3 de janeiro de 2020 – sexta-feira
Tomei café cedo no hotel, arrumei a bagagem, coloquei-a na
moto e parti para a Caverna do Diabo, uma das muitas atrações turísticas ao
redor de Eldorado, provavelmente a maior delas.
A estrada está em estado lastimável: são 40 km de buracos,
remendos e imperfeições na pista, seguidos por mais 5 km de um asfalto impecável! A estrada
margeia o rio Ribeira de Iguape ao longo de 40 km, quando se inicia a subida de
5 km para o morro onde fica a caverna. A subida é bem íngreme, em 5 km sobe-se
450 m.
A estrada para a Caverna do DiaboInício da subida, vendo-se ao fundo o morro onde fica a caverna
No parque onde se situa a caverna
A caverna é um show em todos os sentidos, impossível
descrevê-la ou tentar mostrar toda sua imponência e grandiosidade através de
fotos. Possui 8 km de extensão, sendo que apenas pouco mais de 600 m são iluminados
e abertos ao público. Há um rio que corre em seu interior, que também pode ser
percorrido em parte através de uma visita agendada e guiada. Os salões da caverna são uma coisa quase de outro mundo, com estalactites e estalagmites
com as mais diversas formas. Não há como não ficar impressionado!
Entrada da Caverna do Diabo. Impossível imaginar o que há dentro!
Voltando à estrada
Terminada a visita, que durou cerca de duas horas, calcei as
botas e meias que deixara secando sobre a moto e empreendi o caminho de volta
pela mesma estrada da vinda, totalmente detonada. Foram 45 km até Eldorado e mais 25
Km de Eldorado a Jacupiranga, em péssimo
estado. Acelerei a moto com vontade em meio à buraqueira, e ela correspondeu
bem, amanhã vou verificar se há alguma roda amassada ou retentor rompido!
Em Jacupiranga, almocei rapidamente e entrei na Régis
Bittencourt às 13 h, em direção a Curitiba.
Os quilômetros se sucederam rapidamente, contornei Curitiba
e decidi rumar para o Sul pela BR-116 ao invés da BR-101, ao contrário do que sempre faço. A
BR-116 é uma estrada de pista simples e a BR-101 é duplicada até Porto Alegre.
Qual o motivo então desta escolha aparentemente sem sentido? Três motivos principais
me levaram a fazer tal escolha, a saber:
1 – A BR-116 corre a uma altitude média de 800 m, ao passo
que a BR-101 corre ao nível do mar; pela BR-116 evito as altas temperaturas do
verão, as temperaturas nas altitudes mais elevadas são sempre mais amenas;
2 – Pela BR-116 evito os temporais e tempestades de verão,
que têm ocorrido principalmente junto ao litoral. Na faixa central de PR, SC e RS não tem chovido;
3 – Na região de Florianópolis e de Itajaí formam-se enormes
congestionamentos na BR-101, às vezes com mais de 100 km de extensão. Tô fora!
O balanço do dia de hoje mostrou que eu estava absolutamente
correto nas minhas suposições, pois não peguei um pingo de chuva sequer e não
senti aquele calor desesperador do verão! Me senti viajando na primavera!
A BR -116 está muito bem cuidada e há diversos trechos com 3ª
faixa para facilitar ultrapassagens. A paisagens são agradáveis e seu traçado é
bem sinuoso, por percorrer regiões mais elevadas e serranas.
Entrei na cidade de Mafra (SC) às 17 h, onde hospedei-me em
um hotel ao lado de um enorme cinema em prédio estilo art decô em pleno
funcionamento, o que achei o máximo. Passava Frozen e na próxima sessão passará
Star Wars!
Apesar de ser verão, tive que sair à rua de manga comprida,
pois a temperatura ao cair da tarde era bem amena.
Hotel ao lado do cinema, em Mafra
Mafra - SC
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