Distrito de Rio Claro, Lídice deve seu nome devido a uma
homenagem à homônima cidade da Tchecoslováquia, arrasada pelos nazistas na 2ª
guerra mundial. Até os anos 40 chamava-se Vila Capivari.
De localização privilegiada, entre montanhas e no alto da
Serra do Mar, Lídice já foi um agradável povoado, mas vem se favelizando e se
descaracterizando acentuadamente nos últimos anos. Casarões dos séculos XVIII e
XIX têm dado lugar a construções sem estilo e de gosto duvidoso, e sua periferia
tem ares de favela, sem planejamento, urbanização e plano diretor. Uma pena,
pois o local é agradável, tem clima frio no inverno e ameno no verão, e conta
com diversas cachoeiras boas para banhos na época do calor, mas seus rios vêm
sendo poluídos por esgotos despejados sem qualquer tratamento.
O trem que fazia a rota Barra Mansa – Angra dos Reis fazia
uma parada na cidade antes de descer a serra em direção ao litoral. A descida
conta com 16 túneis, é uma belíssima viagem, que tive a oportunidade de fazer
diversas vezes durante minha infância e adolescência, nos anos 60; este era o
meio de transporte para a praia, em Angra.
Uma curiosidade da cidade é que sua igreja está voltada de
costas para o lado principal da praça, ou seja, o lado pelo qual se entra na
praça. Todas as pessoas que visitam a cidade acham isso estranho. Recentes obras
abriram um jardim em frente à porta da igreja, talvez um meio de disfarçar sua
estranha posição.
Há mais uma curiosidade: a estação ferroviária, que já foi
um ponto importante na cidade, fica muito afastada do seu centro, alcançá-la a pé consome mais de uma hora de
caminhada subindo e descendo morros. Quem visita a cidade dificilmente conhece
a estação, devido à distância.
Lídice já valia uma visita, mas hoje eu não diria
isto, não é um local propriamente bonito, a menos de sua localização, belíssima, pena o seu crescimento
desordenado. Como eu tenho dito, a cidade cresce como rabo de cavalo: para
baixo! A estrada que a liga a Rio Claro é muito bonita também, com montanhas,
rios e a ferrovia, hoje desativada, serpenteando entre morros e margeando rios.
Nestes pequenos passeios vou ganhando confiança e intimidade
com a moto para poder partir para roteiros mais longos. Devagar chegarei lá!
Nenhum comentário:
Postar um comentário