A diária do motel expirava às 6:30 h, então tivemos que
deixar os quartos cedo. Já saímos de Itajaí com chuva, que mais tarde diminuiu
e parou. Tomamos café em um posto de gasolina na própria BR-101 e tocamos em
frente, com pistas molhadas.
Na subida da serra entre Joinville e Curitiba, a chuva
voltou forte e nos acompanhou por toda a serra. Só fomos parar no posto Túlio,
já na Régis Bittencourt, após contornar Cutitiba.
Posto Túlio, na Régis Bittencourt
A parada seguinte foi no Graal Petropen, pouco antes de
Registro, para abastecer e almoçar. Não foi possível almoçar: quando chegamos,
chegaram também 4 ônibus, despejando mais de 160 pessoas, que formaram uma fila
enorme para servir-se de comida, que é do tipo buffet. Comemos sanduíches
apenas. Recebi a notícia de que eu havia ganho mais uma neta, a Anna, acabara de nascer! Fiquei feliz e emocionado com a notícia.
Graal Petropen, em Registro
Despedimo-nos, eu, Ricardo e Vilson, no estacionamento do
Graal. Seguimos juntos por mais 50 km, quando eles ingressaram na SP-55 que
leva a Santos, e eu continuei na Régis Bittencourt, que leva a São Paulo. Subi
a serra do Cafezal, abasteci novamente e entrei no Rodoanel para contornar São
Paulo.
No pedágio do Rodoanel que dá acesso à rodovia Carvalho
Pinto, havia um carro da PM de São Paulo parado cheio de carros de luxo em
volta, com os policiais e as pessoas conversando, até achei que pudesse ter ocorrido
um acidente. Quando passei pelo pedágio, um policial me mandou parar.
Perguntou-me se eu estava nervoso e respondi que não. Me fez várias perguntas,
inclusive onde eu morava no Rio, por que viajava sozinho e coisas assim. Pediu
meus documentos e os da moto e os analisou com detalhes, mas nada havia errado,
tudo estava OK, é como gosto de andar. Perguntou-me se eu havia ingerido bebida
alcoolica e respondi que não; perguntou novamente, “tem certeza ?” e respondi
que sim, tinha certeza. Segurando meus documentos, falou “me acompanhe”, e me
levou até a viatura, de onde retirou um bafômetro e me mandou soprar, quando eu
disse que se o aparelho marcasse algo estaria com defeito, pois eu não bebera.
Soprei e deu ZERO. Não satisfeito, o policial pegou outro bico descartável e me
mandou soprar de novo. ZERO novamente! Devolveu-me os documentos, e, como nada
havia de errado para que pudesse me extorquir, liberou-me para seguir viagem. A
coisa interessante é que ele só parava carros de alto valor: Fusion, Hilux,
Corolla, Toro, Pajero... a única moto que foi parada foi a minha, que é uma
1200 cm3. Os motoboys de 125 e 250 cm3 passavam direto, nenhum foi parado. Carros populares ou simples, idem. Tirem suas próprias conclusões!
Bem, após esse pit stop forçado, entrei na Carvalho Pinto e
o tempo firmou, até apareceu o sol! Quando abasteci no Graal Market da Carvalho
Pinto, achei que deveria rodar para aproveitar ao máximo a claridade, e foi o
que fiz.
Cheguei à Dutra em Taubaté com os últimos raios de sol,
gosto muito de vivenciar os fins de tarde na estrada, me dão uma sensação muito
boa de paz e harmonia. Escureceu e segui em frente até Guaratinguetá, onde
cheguei às 19:10 h após rodar 820 km no dia de hoje; hospedei-me em uma pousada simples onde sempre
fico. Viajar no escuro não estava bom, além de ser muito perigoso para motos.
Saí para jantar em um restaurante de caminhoneiros e quando
voltei havia acontecido um acidente com capotamento em frente à pousada, mas
sem vítimas fatais, graças a Deus: um carro bateu em uma carretinha rebocada
por uma caminhonete da CCR e perdeu a direção, capotando em seguida. Viajar à
noite é perigoso...
E assim, encerrei o dia de hoje, com uma grande quilometragem
rodada, uma viagem tranquila e a notícia do nascimento de mais uma neta! Que
ela venha para ajudar a melhorar o mundo!