Dias 4 e 5 – 13 e 14 de março de 2020 – sexta-feira e sábado
De Foz segui pela Ruta 12 até Corrientes, atravessei a ponte
Gral. Belgrano sobre o rio Paraná e entrei na província do Chaco pela Ruta 16,
parando para pernoitar em Quitilipi, em um hotel novo bem bacana à beira da
estrada. Foram 800 km rodados sob muito
calor (39 graus C), mas foi um ótimo dia de estrada. Uma noite bem dormida no
hotel em Quitilipi recuperou as energias para o dia seguinte, que foi ainda
mais puxado.
Para evitar um trecho de 50 km de estrada totalmente
detonada na Ruta 16, fiz um desvio pela Ruta 89, passando por Charatas e
Quimilí. A estrada estava quase deserta, porém o calor era infernal, estacionou
em 43 graus às 11:00 h e assim se manteve até as 19 h, quando a temperatura
começou a baixar. Após a RN 89, entrei na RN 34 e fui seguindo. A meta seria
chegar até San Salvador de Jujuy neste quinto dia, mas os atrasos foram se
acumulando ao longo do dia nas paradas: devido ao intenso calor, perdia muito tempo
hidratando-me e preparando-me para enfrentar o trecho seguinte. Escureceu e não
havia cidades ou hotéis. Acabei chegando em Metán, totalmente esgotado, às
21:30 h, após atravessar um trecho com vento muito forte. Consegui um hotel
“Boca-de-porco”, mas eu precisava parar e descansar.
Dia 6 – 15 de março de 2020 – domingo
Ao descer para carregar a moto, a chuva caía forte em Metán
e na Ruta 34. Com a roupa de chuva me protegendo, parti.
No abastecimento em um posto na altura de Jujuy, havia uma concentração
de motociclistas argentinos com motos de diversos tamanhos e estilos como eu
jamais houvera visto: eram mais de 70, dirigiam-se ao Salar Salinas Grandes, um
passeio dominical muito bacana e apreciado nesta região. Eu cruzaria com eles
ainda diversas vezes pela estrada ao longo da jornada de hoje.
Parei em Purmamarca, comprei folhas de coca para mascar,
almocei e iniciei a subida da Cuesta de Lipán, atingindo a altitude de 4.180
msnm. Uma subida sempre imponente, grandiosa e emocionante. Mais adiante, parei
no Salar Salinas Grandes (3.600 msnm) e segui pela estrada (RN 52), para parar
em Susques, no complexo Pastos Chicos, meu destino previsto para hoje, onde me
hospedei. Susques fica a 3.700 m de altitude e situa-se a 130 km da fronteira
da Argentina com o Chile.
Durante o jantar, em um pronunciamento na TV, o presidente
da Argentina anunciou o fechamento das fronteiras da Argentina. Naquela
situação, eu até poderia sair da Argentina, mas não conseguiria ingressar de
volta. Decidi então que no dia seguinte pela manhã iniciaria o retorno ao
Brasil, abortando a entrada no Chile e todo o trecho chileno da viagem.
Dia 7 – 16 de março de 2020 – segunda-feira
Com temperatura de 10 graus saí de Susques, descendo a
cordilheira até Purmamarca, onde almocei e consegui trocar USD 200 por pesos
argentinos com o dono de um restaurante, pois o caixa eletrônico não tinha
dinheiro e eu não tinha mais quase moeda argentina.
Programei um retorno sem muita pressa, aproveitando para
passar pela região de Salta, Cafayate e Tafi del Valle, sem imaginar o que
viria pela frente.
Dia 8 – 17 de março de 2020 – terça-feira
Fui seguindo em direção a Cafayate, onde pretendia parar e
pernoitar por uma noite, é uma cidade e uma região que gosto de visitar e
percorrer. Fiz um lanche na Posta de las Cabras, parada obrigatória em todas as
minhas viagens pela região, onde comi um “arrollado del valle”, uma deliciosa
torta folheada com figo, passas, maçã, canela e um creme delicioso.
Atravessei a Quebrada de Cafayate curtindo as paisagens e
formações ao longo da estrada, um colírio para os olhos e paz para a alma.
Ao chegar na entrada da cidade de Cafayate, fui parado em um
bloqueio policial. Devido ao coronavírus, a cidade estava bloqueada, não se
podia entrar, sair ou permanecer. Expliquei que precisaria abastecer a moto
para poder seguir viagem. Após ter os documentos examinados e ser identificado
e cadastrado, fui escoltado por policiais de moto até o posto de combustível da
cidade, onde comprei sanduíches, água e coloquei gasolina na moto. Em seguida,
escoltaram-me até a saída da cidade para certificarem-se de que eu não
voltaria.
Um pouco aturdido com a situação inusitada, fui em frente.
Parei à beira da estrada para comer o sanduíche que havia
comprado e tomar água. Minha intenção era chegar a Tafi del Valle para
pernoitar, mas perdi muito tempo no bloqueio em Cafayate. Ao chegar a Amaichá del Valle tentei em vão sacar dinheiro
em caixas eletrônicos, mas os dois da cidade não tinham dinheiro. A maioria das
lojas estava fechada. Em uma padaria comprei pães, queijo e água, em um quiosque
comprei um vinho Torrontés e, por milagre, consegui uma pousada excelente,
administrada por duas senhoras que eram irmãs. Eu ouvira dizer que os hotéis
seriam fechados, mas achei que era uma informação um tanto alarmista, pois não
estava acompanhando o desenrolar dos fatos pela TV. Viajando, meu foco é a
estrada e a viagem em si: onde parar, onde comer, onde dormir e o que fazer.
Mandei lavar a roupa suja através da dona do hotel, seria
entregue no dia seguinte.
Dia 9 – 18 de março de 2020 – quarta-feira
Aguardei as roupas lavadas chegarem, tomei café e parti em
direção a Tafi del Valle. Não havia rodado nem 500 m, havia um bloqueio
policial e fui parado. Muitas perguntas, documentos examinados, senti que teria
dificuldades para prosseguir, os policiais estavam parecendo mais rígidos que
os de Cafayate. Uma médica, que deveria ser da área da saúde pública, passou no
local de carro, viu a moto e fez mais algumas perguntas, ordenando aos
policiais que me deixassem seguir em frente. Disse-me ela que o marido e o
filho também eram motociclistas. Foi a minha sorte, do contrário acho que não
me deixariam seguir adiante.
Subi a serra que separa Amaichá del Valle e Tafi del Valle,
o asfalto continua ruim como há quase dois anos atrás, quando passei pelo
local. Na subida da serra, um reparo na pavimentação fechou a estrada por 2
horas; formou-se uma grande fila de veículos, tive que aguardar a liberação
para seguir em frente, mas tive um atraso substancial. Havia alguns
motociclistas retidos na fila, todos argentinos.
Liberada a estrada, segui até Tafi del Valle. O hotel
maravilhoso onde me hospedei com o Tiago na viagem de 2018 estava fechado.
Entrei na cidade e almocei, pegando a estrada logo em seguida. Devido ao atraso
sofrido, achei que poderia dormir em Termas de Rio Hondo e, no dia seguinte,
sair bem cedo para ganhar tempo. A esta altura comecei a achar que o fechamento
das fronteiras devido ao COVID-19 já estava produzindo uma reação
desproporcional, mas eu precisava ir em frente e sair da Argentina o quanto
antes, apesar de estar a quase 2.000 km da fronteira.
Na entrada de Termas de Rio Hondo, outro bloqueio policial
devido ao coronavírus, desta vez, após novos interrogatórios e exame de
documentos que consomem muito tempo, proibiram-me de entrar na cidade e de
hospedar-me, eu teria que voltar ou passar direto. Optei por ir em frente.
Solicitaram uma escolta e me acompanharam até o posto de gasolina, em seguida
me levaram à sede da polícia em Termas de Rio Hondo; aguardei por uma hora e
mandaram-me retornar ao posto policial, sempre escoltado por motos e policiais
com escopetas. De volta ao posto policial, já à noite, informaram-me que eu
deveria atravessar a cidade e ir embora, não poderia me hospedar. Cansado,
aleguei que não teria condições de ir em frente, pois não enxergo bem à noite,
estava exausto da viagem e do desgaste de ficar 4 horas parado no posto
policial; além do mais, eu não poderia entrar nem dormir em lugar algum, teria
que ir direto para o Brasil! Diante de tamanho absurdo, depois de muitos
argumentos e ligações telefônicas entre o chefe da polícia local e o oficial
que comandava o bloqueio, autorizaram-me a dormir junto ao posto policial para
descansar, com a condição de que eu teria que partir tão logo o dia clareasse.
Ofereceram-me um quartinho externo de 1,5 m x 2,0 m, onde os
policiais faziam suas refeições e que também servia de depósito. Eu e um
policial esvaziamos o quartinho e lavamos o chão com água sanitária. Ao retirar
pneus e outros guardados, saíram 2 sapos e um rato, que habitavam o local.
Trouxeram um colchão que conseguiram em um lixão ao lado para que eu não
dormisse no chão frio. Eu não saberia dizer o que seria pior, mas fiquei com o
colchão.
Deitei-me naquele local horroroso e tentei descansar, mas
era difícil. A moto ficou estacionada do outro lado da estrada, com toda a
bagagem, mas ao menos contava com a segurança dos policiais.
Dia 10 – 19 de março de 2020 – quinta-feira
Pouco antes do dia clarear eu já estava de pé. Meu celular
foi carregado no posto, mas eu estava sem internet, uma coisa necessária
naquela situação.
Passei direto pela cidade, parei em um posto de combustível
60 km após, onde abasteci, tomei café e comprei um sanduíche. Não permitiram
que eu consumisse dentro da loja de conveniência, tomei o café e comi o
sanduíche na área externa do posto. A esta altura dei-me conta do rigor que
estava em curso, principalmente com estrangeiros, que não poderiam hospedar-se,
entrar nas cidades, frequentar restaurantes ou sequer fazer um lanche em uma
loja de conveniência.
Fui seguindo em frente até Quimilí, onde consegui almoçar em
um restaurante anexo a um posto, o qual parecia estar fechado. O dono me
atendeu e me permitiu fazer a refeição. Eu precisava de um pouso, um local para
parar, relaxar, tomar um banho e, principalmente, dormir. O dono do restaurante
indicou-me um hotel modesto na entrada da cidade, que parecia estar fechado, e
a atendente disse que não poderia hospedar-me. Insisti, quase implorei, e ela
se apiedou de mim e mandou que eu colocasse a moto na garagem imediatamente,
para que não fosse vista e não chamasse a atenção.
A moça registrou-me com nome falso (Guillermo Ibañez) e a
primeira coisa que fiz foi tomar banho, para retirar a sujeira da estrada e os
vestígios do colchão sobre o qual houvera passado a noite. Estava arrumando e
separando as roupas quando a polícia chegou, o motorista de um carro que
passava viu a moto entrando na garagem e fotografou, fazendo uma denúncia.
Houve interrogatório, identificação, advertência e recebi um
papel da polícia da província de Santiago del Estero, que supostamente me
permitiria rodar até a fronteira com o Brasil, o que, obviamente, eu não
conseguiria fazer em um dia. Já eram 16 h. Os policiais permitiram que eu
ficasse no hotel, sem sair do quarto, até o dia seguinte, mas deveria partir antes
das 6:00 h. Para mim era o paraíso, eu teria um teto e onde dormir. Encomendei
uma pizza e um refrigerante e me tranquei no quarto. Não passou meia hora, a
atendente bateu aflita na porta: um hóspede que houvera me visto no saguão,
ligou para a polícia dizendo que eu desobedecera a ordem de não sair do quarto.
A polícia ligou para o dono do hotel (que não estava no hotel no momento) e
ordenou que eu deixasse o estabelecimento imediatamente, sob pena de fechamento
do hotel, além de prisão e multa ao dono.
Não me restou alternativa. Juntei as roupas, coloquei tudo
na moto e fui em frente, meu destino seria a fronteira em Foz do Iguaçu, mas eu
estava longe e logo anoiteceria.
Já estava na Ruta 89 saindo de Quimilí, quando uma cena
emocionante aconteceu: a moça que me atendeu no hotel e arriscou seu emprego
hospedando-me, veio na garupa de uma Honda Biz dirigida por seu filho de 15
anos e fez sinal para que os seguisse, assim o fiz. Fomos por caminhos escusos
evitando a polícia até sua casa. Ofereceu-me mate, água, café e ofereceu sua
casa para eu ficasse lá até quando necessitasse. Uma pessoa simples, porém com
um coração generoso e uma bondade infinita. Aceitei a água, mas decidi seguir
em frente, pois havia feito contato pela internet com um grupo de motociclistas
argentinos e uma pessoa se dispôs a me receber em sua casa, em Presidencia
Roque Saenz Peña, na província do Chaco, o que seria mais conveniente para mim,
por ser mais próximo à fronteira. De qualquer forma, foi uma atitude generosa e
bonita dela, que não me conhecia e se arriscou a ser presa por me receber e
hospedar em sua casa. Um anjo chamado Karina, mas não seria o único a aparecer
neste dia tão difícil!
Já cansado pelas estradas, pelo calor e pelos acontecimentos
do dia e após uma noite quase sem dormir, toquei em frente, em direção a
Presidencia Roque Saenz Peña, distante 250 km de Quimilí. No abastecimento em
Charatas, comprei um Gatorade e um pão para comer fora da loja de conveniências.
Estava fazendo meu lanche quando parou um carro da polícia ao meu lado. Após as
perguntas, respostas e questionamentos de sempre, o policial lembrou-me que eu
só poderia rodar pelas estradas, estava proibido de entrar em cidades ou
hospedar-me, sob pena de transgredir um decreto federal. Eu nem tentaria, pois
os bloqueios nas entradas das cidades e os hotéis fechados inviabilizariam
qualquer tentativa neste sentido. O que me ajudou a prosseguir viagem foi o
papel que recebi em Quimilí. O policial avisou-me que na entrada da província
do Chaco eu talvez tivesse problemas para passar.
Passei por um bloqueio policial na saída de Santiago del
Estero e o policial que me abordou no posto estava na operação. Acenei para ele
e ele respondeu, os outros acharam que éramos amigos e nem me pararam!
Na entrada do Chaco havia outro bloqueio, acenei também como
se os conhecesse e passei sem parar!
Continuei à noite, uma coisa difícil para mim. A Ruta 89
desembocou na Ruta 16 e segui por ela até um posto de combustível na entrada de
Roque Saenz Peña. Fiz contato por whatsapp com o Oscar, que me abrigaria, para
saber seu endereço. Um rapaz que passava no posto falou que eu não conseguiria
chegar àquele endereço, pois havia bloqueios por toda a cidade. O frentista,
ouvindo a conversa, pegou seu telefone e ligou para o Oscar, explicando a
situação e pediu que ele viesse buscar-me, pois, do contrário, eu seria detido
pela polícia e conduzido para fora da cidade.
Aguardando o Oscar, conheci um casal de motociclistas
argentinos em uma Benelli 300 que vinha de Salta e morava em Resistência,
distante 190 km de Saenz Peña, para onde se dirigiam. Não poderiam parar no
caminho, apenas ir direto para sua residência.
Chegando a Roque Saenz Peña
Decorrida cerca de meia hora, meu anjo salvador chegou: o
Oscar, que, desinteressadamente e sem sequer me conhecer, se dispôs a me
receber e a me hospedar em sua casa pelo tempo que fosse necessário. Fui
seguindo seu carro; ele desviava de locais onde pudesse haver bloqueios ou
policiais. Já próximos de sua residência, um carro da polícia nos avistou e
veio atrás. Paramos, ele saltou e foi conversar com alguns policiais, enquanto
outros verificavam e fotografavam meus documentos. Eu teria que ir até a
delegacia, onde receberia uma notificação e teria que deixar a cidade imediatamente.
Já eram quase 23 h. O que eu faria e para onde eu iria, já que não era possível
hospedar-me ou adentrar qualquer povoado?
O Oscar conversou com o policial responsável, que concordou
em fazer uma simulação. Fotografaram-me subindo na moto e andando em direção à
saída da cidade, pra informar à delegacia que eu houvera deixado a cidade. O
Oscar comprometeu-se a me levar para sua casa e eu não poderia sequer chegar ao
portão, sob pena de ser denunciado e todos serem envolvidos, e eu me comprometi
a não sair de casa em hipótese alguma; para ir embora teria que ser de
madrugada, ainda no escuro.
Cheguei exausto à casa do Oscar, que está em obras
inacabadas. Ele ofereceu-me seu quarto e sua cama e foi dormir na cozinha.
Deitei-me e dormi como uma pedra, até as 10 h do dia seguinte.
Dia 11 – 20 de março de 2020 – sexta-feira
Faz tempo que não dormia até tão tarde, mas estava muito
cansado dos acontecimentos dos últimos dias, das noites mal dormidas e de toda
a tensão pela qual passei: bloqueios, expulsão do hotel, não poder parar e
outras situações. Devo dizer que a Triumph não fraquejou em momento algum e
suportou tudo o que lhe foi imposto Só fiz colocar gasolina e rodar, rodar,
rodar.... Uma simples pane mecânica ou um furo de pneu seria o caos!
Quando me levantei, Oscar me disse que o policial que nos
apreendera na noite anterior houvera ligado e perguntado se eu estava bem e se
havia descansado, mas falou para eu não tentar sair da cidade, pois seria
parado e a situação poderia se complicar para o Oscar e para ele (o policial
que me liberou para ir à casa do Oscar).
Nunca terei palavras para agradecer e para descrever o que
Oscar fez por mim, tenho uma dívida de gratidão eterna com ele, que nunca
conseguirei quitar à altura. A única forma que tenho para retribuir o que
Oscar, Karina, o frentista e alguns policiais fizeram por mim é estar atento às
necessidades dos outros, principalmente dos que necessitam de algum tipo de
ajuda. Aliás essa sempre foi a minha filosofia: se é impossível retribuir a
quem me ajudou, ajudo a quem precisa.
Foi decretada quarentena total na Argentina até 31 de março,
a exemplo de outros países ao redor do mundo. Ninguém pode sair de casa, exceto
em casos de extrema necessidade. Proibidas aglomerações, cinemas, teatros,
lojas e shoppings fechados, e por aí vai. Estou em segurança, abrigado. Vamos
aguardar o desenrolar dos acontecimentos.
A Karina, do hotel de Quimilí, passou uma mensagem para
saber se eu estava bem e se havia conseguido abrigo. Coisa bacana, uma pessoa
tão simples se preocupou comigo e com minha integridade.
Dias 12 e 13 – 21 e 22 de março de 2020 – sábado e domingo
Cumprindo a quarentena em Presidência Roque Saenz Peña. Não
saí de casa em momento algum. O Oscar saiu e fez algumas compras que nos
garantem o básico de alimentação por alguns dias. Meu suprimento de remédios de
uso contínuo é suficiente até 2 de abril, não posso ficar sem eles.
No sábado à noite ele fez um churrasco com a deliciosa carne
argentina, que apreciamos acompanhado de um Malbec de Mendoza e finalizado com
um vinho de Missa. No domingo, aproveitamos o que restou da carne para o
jantar.
Limpando o quintal
Carne argentina e vinho na quarentena
Fiz contato por e-mail com o consulado brasileiro, mas ainda
não obtive resposta, aliás, não sei se obterei alguma. Mas é uma tentativa de
abreviar meu período por aqui. Estou a 800 km da fronteira, se sair bem cedo e
não me detiverem nos bloqueios, consigo chegar ao Brasil no mesmo dia. E o
Brasil, como estará? Parece-me que a situação não está melhor do que na
Argentina.
Meu cunhado tão querido....que bom que encontrou tantas pessoas humanas no seu caminho....que fique bem até a sua volta.... estaremos esperando ansiosos.... fique com Deus...
ResponderExcluirMarília?? Que surpresa!
ResponderExcluirA coisa está difícil, o momento exige paciência, mas continuo lutando e buscando informações que me permitam voltar ao Brasil, onde a situação não está melhor que na Argentina.
Graças a Deus fui acolhido por uma pessoa generosa e maravilhosa, que me abriu as portas de sua casa e me ofereceu abrigo enquanto durar esta situação.