em cada curva e em cada reta são um
desafio que me ensinam e me fazem pensar. Que eu possa continuar!
Guilherme Edel – Janeiro 2020
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