segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Trindade (RJ) na pandemia

 Hoje é um feriado, dia de finados, dedicado aos mortos. O dia amanheceu frio em Rio Claro (14 graus), mas não havia previsão de chuva. Peguei a Sahara e parti com destino a Trindade, pequena vila situada a 30 km de Parati, que frequentei bastante nos anos 70 e 80; esporadicamente volto lá, mas parece que os turistas mais abastados a descobriram, o que a fez perder seu encanto.




Desci a serra d'água pela RJ-155 em direção a Angra dos Reis; ao chegar na Rio-Santos (BR-101) tomei a direção de Parati e Ubatuba. Passei por Parati e cheguei à estreita e sinuosa estrada de acesso a Trindade. A inclinação da estrada é muito acentuada, e as curvas são, em sua maioria de 90 graus. Quando eu frequentava o local, essa estrada era de terra, sem asfalto, o que limitava o acesso a Trindade às pessoas que realmente desejavam ir lá. Quando chovia, nem os 4x4, raros na década de 70, conseguiam subir e depois descer. E havia muitos acidentes com carros que perdiam os freios ou a direção, além de veículos fervendo ou com o motor fundindo. Tempos difíceis e heróicos, aqueles!! Hoje está bem mais fácil, por isso hordas de pessoas se dirigem para lá.

                                  Parada para um café e abastecimento na Rio-Santos
                                   Na pequena estrada para Trindade
                                   O início da descida para Trindade

Cheguei a Trindade com sol, aliás, foi o único local em que o céu realmente estava aberto. Havia muita gente nas praias, a pandemia não deu as caras por lá! Logo na chegada, há que se atravessar um pequeno rio que corre sobre uma laje de pedra com erosões e muito escorregadia. Até aí, nada demais, mas com o intenso movimento de carros nos dois sentidos, além de levar um banho, eu não conseguiria cruzar o riacho perpendicularmente, e sim fazendo uma diagonal; neste caso, a roda traseira iria derrapar sobre a pedra, e eu teria que colocar os pés dentro da água para não cair, o que implicaria em ficar com os pés molhados o resto do dia, e já estava frio... Ou então eu poderia até escorregar e levar um tombo, coisa que eu queria evitar! Assim, encerrei meu passeio na chegada à primeira praia de Trindade, mesmo sabendo que há muitas outras adiante! Eu já estava satisfeito, o passeio de moto é o mais importante para mim, o destino final é apenas um detalhe! Além de tudo, pela imensa quantidade de carros que iam e vinham, as praias de Trindade deveriam estar apinhadas de gente e carros, tudo que não gosto e evito!

                                   Chegada a Trindade

                                   Travessia de um riacho sobre a pedra

Dei meia volta para retornar e subi a inclinada estrada de 5 km até chegar novamente na Rio-Santos, voltando para Rio Claro pelo mesmo caminho da ida. Almocei em um restaurante simples 40 km após passar por Parati, na própria Rio-Santos. Estava frio,  o tempo alternava nuvens com algumas nesgas de céu aberto. Na subida da serra da RJ-155, o tempo fechou e o frio aumentou, mas eu tinha que seguir. Atravessei os 3 temíveis túneis escuros, molhados e calçados com paralelepípedos escorregadios, passei por Lídice e cheguei de volta ao meu refúgio em Rio Claro às 15:30 h. Estava rodando desde as 8 h, havendo percorrido 306 km de puro prazer! As paisagens da Rio-Santos e a beleza da Serra d'Água fazem bem a qualquer um que saiba apreciar a natureza. 

                                   Parada na estrada: big trail e median trail!!
                                   Almoço na Rio-Santos

Foi um dia prazeroso, e, mais uma vez, a Sahara me surpreendeu com seu comportamento e desempenho em estradas bem diversas: curvas fechadas, curvas de alta, subidas íngremes, descidas idem, serras, pisos molhados e trechos de velocidade maior. Não me vejo mais sem ela!

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