O dia de hoje foi de estradas, calor e velocidade. Saí de
Senhor do Bonfim às 7:10 h, seguindo pela BR 407. Atravessei o rio São
Francisco em Juazeiro, cruzei a cidade de Petrolina e entrei no estado de
Pernambuco. O estado das rodovias está ótimo, o que permite maiores velocidades
com segurança. Assim, após atravessar Pernambuco, entrei no Piauí. As estradas continuavam
boas e continuei tocando em frente com boa velocidade, parando apenas para
abastecer.
Muito calor, a temperatura do ar estava 36 graus, às margens
da estrada só havia árvores secas e retorcidas. Todas as pontes que cruzei
atravessavam rios secos, o único rio com água que cruzei foi o São Francisco.
Povoados com casas abandonadas, animais magros e famintos, além de animais
mortos à beira da estrada, por inanição ou atropelamento. Este é o cenário do
sertão, que se estende desde o norte de Minas Gerais, atravessa a Bahia,
Pernambuco e adentra o Piauí. A paisagem é monótona, pois não há vida. Dizem
que esta região é o semi-árido, mas não consigo entender por que é
semi, tudo é totalmente árido!
Caatinga
O sertão: quente, seco e sem vida
A travessia das cidades, principalmente as maiores, continua
sendo um grande tormento, uma grande perda de tempo e um teste de paciência. No dia de
hoje, as travessias mais demoradas e lentas foram Juazeiro (BA), Petrolina (PE) e Picos
(PI). Sobre Petrolina e Juazeiro, vale dizer que essas cidades têm mais de
200.000 habitantes cada, e ficam em margens opostas do rio São Francisco. Só
existe uma ponte cruzando o rio, que é a ponte rodoviária, que, além de
atender a todo o volume de veículos da BR 407, ainda atende à população de
ambas as cidades. Já viu, né?
Povoado às margens da estrada
Eu já estava bem cansado, mas o sol ainda ardia e o dia
estava ainda claro. Diminuí a velocidade e às 17 h parei em Demerval Lobão,
pequeno povoado localizado na BR 343, 35
km antes de Teresina. Encontrei uma pousada e me hospedei. Cada vez o padrão
cai mais: essa não tem pia no banheiro, ocasionando uma grande dificuldade para escovar os
dentes ou lavar o rosto: há que abrir o chuveiro!
Não tenho mais computado a quilometragem diária percorrida,
mas sei que já andei mais de 2.600 km desde que saí do Rio, e ainda estou longe
do destino final!
Pousada em Demerval Lobão (PI)
O que posso depurar da viagem até agora é que existe um
Brasil que eu já havia quase esquecido que existia: quente, seco, pobre e com
outros costumes e cultura. Tenho conversado com pessoas e trocado idéias, uma
experiência enriquecedora.
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