Na postagem anterior, relatei que subi a serra em Rio Claro até o local
conhecido como Pedra do Rastro com a CG 125, aproveitando que deram uma
melhorada no caminho.
Na Pedra do Rastro a trilha bifurca: tomando-se o lado esquerdo, vai
sair no sertão dos Hortelãs, e de lá chega-se ao sertão do Prata. ambos sobre
as montanhas, isolados da civilização.
Novamente, peguei a valente CG ano 1982 disposto a chegar ao sertão dos
Hortelãs através da serra cujo caminho se inicia na minha propriedade. O primeiro
trecho até a Pedra do Rastro é bastante íngreme, mas a moto deu conta sem
reclamar. Devemos lembrar que é uma moto antiga e totalmente street, totalmente
fora de propósito para percorrer trilhas.
Após a Pedra do Rastro o caminho vai piorando: travessia de rios, pedras
e algum sobe-e-desce da trilha, mas ainda em condições razoáveis para ser
percorrida em tempo seco. Atravessei 3 cursos d'água, sendo que em um deles a
água chegou ao meio da moto. As subidas foram ficando cada vez mais íngremes, e
algumas eu só conseguia vencer queimando a embreagem e a roda dianteira
levantando. Um perigo, pois se eu caísse para trás rolaria a pirabeira embolado
com a moto.
Mais adiante, acabou o caminho melhorado com o auxílio de máquinas: a
trilha ficou estreita, pedregosa e cheia de perigos, como barrancos, valas e
degraus. Continuei seguindo, abrido porteiras e atravessando rios.
Em determinado ponto, após atravessar o 4º curso d'água, decidi desistir
e voltar, pois o caminho foi estreitando e as travessias de rios foram ficando
críticas para uma moto street antiga de 125 cilindradas Tive muita vontade de
me aventurar e seguir em frente, mas caso algo me acontecesse (tombo, enguiço)
não haveria qualquer pessoa para me ajudar. Eu já houvera subido muito,estava
acima dos cumes de diversas montanhas ao redor, e ainda havia um enorme morro a
vencer.
Tive muito trabalho para virar a moto sozinho no local onde estava, pois
a trilha era muito estreita, bem menor que o comprimento da moto. Consegui, com
alguma dificuldade, virá-la na direção
do retorno, e empreendi a enorme descida de volta. Só para ter uma idéia da
inclinação, a moto em 1ª marcha
necessitava ser freiada com os 2 freios para não ganhar velocidade. Até os
freios a tambor da pequena CG surpreenderam, pois não houve
fadiga, e olhe que desci freiando todo o tempo.
O caminho percorrido e o visual em torno são muito bonitos, a impressão
que se tem é que estamos em um local
totalmente isolado, sem qualquer civilização por perto em um raio de 500 km! O
ambiente é totalmente rural: cavalos, bois, morros, matas e nenhuma pessoa ao
longo de todo o percurso. Passei por algumas casas fechadas e currais
abandonados. Nada de gente! Curioso é que estamos praticamente dentro de Rio
Claro e a apenas 138 km do Rio. Como existem locais a serem descobertos, sendo alguns no quintal de nossa casa!
Tenho idéia de voltar, porém com uma moto mais adequada, para fazer o
caminho completo até o sertão dos Hortelãs.
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