Às 7:20 h saí do portão de casa com a Triumph, tendo como destino final a cidade de Parnaíba, localizada na foz do rio de mesmo nome, no litoral do Piauí. É uma viagem e tanto, do sudeste ao norte do Brasil, cortando regiões geograficamente bem diferentes.
O trecho percorrido neste primeiro dia já é um velho conhecido, inclusive fiz este trajeto há 3 semanas atrás, na viagem a Maceió. Curioso como acabei parando para abastecer e almoçar nos mesmos locais que parei nas viagens anteriores pela mesma estrada, a BR 116 (Rio-Bahia). Isto significa que meus tempos na estrada continuam os mesmos, e eu sou uma pessoa previsível! Será?
Subi a serra de Teresópolis em meio a uma densa neblina, que deu lugar à chuva exatamente na entrada da cidade de Teresópolis. A chuva me acompanhou até Além Paraíba, na divisa RJ/MG, justamente o trecho mais sinuoso da estrada. Após Além Paraíba, o tempo alternou entre mormaço e chuva, mas ao menos a temperatura estava bem razoável.
BR 116 - Alto do Soberbo, Teresópolis, minutos antes da chuva
Em todas as paradas, acabei conversando e fazendo amizade com frentistas, caminhoneiros, donos de postos, motoristas, motoqueiros e curiosos. A moto atrai atenção, e todos querem saber qual a cilindrada, potência, quanto corre, quanto gasta, quanto custa e coisas do gênero. Como é um veículo que simboliza a liberdade e a rebeldia, as pessoas normalmente vêm puxar assunto.
Já eram 17:50 h, eu estava na estrada há 10 horas e meia e achei que era hora de parar. Como das vezes anteriores, entrei em Itambacuri (MG). Parei na sorveteria, sentei-me e tomei um sorvete. Conversando com a atendente, fiquei sabendo que a cidade estava sem uma gota de água há uma semana e fora decretado estado de emergência, pois a barragem que a abastece estava totalmente seca. Fui para a pousada e me informaram que havia quartos disponíveis, porém não havia água. Fui à outra pousada, estava lotada, e estavam recebendo água de um caminhão pipa. Sem ter alternativa em Itambacuri, voltei à moto e retornei à estrada. Já estava anoitecendo, segui até a próxima cidade, Teófilo Otoni. Cheguei às 19:00 h e consegui um hotel muito luxuoso para um viajante, mas já era noite e eu não estava disposto a sair procurando. Após negociações, consegui um desconto substancial no valor da diária, mas ainda assim achei caro. O hotel é ótimo, novo e limpo. Vale, mas não gosto de gastar à toa!
Jantei uma sopa no próprio restaurante do hotel, não quis sair à rua de moto para procurar restaurante. Rodei hoje 720 km em 12 horas, incluindo todas as paradas. Foi uma viagem tranquila, apesar das chuvas que peguei pelo caminho. Achei a estrada com um volume de caminhões abaixo do normal. Será a crise? Talvez, pois um indicativo disto é que cruzei com muito menos caminhões-cegonhas do que o usual. Como as pessoas estão comprando menos carros, eles não precisam ser transportados!
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