segunda-feira, 23 de março de 2020

Atacama Norte - uma viagem complicada


Dias 4 e 5 – 13 e 14 de março de 2020 – sexta-feira e sábado

De Foz segui pela Ruta 12 até Corrientes, atravessei a ponte Gral. Belgrano sobre o rio Paraná e entrei na província do Chaco pela Ruta 16, parando para pernoitar em Quitilipi, em um hotel novo bem bacana à beira da estrada. Foram 800 km rodados sob  muito calor (39 graus C), mas foi um ótimo dia de estrada. Uma noite bem dormida no hotel em Quitilipi recuperou as energias para o dia seguinte, que foi ainda mais puxado.


Para evitar um trecho de 50 km de estrada totalmente detonada na Ruta 16, fiz um desvio pela Ruta 89, passando por Charatas e Quimilí. A estrada estava quase deserta, porém o calor era infernal, estacionou em 43 graus às 11:00 h e assim se manteve até as 19 h, quando a temperatura começou a baixar. Após a RN 89, entrei na RN 34 e fui seguindo. A meta seria chegar até San Salvador de Jujuy neste quinto dia, mas os atrasos foram se acumulando ao longo do dia nas paradas: devido ao intenso calor, perdia muito tempo hidratando-me e preparando-me para enfrentar o trecho seguinte. Escureceu e não havia cidades ou hotéis. Acabei chegando em Metán, totalmente esgotado, às 21:30 h, após atravessar um trecho com vento muito forte. Consegui um hotel “Boca-de-porco”, mas eu precisava parar e descansar.

Dia 6 – 15 de março de 2020 – domingo

Ao descer para carregar a moto, a chuva caía forte em Metán e na Ruta 34. Com a roupa de chuva me protegendo, parti.
No abastecimento em um posto na altura de Jujuy, havia uma concentração de motociclistas argentinos com motos de diversos tamanhos e estilos como eu jamais houvera visto: eram mais de 70, dirigiam-se ao Salar Salinas Grandes, um passeio dominical muito bacana e apreciado nesta região. Eu cruzaria com eles ainda diversas vezes pela estrada ao longo da jornada de hoje.
Parei em Purmamarca, comprei folhas de coca para mascar, almocei e iniciei a subida da Cuesta de Lipán, atingindo a altitude de 4.180 msnm. Uma subida sempre imponente, grandiosa e emocionante. Mais adiante, parei no Salar Salinas Grandes (3.600 msnm) e segui pela estrada (RN 52), para parar em Susques, no complexo Pastos Chicos, meu destino previsto para hoje, onde me hospedei. Susques fica a 3.700 m de altitude e situa-se a 130 km da fronteira da Argentina com o Chile.









Durante o jantar, em um pronunciamento na TV, o presidente da Argentina anunciou o fechamento das fronteiras da Argentina. Naquela situação, eu até poderia sair da Argentina, mas não conseguiria ingressar de volta. Decidi então que no dia seguinte pela manhã iniciaria o retorno ao Brasil, abortando a entrada no Chile e todo o trecho chileno da viagem.

Dia 7 – 16 de março de 2020 – segunda-feira
Com temperatura de 10 graus saí de Susques, descendo a cordilheira até Purmamarca, onde almocei e consegui trocar USD 200 por pesos argentinos com o dono de um restaurante, pois o caixa eletrônico não tinha dinheiro e eu não tinha mais quase moeda argentina.







Programei um retorno sem muita pressa, aproveitando para passar pela região de Salta, Cafayate e Tafi del Valle, sem imaginar o que viria pela frente.

Dia 8 – 17 de março de 2020 – terça-feira
Fui seguindo em direção a Cafayate, onde pretendia parar e pernoitar por uma noite, é uma cidade e uma região que gosto de visitar e percorrer. Fiz um lanche na Posta de las Cabras, parada obrigatória em todas as minhas viagens pela região, onde comi um “arrollado del valle”, uma deliciosa torta folheada com figo, passas, maçã, canela e um creme delicioso.




Atravessei a Quebrada de Cafayate curtindo as paisagens e formações ao longo da estrada, um colírio para os olhos e paz para a alma.
Ao chegar na entrada da cidade de Cafayate, fui parado em um bloqueio policial. Devido ao coronavírus, a cidade estava bloqueada, não se podia entrar, sair ou permanecer. Expliquei que precisaria abastecer a moto para poder seguir viagem. Após ter os documentos examinados e ser identificado e cadastrado, fui escoltado por policiais de moto até o posto de combustível da cidade, onde comprei sanduíches, água e coloquei gasolina na moto. Em seguida, escoltaram-me até a saída da cidade para certificarem-se de que eu não voltaria.
Um pouco aturdido com a situação inusitada, fui em frente.
Parei à beira da estrada para comer o sanduíche que havia comprado e tomar água. Minha intenção era chegar a Tafi del Valle para pernoitar, mas perdi muito tempo no bloqueio em Cafayate. Ao chegar a  Amaichá del Valle tentei em vão sacar dinheiro em caixas eletrônicos, mas os dois da cidade não tinham dinheiro. A maioria das lojas estava fechada. Em uma padaria comprei pães, queijo e água, em um quiosque comprei um vinho Torrontés e, por milagre, consegui uma pousada excelente, administrada por duas senhoras que eram irmãs. Eu ouvira dizer que os hotéis seriam fechados, mas achei que era uma informação um tanto alarmista, pois não estava acompanhando o desenrolar dos fatos pela TV. Viajando, meu foco é a estrada e a viagem em si: onde parar, onde comer, onde dormir e o que fazer.
Mandei lavar a roupa suja através da dona do hotel, seria entregue no dia seguinte.


Dia 9 – 18 de março de 2020 – quarta-feira
Aguardei as roupas lavadas chegarem, tomei café e parti em direção a Tafi del Valle. Não havia rodado nem 500 m, havia um bloqueio policial e fui parado. Muitas perguntas, documentos examinados, senti que teria dificuldades para prosseguir, os policiais estavam parecendo mais rígidos que os de Cafayate. Uma médica, que deveria ser da área da saúde pública, passou no local de carro, viu a moto e fez mais algumas perguntas, ordenando aos policiais que me deixassem seguir em frente. Disse-me ela que o marido e o filho também eram motociclistas. Foi a minha sorte, do contrário acho que não me deixariam seguir adiante.
Subi a serra que separa Amaichá del Valle e Tafi del Valle, o asfalto continua ruim como há quase dois anos atrás, quando passei pelo local. Na subida da serra, um reparo na pavimentação fechou a estrada por 2 horas; formou-se uma grande fila de veículos, tive que aguardar a liberação para seguir em frente, mas tive um atraso substancial. Havia alguns motociclistas retidos na fila, todos argentinos.





Liberada a estrada, segui até Tafi del Valle. O hotel maravilhoso onde me hospedei com o Tiago na viagem de 2018 estava fechado. Entrei na cidade e almocei, pegando a estrada logo em seguida. Devido ao atraso sofrido, achei que poderia dormir em Termas de Rio Hondo e, no dia seguinte, sair bem cedo para ganhar tempo. A esta altura comecei a achar que o fechamento das fronteiras devido ao COVID-19 já estava produzindo uma reação desproporcional, mas eu precisava ir em frente e sair da Argentina o quanto antes, apesar de estar a quase 2.000 km da fronteira.


                                 El Indio

Na entrada de Termas de Rio Hondo, outro bloqueio policial devido ao coronavírus, desta vez, após novos interrogatórios e exame de documentos que consomem muito tempo, proibiram-me de entrar na cidade e de hospedar-me, eu teria que voltar ou passar direto. Optei por ir em frente. Solicitaram uma escolta e me acompanharam até o posto de gasolina, em seguida me levaram à sede da polícia em Termas de Rio Hondo; aguardei por uma hora e mandaram-me retornar ao posto policial, sempre escoltado por motos e policiais com escopetas. De volta ao posto policial, já à noite, informaram-me que eu deveria atravessar a cidade e ir embora, não poderia me hospedar. Cansado, aleguei que não teria condições de ir em frente, pois não enxergo bem à noite, estava exausto da viagem e do desgaste de ficar 4 horas parado no posto policial; além do mais, eu não poderia entrar nem dormir em lugar algum, teria que ir direto para o Brasil! Diante de tamanho absurdo, depois de muitos argumentos e ligações telefônicas entre o chefe da polícia local e o oficial que comandava o bloqueio, autorizaram-me a dormir junto ao posto policial para descansar, com a condição de que eu teria que partir tão logo o dia clareasse.
Ofereceram-me um quartinho externo de 1,5 m x 2,0 m, onde os policiais faziam suas refeições e que também servia de depósito. Eu e um policial esvaziamos o quartinho e lavamos o chão com água sanitária. Ao retirar pneus e outros guardados, saíram 2 sapos e um rato, que habitavam o local. Trouxeram um colchão que conseguiram em um lixão ao lado para que eu não dormisse no chão frio. Eu não saberia dizer o que seria pior, mas fiquei com o colchão.
Deitei-me naquele local horroroso e tentei descansar, mas era difícil. A moto ficou estacionada do outro lado da estrada, com toda a bagagem, mas ao menos contava com a segurança dos policiais.



                                             Pernoite em Termas de Rio Hondo
Dia 10 – 19 de março de 2020 – quinta-feira
Pouco antes do dia clarear eu já estava de pé. Meu celular foi carregado no posto, mas eu estava sem internet, uma coisa necessária naquela situação.
Passei direto pela cidade, parei em um posto de combustível 60 km após, onde abasteci, tomei café e comprei um sanduíche. Não permitiram que eu consumisse dentro da loja de conveniência, tomei o café e comi o sanduíche na área externa do posto. A esta altura dei-me conta do rigor que estava em curso, principalmente com estrangeiros, que não poderiam hospedar-se, entrar nas cidades, frequentar restaurantes ou sequer fazer um lanche em uma loja de conveniência.
Fui seguindo em frente até Quimilí, onde consegui almoçar em um restaurante anexo a um posto, o qual parecia estar fechado. O dono me atendeu e me permitiu fazer a refeição. Eu precisava de um pouso, um local para parar, relaxar, tomar um banho e, principalmente, dormir. O dono do restaurante indicou-me um hotel modesto na entrada da cidade, que parecia estar fechado, e a atendente disse que não poderia hospedar-me. Insisti, quase implorei, e ela se apiedou de mim e mandou que eu colocasse a moto na garagem imediatamente, para que não fosse vista e não chamasse a atenção.
A moça registrou-me com nome falso (Guillermo Ibañez) e a primeira coisa que fiz foi tomar banho, para retirar a sujeira da estrada e os vestígios do colchão sobre o qual houvera passado a noite. Estava arrumando e separando as roupas quando a polícia chegou, o motorista de um carro que passava viu a moto entrando na garagem e fotografou, fazendo uma denúncia.
Houve interrogatório, identificação, advertência e recebi um papel da polícia da província de Santiago del Estero, que supostamente me permitiria rodar até a fronteira com o Brasil, o que, obviamente, eu não conseguiria fazer em um dia. Já eram 16 h. Os policiais permitiram que eu ficasse no hotel, sem sair do quarto, até o dia seguinte, mas deveria partir antes das 6:00 h. Para mim era o paraíso, eu teria um teto e onde dormir. Encomendei uma pizza e um refrigerante e me tranquei no quarto. Não passou meia hora, a atendente bateu aflita na porta: um hóspede que houvera me visto no saguão, ligou para a polícia dizendo que eu desobedecera a ordem de não sair do quarto. A polícia ligou para o dono do hotel (que não estava no hotel no momento) e ordenou que eu deixasse o estabelecimento imediatamente, sob pena de fechamento do hotel, além de prisão e multa ao dono.
Não me restou alternativa. Juntei as roupas, coloquei tudo na moto e fui em frente, meu destino seria a fronteira em Foz do Iguaçu, mas eu estava longe e logo anoiteceria.
Já estava na Ruta 89 saindo de Quimilí, quando uma cena emocionante aconteceu: a moça que me atendeu no hotel e arriscou seu emprego hospedando-me, veio na garupa de uma Honda Biz dirigida por seu filho de 15 anos e fez sinal para que os seguisse, assim o fiz. Fomos por caminhos escusos evitando a polícia até sua casa. Ofereceu-me mate, água, café e ofereceu sua casa para eu ficasse lá até quando necessitasse. Uma pessoa simples, porém com um coração generoso e uma bondade infinita. Aceitei a água, mas decidi seguir em frente, pois havia feito contato pela internet com um grupo de motociclistas argentinos e uma pessoa se dispôs a me receber em sua casa, em Presidencia Roque Saenz Peña, na província do Chaco, o que seria mais conveniente para mim, por ser mais próximo à fronteira. De qualquer forma, foi uma atitude generosa e bonita dela, que não me conhecia e se arriscou a ser presa por me receber e hospedar em sua casa. Um anjo chamado Karina, mas não seria o único a aparecer neste dia tão difícil!
Já cansado pelas estradas, pelo calor e pelos acontecimentos do dia e após uma noite quase sem dormir, toquei em frente, em direção a Presidencia Roque Saenz Peña, distante 250 km de Quimilí. No abastecimento em Charatas, comprei um Gatorade e um pão para comer fora da loja de conveniências. Estava fazendo meu lanche quando parou um carro da polícia ao meu lado. Após as perguntas, respostas e questionamentos de sempre, o policial lembrou-me que eu só poderia rodar pelas estradas, estava proibido de entrar em cidades ou hospedar-me, sob pena de transgredir um decreto federal. Eu nem tentaria, pois os bloqueios nas entradas das cidades e os hotéis fechados inviabilizariam qualquer tentativa neste sentido. O que me ajudou a prosseguir viagem foi o papel que recebi em Quimilí. O policial avisou-me que na entrada da província do Chaco eu talvez tivesse problemas para passar.
Passei por um bloqueio policial na saída de Santiago del Estero e o policial que me abordou no posto estava na operação. Acenei para ele e ele respondeu, os outros acharam que éramos amigos e nem me pararam!
Na entrada do Chaco havia outro bloqueio, acenei também como se os conhecesse e passei sem parar!
Continuei à noite, uma coisa difícil para mim. A Ruta 89 desembocou na Ruta 16 e segui por ela até um posto de combustível na entrada de Roque Saenz Peña. Fiz contato por whatsapp com o Oscar, que me abrigaria, para saber seu endereço. Um rapaz que passava no posto falou que eu não conseguiria chegar àquele endereço, pois havia bloqueios por toda a cidade. O frentista, ouvindo a conversa, pegou seu telefone e ligou para o Oscar, explicando a situação e pediu que ele viesse buscar-me, pois, do contrário, eu seria detido pela polícia e conduzido para fora da cidade.
Aguardando o Oscar, conheci um casal de motociclistas argentinos em uma Benelli 300 que vinha de Salta e morava em Resistência, distante 190 km de Saenz Peña, para onde se dirigiam. Não poderiam parar no caminho, apenas ir direto para sua residência.
                                    Chegando a Roque Saenz Peña
Decorrida cerca de meia hora, meu anjo salvador chegou: o Oscar, que, desinteressadamente e sem sequer me conhecer, se dispôs a me receber e a me hospedar em sua casa pelo tempo que fosse necessário. Fui seguindo seu carro; ele desviava de locais onde pudesse haver bloqueios ou policiais. Já próximos de sua residência, um carro da polícia nos avistou e veio atrás. Paramos, ele saltou e foi conversar com alguns policiais, enquanto outros verificavam e fotografavam meus documentos. Eu teria que ir até a delegacia, onde receberia uma notificação e teria que deixar a cidade imediatamente. Já eram quase 23 h. O que eu faria e para onde eu iria, já que não era possível hospedar-me ou adentrar qualquer povoado?
O Oscar conversou com o policial responsável, que concordou em fazer uma simulação. Fotografaram-me subindo na moto e andando em direção à saída da cidade, pra informar à delegacia que eu houvera deixado a cidade. O Oscar comprometeu-se a me levar para sua casa e eu não poderia sequer chegar ao portão, sob pena de ser denunciado e todos serem envolvidos, e eu me comprometi a não sair de casa em hipótese alguma; para ir embora teria que ser de madrugada, ainda no escuro.
Cheguei exausto à casa do Oscar, que está em obras inacabadas. Ele ofereceu-me seu quarto e sua cama e foi dormir na cozinha. Deitei-me e dormi como uma pedra, até as 10 h do dia seguinte.

Dia 11 – 20 de março de 2020 – sexta-feira
Faz tempo que não dormia até tão tarde, mas estava muito cansado dos acontecimentos dos últimos dias, das noites mal dormidas e de toda a tensão pela qual passei: bloqueios, expulsão do hotel, não poder parar e outras situações. Devo dizer que a Triumph não fraquejou em momento algum e suportou tudo o que lhe foi imposto Só fiz colocar gasolina e rodar, rodar, rodar.... Uma simples pane mecânica ou um furo de pneu seria o caos!
Quando me levantei, Oscar me disse que o policial que nos apreendera na noite anterior houvera ligado e perguntado se eu estava bem e se havia descansado, mas falou para eu não tentar sair da cidade, pois seria parado e a situação poderia se complicar para o Oscar e para ele (o policial que me liberou para ir à casa do Oscar).
Nunca terei palavras para agradecer e para descrever o que Oscar fez por mim, tenho uma dívida de gratidão eterna com ele, que nunca conseguirei quitar à altura. A única forma que tenho para retribuir o que Oscar, Karina, o frentista e alguns policiais fizeram por mim é estar atento às necessidades dos outros, principalmente dos que necessitam de algum tipo de ajuda. Aliás essa sempre foi a minha filosofia: se é impossível retribuir a quem me ajudou, ajudo a quem precisa.
Foi decretada quarentena total na Argentina até 31 de março, a exemplo de outros países ao redor do mundo. Ninguém pode sair de casa, exceto em casos de extrema necessidade. Proibidas aglomerações, cinemas, teatros, lojas e shoppings fechados, e por aí vai. Estou em segurança, abrigado. Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.
A Karina, do hotel de Quimilí, passou uma mensagem para saber se eu estava bem e se havia conseguido abrigo. Coisa bacana, uma pessoa tão simples se preocupou comigo e com minha integridade.

Dias 12 e 13 – 21 e 22 de março de 2020 – sábado e domingo
Cumprindo a quarentena em Presidência Roque Saenz Peña. Não saí de casa em momento algum. O Oscar saiu e fez algumas compras que nos garantem o básico de alimentação por alguns dias. Meu suprimento de remédios de uso contínuo é suficiente até 2 de abril, não posso ficar sem eles.
No sábado à noite ele fez um churrasco com a deliciosa carne argentina, que apreciamos acompanhado de um Malbec de Mendoza e finalizado com um vinho de Missa. No domingo, aproveitamos o que restou da carne para o jantar.



                                 Limpando o quintal
                                           Carne argentina e vinho na quarentena
Fiz contato por e-mail com o consulado brasileiro, mas ainda não obtive resposta, aliás, não sei se obterei alguma. Mas é uma tentativa de abreviar meu período por aqui. Estou a 800 km da fronteira, se sair bem cedo e não me detiverem nos bloqueios, consigo chegar ao Brasil no mesmo dia. E o Brasil, como estará? Parece-me que a situação não está melhor do que na Argentina.

2 comentários:

  1. Meu cunhado tão querido....que bom que encontrou tantas pessoas humanas no seu caminho....que fique bem até a sua volta.... estaremos esperando ansiosos.... fique com Deus...

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  2. Marília?? Que surpresa!
    A coisa está difícil, o momento exige paciência, mas continuo lutando e buscando informações que me permitam voltar ao Brasil, onde a situação não está melhor que na Argentina.
    Graças a Deus fui acolhido por uma pessoa generosa e maravilhosa, que me abriu as portas de sua casa e me ofereceu abrigo enquanto durar esta situação.

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