quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Uruguai no inverno

Entre os dias 12 e 20 de setembro de 2011 fiz uma viagem do Rio a Montevidéu (ida e volta). Creio que deve ter sido minha 7ª ou 8ª viagem ao Uruguai. É uma viagem tranquila e sem surpresas, mas sempre agradável. As estradas e paisagens do sul do Brasil são agradáveis;  o Uruguai, por sua vez,  apresenta boas estradas, cidades calmas e um povo hospitaleiro, o que é um convite a voltar sempre.
Tinha intenção de permanecer por mais tempo em Montevidéu, mas acabei fazendo um bate-volta de 9 dias.
Saí de casa, no Rio, com chuva, que  se dissipou nos primeiros 100 km da via Dutra. Com tempo frio, cruzei São Paulo e entrei na rod. Régis Bittencourt com destino a Curitiba. A temperatura melhorou após a descida da terrível serra do Cafezal, tornando a cair novamente após a subida da serra do Azeite, assim permanecendo.
Contornei Curitiba já à noite, com temperatura baixa, e continuei até Joinvile, onde pernoitei em um hotel à beira da estrada por R$ 32,00. Nesse primeiro dia rodei 965 km.
No dia seguinte, sob um nevoeiro denso e bastante frio, continuei no sentido Sul, passando por Florianópolis e diversas cidades do belo litoral catarinense. O nevoeiro dissipou-se 70 km depois, descobrindo um céu azul e um sol  brilhante.  Entrei em Torres (RS) para rever a cidade, que havia visitado há exatos 30 anos. Andei pelas praias e subi o morro do Farol, de onde se avista boa parte da cidade, inclusive as famosas falésias que são o cartão postal  do local.
Torres - RS

Ao chegar a Osório, segui pela Estrada do Inferno, que corre pela estreita faixa de terra (na verdade é um istmo) entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. É uma reta de mais de 300 km, com fazendas, plantações e alagadiços às suas margens.
Estrada do Inferno - RS

Dormi em Mostardas, sob um frio de 8 °C, em uma pousada bem bacana. Usei 4 cobertores para me aquecer.
Após uma boa noite se sono, novamente na estrada, segui até São José do Norte, onde a estrada do inferno termina. De lá, é necessário tomar uma balsa para atravessar a lagoa dos Patos até Rio Grande. Aguardei a balsa por 2 horas, mais 45 min de travessia e já estava na BR 471, que atravessa a estação ecológica do Taim e segue em direção a Chuí, cidade mais meridional do Brasil. Mais 300 km de retas intermináveis!
Cheguei em Chuí ao cair da tarde e hospedei-me no hotel Bertelli, muito bom. Estava sentindo bastante frio devido à estrada, e como o hotel possuía piscina aquecida, fiquei 45 min imerso nas águas quentes até aquecer o corpo e recuperar-me do frio.
Forte Santa Tereza - Uruguay
Fui a pé até o lado Uruguaio da fronteira para jantar e comprar algumas coisas de que necessitava: um casaco,  meias de lã e um par de luvas térmicas.
Na manhã seguinte, troquei o óleo da moto, saquei dinheiro uruguaio (pesos) em um caixa eletrônico, e ingressei no Uruguai.
As estradas planas e vazias do país nosso vizinho são excelentes! Parei na fortaleza Santa Teresa, apreciei o local e tirei algumas fotos. Segui pela ruta 9 até Rocha, onde almocei em um restaurante bem transado junto à estada.Cheguei em Montevidéu por volta das 16:00 h, e tive muita dificuldade para conseguir hotel, quase todos estavam lotados. Só consegui um quarto por 1 noite no hotel Alvear. Hospedei-me, deixei a moto na garagem e percorri a pé diversas ruas do centro à procura de um hotel para as próximas 2 noites. No dia seguinte pela manhã decidi ir embora: não estava disposto a mudar de hotel. Dei um pequeno passeio a pé pelo centro e pela Rambla, e às 10:00 h parti de volta ao Brasil. Não fiquei nem 24 horas na cidade!
Montevidéu  

  
Retornei pela Rambla, peguei a ruta Interbalneária e depois a ruta 9. Almocei em Rocha, entrei no Brasil por Chuí e fui até Santa Vitória do Palmar, onde pernoitei. Em Santa Vitória, fui de moto até o antigo porto para ver o por do sol na lagoa Mirim, mas as pesadas nuvens de chuva não permitiram. Ventava e estava frio (9°C).
Pela manhã, saí de Santa Vitória com chuva. Durante todo o dia a chuva se alternou com tempo seco, mas o frio e o vento foram constantes. Passei por Pelotas, Porto Alegre e segui pela Free Way até Osório e continuei pelo litoral até Tubarão (SC), onde dormi em um ótimo hotel por R$ 30,00 com direito a um bom café da manhã.                     Incrível! 
                                                                                                                                                                                     

Santa Vitória do Palmar - Porto
                                                     
O dia seguinte também foi todo de estrada, pernoitei em Juquitiba, a 60 km de São Paulo, onde parei bem cansado após a subida da serra do Cafezal, na Régis Bittencourt, no meio de caminhões e ônibus. No posto onde ficava o hotel em que dormi havia um restaurante que funciona durante as 24 horas do dia, e lá mesmo jantei.
Logo cedo no dia seguinte tomei café e parti. Cheguei em Diadema, na FASFSP,  pela manhã. Deixei a moto na oficina para uma revisão e troca da relação de transmissão, e almocei com Ricardo e Pedro. À noite saboreamos uma costela ao bafo preparada pelo Ricardo e ficamos conversando na fábrica. Dormi em um hotel em São Bernardo, foram R$ 50,00 por um quarto sem janelas!

Passei a manhã do dia seguinte na fábrica de Diadema com Ricardo e equipe. Almoçamos juntos. A moto ficou pronta às 13:00 h, foram trocados a relação, velas, óleo, filtro, foram regulados e limpos os carburadores e as válvulas foram ajustadas. Peguei a moto e fui pelo rodoanel até a rod. Trabalhadores, de onde tomei o rumo do Rio.
Cheguei em Rio Claro (RJ) ao anoitecer, ficando por lá mesmo. É o meu refúgio!
Considero a viagem encerrada em Rio Claro, onde fiquei por mais 3dias antes de retornar ao Rio de Janeiro.
Viagem rápida, porém agradável, sem qualquer susto ou problema. Classifico-a como um passeio a Montevidéu, e recomendo àqueles que não têm experiência, pois é um trajeto fácil e sem perigos.



                                                            


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