quinta-feira, 5 de julho de 2012

Serra de Rio Claro II



Na postagem anterior, relatei que subi a serra em Rio Claro até o local conhecido como Pedra do Rastro com a CG 125, aproveitando que deram uma melhorada no caminho.

Na Pedra do Rastro a trilha bifurca: tomando-se o lado esquerdo, vai sair no sertão dos Hortelãs, e de lá chega-se ao sertão do Prata. ambos sobre as montanhas, isolados da civilização.
Novamente, peguei a valente CG ano 1982 disposto a chegar ao sertão dos Hortelãs através da serra cujo caminho se inicia na minha propriedade. O primeiro trecho até a Pedra do Rastro é bastante íngreme, mas a moto deu conta sem reclamar. Devemos lembrar que é uma moto antiga e totalmente street, totalmente fora de propósito para percorrer trilhas.

Após a Pedra do Rastro o caminho vai piorando: travessia de rios, pedras e algum sobe-e-desce da trilha, mas ainda em condições razoáveis para ser percorrida em tempo seco. Atravessei 3 cursos d'água, sendo que em um deles a água chegou ao meio da moto. As subidas foram ficando cada vez mais íngremes, e algumas eu só conseguia vencer queimando a embreagem e a roda dianteira levantando. Um perigo, pois se eu caísse para trás rolaria a pirabeira embolado com a moto.

Mais adiante, acabou o caminho melhorado com o auxílio de máquinas: a trilha ficou estreita, pedregosa e cheia de perigos, como barrancos, valas e degraus. Continuei seguindo, abrido porteiras e atravessando rios.

Em determinado ponto, após atravessar o 4º curso d'água, decidi desistir e voltar, pois o caminho foi estreitando e as travessias de rios foram ficando críticas para uma moto street antiga de 125 cilindradas Tive muita vontade de me aventurar e seguir em frente, mas caso algo me acontecesse (tombo, enguiço) não haveria qualquer pessoa para me ajudar. Eu já houvera subido muito,estava acima dos cumes de diversas montanhas ao redor, e ainda havia um enorme morro a vencer.


Tive muito trabalho para virar a moto sozinho no local onde estava, pois a trilha era muito estreita, bem menor que o comprimento da moto. Consegui, com alguma dificuldade,  virá-la na direção do retorno, e empreendi a enorme descida de volta. Só para ter uma idéia da inclinação,  a moto em 1ª marcha necessitava ser freiada com os 2 freios para não ganhar velocidade. Até os freios  a tambor  da pequena CG surpreenderam, pois não houve fadiga, e olhe que desci freiando todo o tempo.

O caminho percorrido e o visual em torno são muito bonitos, a impressão que se tem é que estamos  em um local totalmente isolado, sem qualquer civilização por perto em um raio de 500 km! O ambiente é totalmente rural: cavalos, bois, morros, matas e nenhuma pessoa ao longo de todo o percurso. Passei por algumas casas fechadas e currais abandonados. Nada de gente! Curioso é que estamos praticamente dentro de Rio Claro e a apenas 138 km do Rio. Como existem locais a serem descobertos,  sendo alguns no quintal de nossa casa!
Tenho idéia de voltar, porém com uma moto mais adequada, para fazer o caminho completo até o sertão dos Hortelãs.

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