Estou em Rio Claro e resolvi dar um treino mais real para a viagem à Bolívia.
Tomei a rodovia RJ 155 pela manhã, às 8:00 h do dia 16/2/2012, enquanto os primeiros raios de sol atravessavam as árvores às suas margens. A temperatura estava amena e o tempo aberto. Após a RJ 155, entrei na antiga estrada Rio – São Paulo, com destino a Bananal. A antiga Rio – São Paulo chama-se RJ 139 no estado do Rio de Janeiro e SP 68 (rodovia dos Tropeiros) no estado de São Paulo. Muitas curvas, asfalto em condições razoáveis, a viagem é um prazer, a Falcon deslizava pela pista.
Cheguei a Bananal, cidade histórica que por si só merece uma visita. É uma cidade que conheceu por duas vezes, em épocas distintas, a glória e a decadência, sendo uma vez no ciclo do café (chegou a ser o município mais rico do Brasil, o único com ferrovia própria) e outra vez nos anos 1940, quando a estrada Rio – São Paulo a cortava ao meio. Uma coisa marcante na cidade é a sua estação ferroviária, totalmente construída em chapas metálicas, importadas da Bélgica no século XIX, única no Brasil.
Como eu já conheço a cidade de outras visitas, não me detive: entrei na pequena rodovia SP 247, que sobe a imponente e bela Serra da Bocaina.
Como eu já conheço a cidade de outras visitas, não me detive: entrei na pequena rodovia SP 247, que sobe a imponente e bela Serra da Bocaina.
Inicialmente em asfalto, a estrada é bem estreita, porém sinalizada. Quando o asfalto acaba, torna-se uma mistura de restos de asfalto, buracos e algo que se assemelha ao rípio, pequenas pedras britadas espalhadas em sua superfície. A subida da serra, cerca de 10 km, é asfaltada, do contrário seria impossível vencer tamanha inclinação com curvas às vezes de 180 ° com um carro normal, sem tração nas 4 rodas. A subida é muito bonita, com a pequena estrada serpenteando entre as montanhas, e em seu topo atingimos a altitude de cerca de 1.100 msnm.
Aí a coisa fica feia: o asfalto acaba e a estrada transforma-se quase em uma trilha, com pedregulhos, buracos, pedras soltas, valas e degraus, além de ficar ainda mais estreita. Um carro baixo não consegue passar por ali. Se chover, então, nem pensar. De moto, simulando o que enfrentarei na Bolívia, não conseguia passar dos 20 km/h. Andar a 30 km/h é um excesso de velocidade insano, certamente levará a um tombo. É claro que, fazendo trilha, com roupa e moto adequadas, anda-se um pouco mais, mas não era o meu caso, e eu queria sentir como será andar em estradas nessas condições com a moto carregada e a preocupação de não levar tombo algum, o que atrasaria a viagem, podendo até interrompê-la, se algo mais grave ocorrer comigo ou com a moto.
Cheguei até um micropovoado chamado Sertão da Bocaina, ou, simplesmente, Bocaina. A temperatura caiu e a paisagem mudou. Árvores floridas, muitas araucárias e vegetação típica de clima frio fizeram-me sentir em algum país temperado, como os da Europa. Segundo um morador, durante o inverno, temperaturas de zero graus Celsius ou inferiores são normais.
Há diversas pousadas e hotéis em um raio de 13 km em torno do povoado. Creio que é uma opção e uma aventura diferente passar um fim de semana em um desses estabelecimentos, principalmente se a viagem for feita de moto. Não há muito o que fazer, será apenas curtir a companhia e a natureza.
A volta foi pelo mesmo caminho, porém mais rápida, pois já havia curtido a natureza e o visual da serra na ida. Cheguei em Rio Claro às 13:00 h. Um passeio e tanto!
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