5 de abril de 2012
O hotel em Assis era muito bom, dormi como uma pedra até as 6:30 h. Às 8:00 h já estava na rodovia Raposo Tavares em direção a São Paulo. Cerca de 150 km adiante entrei na rodovia Castello Branco. A moto andava bem, mantive o ritmo dela, e ela voltou a fazer em torno de 19 km/litro de gasolina. Não adianta forçar a barra, temos que respeitar as limitações da máquina, sob o risco de ficar na estrada.
Final (ou início) da Castello Branco - Esp. Santo do Turvo
Almocei no Frango Assado de Sorocaba, quando notei um barulho estranho no pinhão. Estiquei e lubrifiquei a corrente, que estava bem frouxa, o barulho diminuiu e continuei.
Esticando a corrente na Castello Branco
Percorri os 315 km da Castello Branco e cheguei em uma Marginal do Tietê caótica com milhares de carros, ônibus e, principalmente caminhões. Era a saída do feriadão da semana santa, quando os paulistanos aproveitam para fugir da cidade em direção ao litoral. Ainda errei uma agulha na marginal e fui parar na rodovia Anhangüera, tendo que fazer um retorno em meio ao intenso tráfego, e com um calor de matar sob o casaco.
De volta à marginal, andei com cuidado pela pista lateral (a expressa é proibida às motos) até chegar à Dutra. Decidi ir pela Dutra mesmo, pois a Trabalhadores estava um congestionamento só. Andei muito lentamente na Dutra até a altura de Bonsucesso, com trânsito denso e lento, no máximo a 30 km/h.
A partir daí o fluxo fluiu melhor, mas com a estrada sobrecarregada de veículos, principalmente os pesados. Fui seguindo com cuidado até Roseira, onde apenas abasteci e continuei meu caminho.
Mais uma parada em Floriano, na cantina Ovomaltine, uma parada essencial para mim, que desde os tempos da cantina na própria fábrica paro por ali e tomo um autêntico Ovomaltine com leite.
Anoiteceu em Barra Mansa, entrei na RJ 155 e cheguei às 19:00 h em Rio Claro, local de onde parti rumo a esta aventura há exatos 16 dias e 7.280 km atrás.
Uma viagem ótima e cansativa, devido às limitações e características da Falcon, mas quem disse que uma moto pequena, antiga e carburada não seria capaz de suportar o que ela passou? Basta respeitar seu ritmo e conhecer suas limitações. Todas as vezes que tentei imprimir um regime que não era o dela, ela "reclamava" e aprontava alguma, como se para me alertar que eu deveria me lembrar em que máquina estava.
No final das contas, tudo terminou bem e o saldo foi altamente positivo. Além de conhecer a Quebrada de Humahuaca (um sonho antigo) e voltar a San Pedro de Atacama, ainda fiz amizade com Júlio e Almir, duas pessoas incríveis, que me acolheram em sua expediçao com motos maiores, mais potentes e injetadas e tiveram paciência com as minhas limitações, dando ainda uma ajuda quase divina quando precisei, seja empurrando a Falcon pelas cordilheiras geladas ou me escoltando nos trechos onde a Falcon mostrava sua inferioridade frente à V-Strom e à GS 800. Senti-me até amparado!
Apesar de não termos conseguido ingressar com as motos na Bolívia devido ao preconceito contra estrangeiros e à burocracia e corrupção reinantes naquele país, retornei a San Pedro de Atacama pela 3ª vez, cruzando o Paso de Jama, uma viagem que todos os apreciadores da natureza e das belezas selvagens da puna deveriam fazer. Não é um trecho fácil a travessia entre Purmamarca, na Argentina e San Pedro, no Chile, mas vale o sacrifício.
Cosidero a vigem encerrada com sucesso. Mais uma vez, agradeço a Deus por ter-me dado saúde para aproveitar todas as belezas que vi e vivi, e agradeço também aos meus novos amigos, Júlio e Almir pelo companheirismo e por toda a ajuda. Tenho certeza que ainda faremos outras viagens juntos, já me sinto até íntimo de seus amigos (Cláudio, Matheus e outros), mesmo sem conhecê-los. Como eles dizem, há parceiros e "malas", mas cabe a nós escolher os companheiros certos para cada viagem.
Até a próxima!
Guilherme Edel
Olá, Guilherme, tudo bem?
ResponderExcluirNão acredito que você esteve tão perto de Ourinhos (+- 70km) e não ligou prá gente para combinarmos algo e você nos contar as novidades, que pena. Abraços, Jô e Marcelo.
Jô e Marcelo
ResponderExcluirSe vocês leram tudo, verão que passei por várias dificuldades por conta da moto. Na hora em que consegui que ela melhorasse, não quis arriscar mais nada, e toquei direto de Assis para casa.
Acho que estou perdoado!
Um grande abraço para vocês! Aguardem a próxima!
Guilherme, não se preocupe, você sabe que tem crédito conosco; nós só fizemos o comentário para dixar registrado que realmente estávamos esperando que você nos visitasse quando estivesse próximo da nossa cidade, para você ter certeza de que não fizemos o convite só por educação e sim porque realmente queremos recebê-lo. Um grande abraço e até a próxima com certeza.
ResponderExcluirJô e Marcelo
ResponderExcluirEu teria imenso prazer em visitar vocês, assim como sempre fiz quando moravam em Ponta Grossa. Na próxima vez não decepcionarei!
Já estou pensando na próxima viagem...
Até breve!