Tivemos notícias de que a situação no Chile não está boa:
violentas manifestações levaram o Presidente a decretar “estado de queda” em
Santiago, mas os tumultos se estenderam a outras cidades e o exército interviu.
Houve cancelamento de mais de 600 vôos no aeroporto de Santiago e o Paso Cristo
Redentor foi fechado. A BMW de Concepción enviou um comunicado ao Vilson
dizendo que estaria fechada hoje, por motivos de segurança.
Em face deste cenário, decidimos abortar o ingresso no Chile
(previsto para hoje, em Futaleufú) e retornar ao Brasil pela Argentina. O Ricardo
esperou a lavanderia abrir para buscar sua roupa lavada, fizemos o check out e
partimos de Bariloche com destino ao Brasil às 10:30 h, com tempo bom e
temperatura de 7,5 graus. Ainda surgiu outro problema: o Vilson decidiu fazer a
revisão dos 10.000 km de sua moto no Brasil, mais especificamente em Porto
Alegre, para não “estourar” a quilometragem e agendou o serviço para a próxima
sexta-feira, dia 25 de outubro. Isto significa que, além de voltar, ainda temos
data marcada e quilometragem limitada. A viagem transformou-se em uma prova de
resistência!
O percurso de hoje transcorreu muito bem. Apesar de havermos
saído tarde, do vento (fraco) e do frio, a viagem foi tranquila e rendeu bem, rodamos
530 km e paramos ao anoitecer em Villa Regina na província de Rio Negro, às
margens da RN 22, após passar por Piedra del Aguila e Neuquén. O tempo esteve bom, céu azul e a temperatura subiu à tarde,
eliminando o desconforto da manhã fria.
Fila para abastecimento em Piedra del Aquila, a 200 km de Bariloche
Almoço no posto em Piedra del Aquila: hamburgueres, batatas frias e coca-cola!
Para mim, a viagem perdeu totalmente a graça, teremos que
fazer grandes deslocamentos diários, será rodar, rodar, rodar... Não foi isto o
que previ nem é esta a maneira como gosto de viajar. Apesar das belas paisagens
do início do percurso de hoje, quando a estrada margeia por mais de 100 km o
belíssimo rio Limay e algumas represas, não houve sequer uma parada para
apreciar as belezas naturais ou mesmo tirar uma foto como recordação. Minha
maneira de encarar as viagens, apreciando as belezas, absorvendo as paisagens e
entrando no clima do lugar, é totalmente diferente da maneira como meus amigos
e companheiros desta viagem as encaram. Não me importa chegar, não quero
chegar: quero estar, quero ser parte do cenário, apreciá-lo e me sentir inundado
pelos cheiros, cores e tudo o que me envolve. Sem pressa, sem hora marcada e sem stress, é o
que busco em minhas viagens de moto pelas estradas de qualquer país.
Encerramos mais um dia de viagem com um jantar em um
restaurante em Villa Regina. Vamos virar a página de hoje e amanhã abriremos
uma nova!
Jantar em Villa Regina (Foto: Ricardo)
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