sexta-feira, 23 de março de 2012

Foz do Iguaçu a Resistência

O dia amanheceu com algumas nuvens em Foz, porém sem chuva. Eu houvera visto na internet que em Resistência não estaria chovendo, então arrumei tudo, vesti a calça um pouco molhada e desci para tomar  café da manhã. Fiquei conversando com Kenny e Lobo, motociclistas do Renegados MC, e atrasei um pouco a saída. Passei em um posto, abasteci a moto e troquei o óleo. Dirigi-me para a fronteira, e após os trâmites aduaneiros e uma troca de reais por pesos argentinos, às 9:45 h já estava rodando em terras argentinas.
Peguei a ruta 12, uma das estradas em que mais gosto de andar: asfalto impecável, vazia, bem sinalizada e cercada de uma mata densa muito bonita, que é a continuação do parque do Iguaçu. É uma delícia de andar, principalmente no seu primeiro trecho de 310 km, entre Foz do Iguaçu e Posadas, a capital da província de Missiones.
Após Posadas a estrada muda completamente, às suas margens não há mais matas, mas sim campos desmatados e transformados em pastos ou áreas de agricultura. Assemelha-se ao Chaco. São mais 350 km de Posadas a Resistência, capital do Chaco.
O dia foi todo de sol e céu azul. Concluo que só chove no Brasil! Não é a primeira vez que observo isto, basta atravessar a fronteira e o tempo e a temperatura mudam. Tentem, para confirmar o que digo!
Os guardas estavam muito vorazes. Por duas vezes precisei usar muita conversa para escapar de dar propina, mas acabei sucumbindo na entrada da ponte General Belgrano, sobre o rio Paraná, logo após cruzar a cidade de Corrientes. Quando vi que o guarda ameaçava prender a moto até que eu pagasse uma suposta multa, resolvi a questão com 100 pesos, morrendo de raiva e de pena de dar um dinheiro precioso para um safado. Faz parte do passeio, mas seria melhor sem isso!

                                                                                    Ruta 12, trecho Posadas-Corrientes 

Amanhã, no cruzamento do Chaco pela ruta 16, local famosos pela agressividade dos policiais para extorquir dinheiro, já imagino o que passarei. Está ficando difícil andar pela Argentina.
Em uma parada para abastecer, conversei com um senhor que retornava de Machu Pichu de carro. Disse que a Bolívia está um horror, que devo evitá-la (!!). Não estão querendo vender gasolina a estrangeiros, fecham as rodovias e praticam arrastões, e por aí afora. Ele teve um relógio e dinheiro roubados em um
bloqueio  da estrada, e a polícia só fez recomendar que se tome cuidado e evite estradas pouco movimentadas.Ele teve que comprar gasolina no câmbio negro, na mão de policiais. A coisa está feia!
Continuarei seguindo em frente com a minha viagem. Ao chegar à fronteira, decidirei o que fazer, mas não gostaria de voltar pelo mesmo caminho.


Para quem diz que a gasolina é barata na Argentina!

No momento estou em Resistência, em um hotel onde já fiquei 2 vezes. É caro, mas é uma cidade grande e não há muitas opções. Rodei os 660 km de Foz até aqui em 9 horas, mesmo com as paradas para abastecer, almoçar e negociar com guardas. As travessias urbanas de Posadas e Corrientes também tomam algum tempo.

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