segunda-feira, 4 de junho de 2012

O último dia


Às 7:40 h estava entrando na BR 040 com destino ao Rio, após fechar a conta e tomar café no hotel Hebron, em Três Marias. Estava frio no cerrado, apesar do prenúncio de céu azul e dia quente.
Segui sem  pressa, e 3 horas depois da partida cheguei ao anel rodoviário de Belo Horizonte. O trânsito estava parado, com os caminhões soltando fumaça e invadindo as 3 pistas. Segui com cuidado pelo corredor entre os caminhões durante 40 minutos, até chegar ao início do trecho BH - Rio da BR 040. O anel de BH é um problema que demanda uma solução urgente, mas não vejo qualquer movimento neste sentido. Talvez um anel mais externo, como fizeram em São Paulo seja a solução, pois o atual acabou ficando muito próximo ao centro, com a expansão da cidade.
Quando saí do anel e achei que as coisas iriam melhorar, foi que vi o que era o inferno. O trecho entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafayete da BR 040 é uma verdadeira selvageria: asfalto em péssimas condições, rodovia sem sinalização e sem acostamento, caminhões em alta velocidade, poeira das mineradoras, caçambas de caminhões soltando pedras e pó de minério, quebra molas, pardais e trânsito muito intenso, com a estrada sobrecarregada de caminhões. Esta situação só foi melhorar após 100 km de Belo Horizonte, mesmo assim a estrada continuou péssima e perigosa.
Mantive velocidade entre 110 e 120 km/h, estava difícil andar em segurança  mais rápido do que isso. O ronco do motor da Bandit foi me fazendo companhia e me mentendo calmo, como uma música para os ouvidos.
A partir de Juiz de Fora, a estrada é concessionada e duplicada, melhorando substancialmente, e permitindo andar um pouco mais rápido.
Na descida da serra de Petrópolis, outro congestionamento: o transporte de uma peça com 8 m de largura ocupava as duas pistas e metade de cada acostamento. O comprimento também era muito grande, a prancha que a transportava tinha mais de 40 eixos. Com o trânsito represado pela PRF, o conjunto descia a serra a 5 km/h, puxando uma enorme "procissão" atrás de si. Em uma curva, a carreta-prancha parou: quebrou-se um dos eixos, com a peça no meio da curva e no meio da pista!
A PRF liberou os carros que conseguissem passar (bendita moto!) e desci a serra sem qualquer carro à frente.
5 km adiante, ainda na serra, havia outro acidente: um caminhão houvera capotado e estava atravessado no meio da pista. Passei pelo acostamento e segui viagem, mas, com certeza, os carros levarão horas para descer a serra. Os caminhões e ônibus, esses nem poderão passar, somente o farão quando forem retirados da pista a carreta-prancha e o caminhão capotado. Coitados!
Com a estrada vazia, ficou uma beleza andar, mas não é que após o pedágio de Xerém a estrada ficou novamente cheia? De onde brotaram tantos carros, se a serra estava fechada há mais de meia hora? A estrada foi ficando cada vez mais cheia de carros, porém não havia caminhões. Até agora me pergunto de onde surgiram tão rapidamente! Pareciam ervas-daninhas, brotavam e se proliferavam!
Cheguei em casa às 17:10 h.
Foi uma ótima viagem, curta e proveitosa; não só pela viagem de moto em si, mas pelos locais que conheci e gostei tanto que pretendo voltar breve. O total percorrido foi pouco mais de 3.000 km.
A moto fez  média geral de 17 km/litro de gasolina, o que considero muito bom, considerando-se o conforto, a segurança e o desempenho que ela oferece. Não houve qualquer problema mecânico, nem mesmo um parafuso frouxo, mesmo a moto tendo andado em estradas de terra e alfaltos ruins.
Mais uma vez, fui acompanhado de perto por meus anjos da guarda, que, sob o comando do Divino, cuidaram de me trazer de volta são e salvo.
Até a próxima!

Guilherme Edel
Suzuki Bandit 1200 ano 2006
Junho 2012

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