Às 7:45 h saí de Rio Claro com a Falcon. É uma segunda feira
de carnaval. Estava frio na RJ 155 e com muita neblina. Apesar do verão, a
temperatura era de 16°C. A partir de Getulândia a neblina se dissipou e o céu
mostrou sua cor azul.
Em menos de meia hora cheguei à rod. Presidente Dutra na
altura de Barra Mansa, e tomei a direção São Paulo. Mantive velocidade entre
100 km/h e 110 km/h. Devido a uma sinalização deficiente, deixei passar a
entrada principal para Quatis, e tive que seguir até Porto Real. Entrei no
acesso a Porto Real, cruzei a cidade, atravessei uma enorme e estreita ponte
metálica que só dava passagem para 1 carro e segui para Quatis por essa rota
alternativa.
Igreja de Quatis
Quatis é uma típica cidade do interior: pequena, calma e com
uma praça central onde existe uma igreja e alguns prédios públicos. A praça é
bem arborizada e tem um coreto em seu centro. Há diversas casas e construções
antigas pela cidade, porém havia diversas ruas interditadas devido aos festejos
de carnaval.
Dei um giro pelo centro de Quatis e peguei a estrada RJ 159,
que leva a Minas Gerais.
Saindo de Quatis, com destino a Passa Vinte
RJ 159, trecho asfaltado
A estrada é bonita, tem bom asfalto, está sinalizada e o
movimento de carros é pequeno, mas deve-se tomar cuidado com as curvas, que são
muitas, e algumas muito perigosas. A rodovia vai seguindo entre as montanhas da
serra da Mantiqueira, no meio de 2 ferrovias (uma de bitola larga e uma de
bitola estreita, ambas ativas), e passa pelo povoado de Falcão, onde há 2
construções marcantes: uma pequena igreja e um banheiro público (masculino e
feminino), na sua rua principal, que é a própria RJ 159.
Igrejinha de Falcão
Após Falcão, acaba o asfalto e a RJ 159 passa a ser de
terra, com muitas britas soltas pela pista. Não dá para manter velocidade alta,
pois além de haver muita brita nas curvas, tornando a superfície extremamente
escorregadia, ao se cruzar com algum veículo a nuvem de poeira é tal que às
vezes é necessário quase parar até recuperar a visibildade. Há também trânsito
de carroças e animais pela pista. Se fosse tudo reto, seria fácil, mas com
curvas há que se tomar cuidado. A estrada margeia o rio das Pacas que em
determinado momento se encontra com o rio Preto. No local há uma bela ponte
ferroviária em atividade.
Moto ultrapassada por um animal (literalmente)!
Encontro dos rios Preto e das Pacas - ponte ferroviária
Após cruzar o rio Preto, entramos no estado de Minas Gerais.
Entre rios, fazendas, montanhas e chapadas, vamos subido
lentamente até chegar a Passa Vinte, uma pequena cidade incrustrada na serra da
Mantiqueira.
Nessa cidade há 2 coisas que chamam a atenção: a praça, com seu
coreto e igreja do século XIX e a estação ferroviária. O trem, de bitola
estreita, ainda circula, mas apenas para o transporte de carga. Curiosamente, é
o trem que vem de Ribeirão Vermelho (MG), passa por Barra Mansa e Rio Claro e
vai até Angra dos Reis (RJ). É a antiga RMV, depois RFFSA, hoje concessionada à
FCA. Isto significa que, no passado, era possível ir de Rio Claro a Passa Vinte
de trem. Legal, não?
Igreja de Passa Vinte
O ponto final do passeio foi Passa Vinte, gostei muito do
passeio e do visual oferecido. Levei 3 horas desde Rio Claro, com paradas para
apreciar a paisagem, tirar fotos e obter informações. A volta foi feita em
apenas 1:20 h, com 1 parada para abastecer a moto. Andei mais forte no trecho
de terra, porém sem abusar. Curti as curvas do trecho asfaltado da RJ 159 a 70
km/h e na Dutra mantive 120 km/h. Na RJ 155 a velocidade foi em torno de 90
km/h, e, assim, cheguei de volta a Rio Claro às 12:20 h, após percorrer exatos
200 km de ida e volta.
Mais um treinamento em estradas não asfaltadas para a viagem
à Bolívia! Tive que lavar a moto e lubrificar a corrente na chegada, pois a
quantidade de pó e pedriscos em toda a parte era grande.
E assim vamos viajando e conhecendo diversas regiões, que muitas
vezes estão perto de nós mas não nos damos conta de sua beleza.