quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Macundu


O povoado de Macundu pertence a Rio Claro, mas sequer é considerado um distrito, de tão pequeno. Creio que o nome deve ser uma corruptela de Macondo, cidade fictícia do romance “100 anos de solidão”, de G. Garcia Marquez. Acho até que ambos têm coisas em comum, mas isto não interessa no momento.
Macundu fica situado a cerca de 30 km de Rio Claro, a cerca de 570 m de altitude, afundado no meio das montanhas da serra do mar, um cenário muito bonito, com direito a um rio de águas (ainda) límpidas que contorna o povoado e segue seu caminho por uma várzea ladeada por altas montanhas, onde existem fazendas de gado. É uma pena o padrão das construções não ter um estilo definido, e continuam surgindo casas tipo “caixote”, sem qualquer estilo, o que confere uma aparência de favelização a um local privilegiado pela beleza natural.

Para chegar, é necessário percorrer um trecho em estrada de terra, porém em bom estado. Para o fusca, é mole!
                                             Macundu

Após andar pelas duas ruas do povoado, retornei a Rio Claro, mas fiz um desvio no caminho para visitar a Ponte Bela, um belo exemplar de ponte em arco que sobreviveu à inundação da cidade de S. João Marcos nos anos 40. O caminho é muito estreito, cabe apenas um carro, não dá para cruzar com outro veículo ou retornar. A estradinha é própria para veículos altos ou jipes, mas fui de fusca. O caminho foi piorando, antes ficou pedregoso e depois extremamente lamacento, e começou a ficar difícil até para o fusca, pois o assoalho raspava no chão e as rodas perdiam aderência na lama. Eu estava sozinho e com uma perna “meia boca”, e vi que se atolasse, não teria condições de tirar o carro, e por ali não passa ninguém que pudesse me ajudar em caso de necessidade ou emergência. Resolvi voltar, mas como retornar? Voltei um bom trecho em marcha-à-ré, até que consegui manobrar em um local muito apertado. Voltei, mas o desafio me instigou: não cheguei à ponte Bela, e vou voltar lá, quando houver alguém comigo que possa ajudar a desatolar um carro ou ajudar-me caso eu precise, pois ainda não posso fazer alguns tipos de esforço ou movimentos com a perna que foi fraturada.


                                           Caminho para a Ponte Bela


I’ll be back, me aguardem!

2 comentários:

  1. Grande Guilherme
    Estava aqui atolado na burocracia e resolvi viajar sem sair do posto de trabalho. Sempre supera minhas expectativas com belos relatos ilustrado por ótimas fotos.

    Grande abraço e vamos viajando

    ResponderExcluir
  2. Obrigado, Anderson, é sempre bom dar pequenas pausas no trabalho para esfriar cabeça e depois voltar com mais vontade!
    Por enquanto estes pequenos passeios têm sido minha diversão, mas já me preparo para vôos mais altos.
    Um detalhe do relato desta postagem: conversei com meu filho, ele tentou chegar à Ponte Bela com a XT 660 e não conseguiu, disse que os atoleiros e lamaçais vão ficando cada vez piores, e nem a XT passou. Ele falou que com o fusca eu não teria a menos chance! Foi uma decisão acertada voltar!
    Um grande abraço!

    ResponderExcluir