sábado, 25 de maio de 2019

Atacama 2019 - retornando...

enlameada
13º dia – terça-feira, 21 de maio de 2019
Hora de iniciar o retorno. Acordamos cedo, arrumamos toda a bagagem, tomamos o café da manhã e sentamos na moto. A temperatura era de 1,5 ºC na hora em que saímos de San Pedro de Atacama. 
                                    


Vencemos a longa subida de 47 km que ladeia o vulcão Licancabur e a temperatura caiu para zero graus, assim permanecendo por horas. Fomos seguindo em meio às incríveis e indescritíveis paisagens até o Paso de Jama, onde fizemos os trâmites burocráticos e conhecemos 2 grupos de motociclistas que viajavam de BMW seguindo um guia, também de BMW, obviamente. Um dos grupos era composto de marido e mulher, cada qual em uma BMW 1200, que logo abandonariam o grupo maior. Conversamos e trocamos impressões e experiências.



Após o Paso de Jama, já na Argentina, a temperatura subiu, mas não ultrapassou os 5 graus Celsius. Seguimos em boa velocidade, passamos pelo salar Salinas Grandes e descemos a Cuesta de Lipán devagar e com cuidado, absorvendo a grandiosidade da cordilheira. Após Purmamarca andamos mais rápido, passamos por S. Salvador de Jujuy e a chuva caiu forte; colocamos as capas e decidimos ir mais adiante, parando para dormir em Gral. Guemes, uma cidade pequena sem qualquer atrativo às margens da RN 34 , mas já estava escurecendo e precisávamos parar, ainda mais que a chuva tornava a estrada mais perigosa e reduzia a visibilidade.

                                 Susques: lanche no Pastos Chicos
Achamos um hotel simples por R$75,00 (Ar$750,00) para os dois, e ficamos por lá. Sentimos frio à noite, fato atribuído às colchas finas que foram usadas como cobertor em ambas as camas, as quais não foram suficientes para aquecer.
                                 Hotel meia-boca em Gral. Guemes

14º dia – quarta-feira, 22 de maio de 2019
O desafio de hoje seria vencer o Chaco e a monótona ruta 16, uma reta de 707 km que atravessa uma região rude, rústica e quase desabitada. Foi o dia em que sentimos mais frio, ironicamente na travessia do Chaco, onde as temperaturas no verão chegam a 46 graus.
Já partimos de Gral Guemes com chuva. Achei que o frio havia ficado para trás; a temperatura manteve-se em 11 graus com chuva fina o dia todo, e acabamos sentido frio durante os 793 km que percorremos até chegar em Corrientes à noite. 
                                   Iniciando a Ruta 16

                                          Trecho de 50 km esburacados na ruta 16


                                 O Chaco
O grupo de BMW que conhecemos no Paso de Jama encontrou-nos em uma parada, e todos reclamaram do frio que estavam sentido. Foi uma viagem cansativa, o Chaco sempre cansa, ainda mais com frio, chuva e adentrando a noite.
Pernoitamos em Corrientes, depois de jantar uma deliciosa carne argentina.

15º dia – quinta-feira, 23 de maio de 2019
Saímos de Corrientes sob chuva, com capa. Com muito cuidado, devido às pistas e ruas molhadas e escorregadias, enfrentamos o trânsito, cruzamos a cidade e ingressamos na ruta 12, que leva a Puerto Iguazu, na fronteira com o Brasil
Havíamos andado apenas 35 km quando encontramos a estrada fechada por policiais, devido à interdição de uma ponte adiante. Tivemos que fazer um desvio de 210 km para avançar cerca de 90 km, o que nos atrasou bastante, além da chuva que não nos deixou em paz. Parte de uma das estradas do desvio estava  bastante estragada devido ao inesperado trânsito de caminhões, o que exigiu cuidado e velocidade moderada. Retornamos à ruta 12 antes de Ituzaingó, percorremos 50 km e paramos para abastecer e almoçar no mesmo posto onde na ida conhecemos o Eduardo. Mais uma vez o grupo de BMW chegou um pouco depois de nós.
                                 Viseira enlameada!
                                  Desvio com trecho esburacado
                                 Lama na ruta 12, província de Misiones, chegou a fechar os faróis!

Seguimos pela ruta 12 com chuva e muita lama, ficamos cobertos pela lama vermelha do local. As viseiras dos capacetes, os faróis e a bolha frontal da moto, ficaram totalmente cobertos e opacos pela odiosa lama. Tivemos que parar para lavar as viseiras e os faróis.
Chegamos à fronteira às 17:30 h e às 18 h estávamos entrando no hotel onde passaríamos a noite. Foram 665 km sob chuva praticamente o tempo todo, mas fizemos uma boa viagem e agora estamos de volta ao Brasil!

16º dia – sexta-feira, 24 de maio de 2019
Conseguimos sair de Foz do Iguaçu às 8 h, com temperatura de 13,5 graus, que se manteve por todo o dia. Rodar pelas estradas do Brasil, decididamente é o inferno na terra. Estradas cheias de caminhões, muitos carros, quebra-molas, pardais em excesso e sem propósito, semáforos nas rodovias (??!!!), traçados ruins, pedágios demais (e caros!), polícia rodoviária, rotatórias e outras cosas que vão atrasando a viagem.
Passamos por Cascavel, almoçamos em Juranda e fizemos poucas paradas para abastecer ou tomar café. Optamos por retornar pelo norte do Paraná, muda-se de estrada diversas vezes e cruza-se muitas cidades, o que vai diminuindo a velocidade média.

Anoiteceu quando passávamos por Ourinhos, mas decidimos seguir em frente até a Rodovia Castello Branco. A 10 km da Castelo, mudamos os planos: resolvemos voltar 20 km e pernoitar em Santa Cruz do Rio Pardo, uma tranqüila cidade do interior de São Paulo. Se fôssemos em direção à  Castello Branco, ainda rodaríamos no mínimo mais 100 km até encontrar local para dormir. Já havíamos rodado um bom trecho no escuro, e como não enxergo nada bem à noite, achamos melhor procurar um pouso mais próximo, e, assim, após uma pequena procura, hospedamo-nos em Santa Cruz do Rio Pardo em um hotel legal. Jantamos em um restaurante simples com comida gostosa, vizinho ao hotel.
Rodamos hoje mais de 11 horas e percorremos 730 km.

Nenhum comentário:

Postar um comentário