31 de março de 2012
O dia amanheceu com céu totalmente azul e temperatura de 8 ºC em Susques, ideal para cruzar os 160 km de cordilhera que ainda faltavam.
A Falcon andou muito bem, fraca pela altitude e falta de oxigênio, mas venceu todas as subidas bem, inclusive a subida entre Salinas Grandes e Abra de Potrlillos, onde chegamos a 4.200 msnm.
Paramos em Salinas Grandes, onde conhecemos Pablo Luna, um motoqueiro argentino que estava fazendo uma viagem com uma Falcon até o México. Diversos motociclistas param por lá para aproveitar o local exótico, e sempre vamos conversando e conhecendo aventureiros como nós, que querem descobrir a América do Sul.
Na saída de Salinas Grandes, um motociclista local com uma pequena moto estava parado na beira da estrada, sem gasolina, e qualquer posto estava a mais de 100 km. Ele queria apenas conseguir subir a montanha, pois conseguiria descer desligado até chegar a algum povoado onde pudesse obter gasolina com conhecidos. Lembrei-me do Juan, que dispôs de seu tempo, boa vontade e experiência para me ajudar no Chaco e dei-lhe a gasolina que trazia em um galão para emergência. Essa era a emergência. Eu tinha a obrigação de fazer algo por alguém pra não ficar tão em débito com a justiça dos céus! Fiz o que deveria e segui viagem. Almir e Júlio estavam mais atrás, quando me alcançaram eu já estava bem mais adiante. Não é neve, é sal!
Em uma parada para fotos na descida da imponente Cuesta de Lipán, conhecemos um motociclista austríaco que viajava de Honda Varadero. Ele houvera ficado maravilhado com Purmamarca, e eu lhe disse que ele gostaria ainda mais de San Pedro de Atacama. Ele se foi empolgado, não acredtava que ainda pudesse haver uma cidade mais interessante que Purmamarca. Seu irmão vinha um pouco atrás, com uma Honda Transalp. Eles despacharam as motos da Europa para Montevidéu,
onde iniciaram a viagem pelo continente sul americano O transporte custou US$ 2.000,00, e a Varadero custou US$ 4.000,00 na Áustria. Considerando-se que o salário médio dos europeus é maior que o nosso, é mais fácil para eles fazerem este tipo de viagem.
Continuando nossa viagem, descemos a Cuesta de Lipán, sempre imperdível, passamos pela região dos cardones (cactus gigantes) e entramos em Purmamarca pra retirar dinheiro em um caixa eletrônico.
Já em altitude mais baixa, a Falcon voltou a render novamente, e pude andar bem, embora sem conseguir manter o ritmo da GS 800 e da V Strom 1000, o que é normal.
Almoçamos em Jujuy, em um posto na estrada, e 160 km adiante saímos da ruta 9 para entrar na ruta 16, que cruza a província do Chaco. Rodamos mais 100 km e paramos em Joaquim V. Gonzales para pernoitar.
À noite saímos de moto pela cidade sem capacete (uma delícia), ninguém o usa por aqui. Tomamos merecidas cervejas Quilmes em um bar e depois fomos jantar uma parrilhada. Nosso hotel é ótimo (Ayres de Campo), uma descoberta de Júlio e Almir, que pernoitaram nele na ida, após nos conhecermos no Chaco.
Amanhã cruzaremos a ruta 16 com destino a Resistência. Era nossa intenção ir a Salta e passar um dia por lá para ir a San Antônio de los Cobres, mas a perda da jaqueta, dinheiro e documentos do Almir nos fez mudar de rumo, o que é compreensível.
GE, Júlio e Pablo, Salinas Grandes
Que boas novas!
ResponderExcluirDeu vontade de beber umas Quilmes...
Oi Chu, seu filho fica só curtindo...ele tinha q estar aí!!!!! Bom poder ajudar tb! Bjs
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