Apesar do dia nublado com previsão de chuva a qualquer
momento, arrisquei um passeio a Visconde de Mauá, cidade fluminense localizada
na serra da Mantiqueira bem próxima à divisa com Minas Gerais, que eu não
visitava há muitos anos.
O caminho encontra-se totalmente asfaltado; na última vez em
que estive em Mauá a estrada era um terror: de terra, com muitas pedras soltas
e uma serra estreita e sinuosa. A serra continua sinuosa com curvas muito
fechadas, mas o asfalto dá conforto, aumenta a segurança e reduz o stress de
percorrê-la de moto. Apesar do tempo fechado, deu para curtir o visual; fiz
algumas paradas durante a subida da serra para apreciar a paisagem e o verde
exuberante das montanhas.
Estrada estreita, íngreme e sinuosa
Chegando em Visconde Mauá, tratei de almoçar e dar uma pequena caminhada
pela rua principal da vila, constatando que pouca coisa mudou nos últimos 10
anos.
Igrejinha de Visconde de Mauá
Queria conhecer o Museu das Duas Rodas, uma coleção particular de motos e
bicicletas fabricadas desde o início do século passado. O museu fica a 7 km do
centro de Visconde de Mauá, no vale do Alcantilado, sendo alcançado por uma
estrada de terra bem ruinzinha!
Fui sem pressa e a Triumph deu conta do recado
muito bem, vencendo sem titubear as pedras soltas, o barro e muitos buracos.
O museu tem um acervo interessante, tudo acondicionado
dentro de um galpão, com as bicicletas suspensas e as motos no chão. Muitas
motos europeias, como Jawa, Triumph. BSA, Norton, Zündapp, Sachs, NSU, DKW, Negrini,
Ducati, Guzzi e outras. Placas
explicativas contavam o histórico das marcas e davam as especificações técnicas
de cada modelo, tudo organizado e arrumado, com um corredor central e as motos
e bicicletas em ambos os lados do corredor.
O ingresso custa R$ 19,00 por pessoa; achei caro, mas como tenho
interesse em tudo que se relaciona às motos, paguei sem choro! E, além do mais,
não foi fácil chegar até ali! Não me fixei nas bicicletas, mas me surpreendi ao
ver uma da marca Wanderer, alemã, que foi a 1ª bicicleta que tive, ganhei-a dos
meus pais em um Natal quando tinha 6 anos. Eu achava que tinha a única Wanderer
existente, ninguém conhecia a marca e eu nunca houvera visto outra igual!
Fotos do Museu das 2 Rodas
Entrada do museu
Visitado o museu, voltei pela estrada de terra até V. Mauá.
Minha intenção era voltar por uma estrada que leva a Pedra Selada e descer uma
serra que desce até Resende.
Informaram-me que a serra é muito íngreme e não é asfaltada; com uma moto mais
leve eu até arriscaria, mas achei mais prudente voltar pelo mesmo caminho da
ida, através de Penedo. A decisão foi corretíssima, pois a chuva me pegou em
cheio quando comecei a descer a serra. As nuvens baixaram, entrei em uma
neblina muito densa e desci com cuidado, pois a visibilidade era muito
reduzida. Cheguei em Penedo totalmente encharcado, não houvera levado capa de
chuva e tinha que seguir em frente.
Chuva!
Não houve outro jeito: continuei debaixo do
temporal, com os pés encharcados (a bota não era impermeável) e a roupa toda
molhada. Em Barra Mansa a chuva diminuiu e cheguei em segurança a Rio Claro, embora molhado.
Mesmo com a chuva, o passeio foi muito bom. Andar em estradas vazias e sinuosas
entre montanhas é o que há de melhor!
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