domingo, 22 de agosto de 2021

Sertão dos Hortelãs e Sertão da Prata



Um passeio de domingo. Subi para a região denominada "sertão dos hortelãs", cujo acesso é através de uma estrada de terra extremamente íngreme e bem estreita, na região da Serra da Bocaina; por vezes eu achava que a velha e boa Sahara não aguentaria a subida, em grande parte vencida em primeira marcha, mas ela não fraquejou e me levou ao topo, onde a paisagem e a temperatura mudam, dando a impressão de que estamos em algum local da Europa. Seguindo adiante, chega-se ao local denominado "sertão da prata", onde há um bar/restaurante rústico, ponto de encontro de motociclistas trilheiros, chamado "Guaraná Quente".

                                   Início da subida, em Pouso Seco
                                  Ao fundo, a serra a vencer até chegar ao Sertão dos Hortelãs

                                   Trecho da subida
                                   Sertão dos Hortelãs - igrejinhas

                                   E segue o caminho...

Em frente ao bar passa um rio, que marca a divisa dos estados RJ/SP; na outra margem o estado é São Paulo. Para fazer jus ao nome, tomei um guaraná; como ainda era um pouco cedo para almoçar, decidi descer a serra e retornar. Começaram a chegar hordas de trilheiros em suas motos, e o proprietário recomendou-me MUITA cautela na descida, pois àquela hora todos estavam subindo e muitos trechos do caminho não comportam dois veículos se cruzando, mesmo sendo motos. Com medo de um provável acidente naquela região inóspita, resolvi descer pela estrada conhecida como "57", que desemboca perto da cidade de Bananal, pouco utilizada, por onde circulam quase que somente veículos 4x4 e motos.


                                    O "Guaraná Quente", point de trilheiros e bikers


A estrada era bem mais estreita e mal-cuidada que a subida que percorri a partir de Pouso Seco. Rodei uns 3 km e iniciou-se a descida: estreita, curvas muito acentuadas, com pedriscos, pedras soltas, muita areia, valetas em profusão e perigosíssima; Para minha extrema sorte não cruzei com carro ou moto subindo, pois não haveria espaço para cruzar e eu não conseguiria parar a moto, que descia mesmo com a roda traseira travada. Desci em primeira marcha, com a divina ajuda de meus anjos da guarda, pois consegui escapar ileso, contrariando a lógica. Foi bastante tenso e difícil, devo lembrar que estou às vésperas de completar 70 anos e a moto (Sahara) não é das mais adequadas para um caminho tão radical! O visual é belíssimo, mas era impossível parar para apreciá-lo a contento. 

                                   A descida da serra pela "57" - belo visual das montanhas
                                   A descida pela estrada "57"


Já quase no final da descida da serra, passa-se pela fazenda 57, foi aí que entendi a razão do nome da estrada, se é que se pode chamar aquilo de estrada. Bela propriedade (a fazenda), muito linda e bem cuidada. Após a descida, anda-se um pouco mais de 10 km na mesma estrada, só que recoberta por escória de alto-forno, com pedras redondas de todos os tamanhos sobre o leito de terra.

Cheguei finalmente ao asfalto da rodovia dos Tropeiros (SP-68), e de lá até Rio Claro foi rápido e fácil.

Foi um passeio bacana, mas não sei se o repetiria! Poderia até fazê-lo novamente, mas em outras condições e, provavelmente, com outra moto! Mesmo com toda a dificuldade, rendo meus agradecimentos e homenagens à Sahara, que se saiu muito bem nas difíceis condições da descida da serra na volta e na difícil subida na ida!

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